A educação como mercadoria
Bom, enquanto constatação de fato, parece-me que é verdade que "educação
não é mercadoria". No Brasil, não
existe espaço para um livre mercado da educação, porque o Leviatã dita as
regras para tudo quanto é curso e ainda ocupa o sistema de todos os lados, seja
ofertando cursos gratuitamente seja injetando recursos em instituições
privadas.
Acontece que a pichação que eu citei é normativa, e não uma descrição factual. Ela quer dizer que a educação não deve ser
uma mercadoria. E aí eu pergunto: ora, e
por que não?
Ter a educação como mercadoria significaria apenas e tão somente que um
determinado conteúdo ou uma determinada competência poderia ter seu ensino
livremente ofertado por aquele que se julgasse em condições para tanto, em
troca de um preço por ele estipulado, ao passo que o interessado em adquirir
aquele conteúdo ou competência poderia livremente aceitar a oferta se desejasse
pagar o preço estipulado. Que mal há
nisso? Acaso é a educação alguma espécie
de bem sagrado que não poderia receber um preço? O educador teria que educar por uma espécie de
sacerdócio, sem receber para tanto? Por
quê?
Se há um problema normativo com relação à educação, a meu ver, ele está
representado pela tirania do estado, que determina, acima dos pais, o que
devemos aprender, quando e como. Dado que
os estatistas julgam que o estado sabe melhor do que o indivíduo o que é o melhor
para ele próprio, eles também julgam que haveria um grande mal em deixar os
indivíduos decidirem quais conhecimentos desejam para si e para seus filhos.
Pois
eu julgo que negar esse direito ao indivíduo é justamente tomar o cidadão como
uma criança a ser tutelada pelo pai estado. Ao decidirem que a educação não pode ser
mercadoria, decidem que o cidadão sequer pode decidir se quer ou não ser
educado. Ele é forçado a pagar pela
educação na forma de impostos, é forçado também a recebê-la e ainda a recebê-la
de uma dada maneira.
Nada pode ser mais avesso à liberdade individual do que um estado educador. Portanto, se tivermos que fazer algum reclame
sobre a educação, que seja para que ela se torne, sim, mercadoria. Um estado que tutela seu povo pretendendo que
isso seja um meio para o fim de esclarecê-lo não passa de uma grande farsa.
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Artigos sobre o assunto:
A obrigatoriedade do diploma - ou, por que a liberdade assusta tanto?
O Homeschooling nos EUA (e
no Brasil)
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