A causa e a cura das depressões segundo os keynesianos
Nota da edição:
Este artigo é a tradução do décimo quarto capítulo do livro do economista Robert P. Murphy, Understanding Money Mechanics [“Entendendo a mecânica do dinheiro”, em tradução livre]. Nas próximas semanas, seguiremos publicando seções traduzidas do livro no site do Instituto Mises Brasil, com o objetivo de trazer ao nosso público a oportunidade de acessar o rico conteúdo sobre teoria monetária produzido por Bob Murphy.
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No Capítulo 8, apresentamos a explicação de Ludwig von Mises sobre como a expansão do crédito bancário provoca o ciclo de expansão e recessão, o que hoje é conhecido como a teoria austríaca dos ciclos econômicos. No entanto, a visão predominante atualmente, tanto na academia quanto na mídia popular, é a explicação keynesiana, derivada do famoso livro de John Maynard Keynes, publicado em 1936: A Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda.
Em contraste com os austríacos, Keynes via as depressões como algo que poderia acometer naturalmente as economias de mercado, caso os gastos totais (a chamada “demanda agregada”) fossem insuficientes para sustentar o pleno emprego. Segundo Keynes, os mercados não possuíam um mecanismo autocorretivo e, se deixados à própria sorte, poderiam permanecer estagnados em um estado depressivo por vários anos. Somente com a supervisão criteriosa de bancos centrais e autoridades governamentais seria possível alcançar um crescimento econômico constante.
Este capítulo resumirá a visão keynesiana e, em seguida, a contestará a partir da perspectiva austríaca.
A construção retórica de A Teoria Geral
Seria difícil exagerar o quanto a abordagem keynesiana permeou a sociedade moderna. Embora Keynes não tenha sido o primeiro a atribuir as quedas da atividade econômica à falta de gastos, seu livro de 1936, lançado em meio a uma depressão global aparentemente interminável, pareceu oferecer um diagnóstico sofisticado do problema e, além disso, explicava por que os remédios econômicos tradicionais haviam fracassado.
O próprio título do livro reflete a construção retórica engenhosa de Keynes e nos ajuda, ainda hoje, a entender por que essa obra cativou tantos de seus leitores. O próprio Keynes explica isso claramente no (muito breve) primeiro capítulo do livro:
“Chamei este livro de A Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda, dando ênfase ao prefixo 'geral'. O objetivo de tal título é contrastar o caráter dos meus argumentos e conclusões com os da teoria clássica sobre o tema, na qual fui educado e que domina o pensamento econômico, tanto prático quanto teórico, das classes governantes e acadêmicas desta geração, como também dominou ao longo dos últimos cem anos. Argumentarei que os postulados da teoria clássica são aplicáveis apenas a um caso especial, e não ao caso geral; a situação que ela pressupõe é um ponto-limite dentro das posições possíveis de equilíbrio. Além disso, as características do caso especial assumido pela teoria clássica não correspondem às da sociedade econômica em que realmente vivemos, de modo que seu ensinamento se torna enganoso e desastroso quando tentamos aplicá-lo aos fatos da experiência” (Keynes, 1936[i], p. 11, ênfase adicionada pelo autor).
Teria sido presunçoso, e provocaria reações defensivas, se Keynes tivesse afirmado que seus predecessores eram completos tolos e totalmente equivocados. Em vez disso, como o capítulo introdutório explica, Keynes argumentou que a abordagem “clássica” era válida sob certas condições (especificamente, quando a economia se encontra em pleno emprego), mas que, em geral, essas condições poderiam não estar presentes. Nesse caso, como o mundo enfrentava em 1936, Keynes propunha uma teoria mais geral, capaz de lidar com todos os cenários possíveis.
Dessa forma, Keynes propunha fazer pela economia o que Albert Einstein havia feito pela física: a teoria da relatividade de Einstein não afirmava que a mecânica clássica de Isaac Newton estivesse totalmente errada. Em vez disso, Einstein propôs equações que descreviam o comportamento da matéria e da energia em circunstâncias mais gerais. Então, no caso especial em que os objetos se movem a uma fração muito pequena da velocidade da luz, o sistema de Einstein “se reduzia” ao sistema newtoniano mais familiar. Isso explicava aos físicos por que o modelo de Newton parecia tão bem-sucedido inicialmente, mas também demonstrava a superioridade do modelo proposto por Einstein.
Sem dúvida, existem sérios problemas na construção retórica de Keynes. Para começar, foi uma impropriedade utilizar o termo “clássico” para designar uma abordagem, quando essa expressão já possuía um significado bem estabelecido entre os economistas, referindo-se às doutrinas baseadas na teoria do valor-trabalho, que eram dominantes antes da chamada Revolução Marginal da década de 1870. Mais grave ainda, Keynes estava errado ao afirmar que seus predecessores “assumiam” o pleno emprego. Como exemplo óbvio, já discutido no capítulo 8, Mises desenvolveu sua própria teoria do ciclo econômico em 1912 – ou seja, duas décadas antes de Keynes!
Apesar desses problemas, a construção retórica de Keynes certamente ajuda a explicar o impacto de seu livro. Outra explicação recorrente é que a estrutura keynesiana fornecia uma justificativa aparentemente científica para o aumento dos gastos governamentais e a intervenção nos mercados, algo que soava como música aos ouvidos de muitos acadêmicos e autoridades políticas. Ironicamente, o próprio Keynes reconheceu essa afinidade no prefácio de 1936 da edição alemã, ao escrever:
“A teoria da produção como um todo, que é o que o presente livro se propõe a oferecer, é muito mais facilmente adaptável às condições de um Estado totalitário do que a teoria da produção e distribuição de um determinado produto sob condições de livre concorrência e um amplo grau de laissez-faire” (Keynes, 1936, p. 6).
O paradoxo da poupança
Talvez a maneira mais rápida de ilustrar a divisão entre a economia keynesiana e a economia considerada “ortodoxa” seja o chamado paradoxo da poupança. De acordo com o senso comum, bem como com uma aplicação direta dos princípios econômicos, quando uma comunidade poupa mais, isso permite um maior investimento produtivo, e seria, portanto, o caminho para elevar a produtividade e melhorar o padrão de vida da população. Contudo, como Keynes explicou no prefácio da edição francesa de seu livro, publicado em 1939:
“Consideramos, com toda legitimidade, que a renda de um indivíduo é independente daquilo que ele próprio consome e investe. Mas devo destacar que isso não deveria nos levar a ignorar o fato de que a demanda gerada pelo consumo e pelo investimento de um indivíduo é a fonte da renda de outros indivíduos de modo que a renda, em termos gerais, não é independente, muito pelo contrário, da disposição dos indivíduos em gastar e investir (...) Mostra-se, de modo geral, que o nível efetivo de produção e de emprego depende, não da capacidade de produzir ou do nível pré-existente de renda, mas sim das decisões correntes de produzir que, por sua vez, dependem das decisões correntes de investir e das expectativas atuais quanto ao consumo presente e futuro. Além disso, assim que conhecemos a propensão a consumir e a poupar (...) podemos calcular qual nível de renda e, portanto, qual nível de produção e emprego, está em equilíbrio de lucros, dado um certo nível de novo investimento; do que se desenvolve a doutrina do Multiplicador. Ou ainda: torna-se evidente que um aumento na propensão a poupar, ceteris paribus, contrairá a renda e a produção; ao passo que um aumento no estímulo ao investimento irá expandi-las” (Keynes, 1936, p. 9, ênfase adicionada pelo autor do livro).
O trecho acima é uma boa síntese de todo o projeto de A Teoria Geral. Em vez de enxergar a economia a partir da perspectiva de uma família ou empresa individual, em que se parte de um determinado nível de renda a cada período, do qual se derivam os gastos com consumo e investimento, Keynes inverteu a causalidade. As decisões de consumo e investimento, tanto de indivíduos quanto de empresas, movidas por fatores psicológicos, é que determinam o nível de renda da comunidade.
No contexto do “paradoxo da poupança”, quando tempos difíceis se instalam, a atitude aparentemente racional de famílias e empresas seria apertar os cintos e cortar os gastos supérfluos. Contudo, sob a ótica keynesiana, isso leva ao desastre, pois a queda no consumo e no investimento apenas reduz ainda mais a renda total da economia. É justamente por isso que se defendem os déficits orçamentários governamentais, uma forma de poupança negativa, já que esses déficits podem, segundo Keynes, se pagar sozinhos, graças ao efeito do multiplicador.
Mesmo após décadas de refinamentos nos modelos e argumentos econômicos, essa atitude keynesiana fundamental permanece viva até hoje. A hostilidade à poupança é evidente nos escritos de economistas como Paul Krugman, mas também entre banqueiros centrais, como no caso de Ben Bernanke, que justificou suas ações sem precedentes à frente do Fed invocando o temor da “deflação” (isto é, da queda de preços). A mídia popular também adota esse mesmo discurso keynesiano: em meio à crise da COVID-19, uma manchete da CNN declarava: “Nova ameaça à economia: os americanos estão poupando como nos anos 1930”[ii].
A compreensão keynesiana da Grande Depressão
Segundo Keynes, a persistência da Grande Depressão evidenciava o fracasso das doutrinas e políticas econômicas “clássicas”. Se a economia de mercado realmente possuísse um mecanismo autocorretivo, por que o mundo teria permanecido atolado em altas taxas de desemprego por tantos anos?
Keynes destacou dois problemas nesse argumento. Em primeiro lugar, ele não correspondia aos fatos observados: os trabalhadores resistiam fortemente a cortes no valor do salário em dinheiro realmente recebido (salário nominal), mas não reagiam da mesma forma quando seus salários reais caíam devido a um aumento generalizado nos preços. Portanto, argumentou Keynes, a explicação ortodoxa, segundo a qual os trabalhadores ofereciam racionalmente horas de trabalho com base no valor do salário real, simplesmente não era verdadeira. (Esse comportamento observado dos trabalhadores é, por vezes, explicado pela noção de “ilusão monetária”).
Em segundo lugar, Keynes argumentou que, mesmo que os trabalhadores coletivamente desejassem reduzir suas exigências salariais (em termos reais), eles poderiam ser incapazes de fazê-lo. Isso porque, caso aceitassem um corte significativo em seus salários nominais, ou seja, em termos monetários efetivos, a redução dos custos de produção levaria as empresas a também reduzirem os preços cobrados por seus produtos, o que significa que, em termos reais, os salários não teriam, de fato, caído tanto quanto se esperava.
Dessa forma, Keynes concluiu que era evidente que algo externo ao mercado de trabalho havia causado o grande aumento do desemprego durante os anos da Grande Depressão. Qualquer tentativa de encaixar os fatos da década de 1930 dentro da estrutura ortodoxa pareceria forçada. Como ele observou com ironia:
“Os trabalhadores não são mais intransigentes na depressão do que no auge do ciclo, muito pelo contrário. Nem sua produtividade física é menor. Esses fatos, extraídos da experiência, constituem uma evidência prima facie para se questionar a adequação da análise clássica” (Keynes 1936, p. 14).
Na abordagem keynesiana, não se tratava de que os trabalhadores na década de 1930 tivessem se tornado, de repente, mais exigentes quanto a salários altos, nem que sua produtividade tivesse caído de alguma forma. O que ocorria era que a economia havia ficado presa em um ponto de alto “desemprego involuntário”, porque os gastos agregados do setor privado estavam demasiadamente baixos. Após os choques iniciais do sistema nos primeiros anos, marcados por quedas nas bolsas de valores e, especialmente nos Estados Unidos, por falências bancárias em massa, era compreensível que indivíduos e empresas adotassem uma postura defensiva, reduzindo ainda mais seus gastos. No entanto, isso apenas levou a uma espiral descendente, já que essas decisões reduziram a renda total disponível na economia. E, ao contrário do que supunham as doutrinas da escola clássica, não havia razão para presumir que a economia de mercado se recuperaria rapidamente; ela poderia permanecer estagnada em um “equilíbrio” com altos níveis de desemprego involuntário.
Nesse contexto, Keynes argumentava que déficits orçamentários governamentais poderiam oferecer alívio. (Aqui omitimos sua discussão mais técnica sobre as taxas de juros). Para enfatizar sua perspectiva chocante, Keynes chegou a afirmar:
“Se o Tesouro colocasse cédulas em garrafas velhas, enterrando-as a profundidades adequadas em minas de carvão desativadas, posteriormente preenchidas até a superfície com lixo urbano, e deixasse à iniciativa privada, seguindo os bem testados princípios do laissez-faire, o trabalho de desenterrar essas notas (...) então não haveria mais desemprego. E, com a ajuda dos efeitos multiplicadores, a renda real da comunidade, e também sua riqueza em capital, provavelmente se tornaria significativamente maior do que é atualmente. De fato, seria mais sensato construir casas e coisas do tipo; mas, se houver obstáculos políticos e práticos a isso, a proposta acima seria melhor do que nada” (Keynes 1936, p. 68).
Desnecessário dizer que, na abordagem ortodoxa, redirecionar a força de trabalho para enterrar dinheiro e depois desenterrá-lo dificilmente seria considerado um meio eficaz de ajudar uma economia em crise.
A crítica austríaca ao keynesianismo
Existem livros inteiros (citados nas notas de rodapé[iii]) dedicados à refutação da teoria keynesiana e de sua interpretação da Grande Depressão, portanto, nossa discussão aqui será breve.
Do ponto de vista teórico, os economistas da Escola Austríaca oferecem uma explicação muito mais satisfatória para os ciclos econômicos, conforme exposto no capítulo 8. Ao contrário de Keynes, os austríacos argumentam que os trabalhadores não mantêm o mesmo nível de produtividade quando o auge econômico colapsa em recessão, ao menos não se considerarmos a estrutura geral da produção.
Para usar uma ilustração exagerada: se, durante o período de expansão, a economia produzisse apenas martelos e nenhum prego novo, inevitavelmente uma crise surgiria. Ainda que os carpinteiros continuassem com as mesmas habilidades, sua produtividade física despencaria assim que o último prego do estoque fosse usado. Nesse ponto, seria necessária uma queda significativa na produção real, enquanto a economia se readequasse (literalmente). Nenhuma quantidade de gasto deficitário ou emissão monetária conseguiria encobrir fatos materiais tão básicos. O fato de que a abordagem austríaca está de acordo com o senso comum é um ponto a seu favor, e o reductio ad absurdum que o próprio Keynes usou para ilustrar sua teoria deveria ser um ponto contrário a ela.
Empiricamente, observa-se que, durante a década de 1930, governos e bancos centrais ao redor do mundo adotaram as políticas mais keynesianas da história até então. Nos Estados Unidos, por exemplo, a administração Hoover, apesar da desinformação em sentido contrário, pressionou grandes empresas a manterem os níveis salariais e operou com déficits orçamentários em tempos de paz sem precedentes. Por sua parte, o Federal Reserve, no início dos anos 1930, expandiu a base monetária e reduziu as taxas de juros a níveis mínimos históricos.
É verdade que os keynesianos contemporâneos reconhecem esses fatos embaraçosos como um caso de agir “muito pouco, muito tarde”. Mas, mesmo assim, esse reconhecimento levanta uma questão evidente: se a explicação keynesiana fundamental para a Grande Depressão é que os governos foram tímidos demais quanto ao gasto deficitário, então por que a Grande Depressão não ocorreu antes, quando todos admitem que os governos fizeram ainda menos durante pânicos financeiros anteriores?
Não, uma explicação muito mais razoável do registro histórico está diante de nossos olhos: as depressões (ou “pânicos”) do século XIX e início do século XX ocorreram de acordo com a teoria desenvolvida por Ludwig von Mises. Durante essas crises, os governos em grande parte se mantiveram afastados, e é por isso que a recuperação econômica ocorria. Em contraste, foi somente quando os governos e os bancos centrais passaram a se envolver seriamente com políticas “anticíclicas” na década de 1930 que um crash inicial evoluiu para uma Depressão persistente.
Notas:
[i] Neste capítulo, as referências à Teoria Geral utilizam a paginação contida nesta versão online (gratuita) do livro: John Maynard Keynes, The General Theory of Employment, Interest, and Money (1936; ETH Zurich International Relations and Security Network, s.d.), https://www.files.ethz.ch/isn/125515/1366_KeynesTheoryofEmployment.pdf.
[ii] Ver Matt Egan, “Nova ameaça à economia: os americanos estão economizando como se estivéssemos na década de 1930”, CNN Business, 12 de maio de 2020, https://www.cnn.com/2020/05/12/investing/jobs-coronavirus-consumer-spending-debt/index.html?fbclid=IwAR09Du7nf1OKE9-VpOgayFNTIDeKJisVivSlOR-rYtKoxQw9H8MwcIU49FM.
[iii] O livro Man, Economy, and State (Princeton, NJ: D. Van Nostrand, 1962), de Murray N. Rothbard, https://mises.org/library/man-economy-and-state-power-and-market , contém uma crítica mordaz ao pensamento keynesiano tal como era no início da década de 1960. Henry Hazlitt escreveu uma crítica ponto a ponto de Keynes em seu livro The Failure of the “New Economics” (Princeton, NJ: D. Van Nostrand, 1959), https://mises.org/library/failure-new-economics-0 . Para uma explicação austríaca da Grande Depressão, consulte America’s Great Depression, de Murray N. Rothbard (Princeton, NJ: D. Van Nostrand, 1963), https://mises.org/library/americas-great-depression , e para uma versão mais recente que critica especificamente os argumentos keynesianos modernos, consulte Robert P. Murphy, The Politically Incorrect Guide to the Great Depression and the New Deal (Washington, DC: Regnery Publishing, 2009).
Este artigo foi originalmente publicado no Mises Institute.
Recomendações de leitura:
Capítulo 1: A teoria e uma breve história do dinheiro e dos bancos
Capítulo 2: Uma breve história do padrão ouro, com um foco no caso americano
Capítulo 3: A história e a estrutura do Federal Reserve
Capítulo 4: Operações padrão de mercado aberto: como o Fed e os bancos comerciais “criam dinheiro”
Capítulo 5: Além do Fed: "sistema bancário paralelo" e o mercado global de dólares
Capítulo 6: Políticas dos bancos centrais desde a crise financeira de 2008
Capítulo 7: A Política do Fed desde o Pânico do Coronavírus de 2020
Capítulo 8: A teoria do ciclo econômico baseada no crédito circulante de Ludwig von Mises
Capítulo 9: Inflação Monetária e Inflação de Preços
Capítulo 10: A curva de juros invertida e a recessão
Capítulo 11: O Fed e a bolha imobiliária
Capítulo 13: Soando o alarme falso sobre a (hiper)inflação
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Nota: as visões expressas no artigo não são necessariamente aquelas do Instituto Mises Brasil.
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