Isso aqui, ôô...
Brasil, 2016.
Os estados estão falindo.
As escolas estão sendo invadidas.
As câmaras legislativas estão sendo depredadas.
Os políticos estão sendo presos.
O dinheiro acabou.
Ninguém acredita na imprensa.
Ninguém acredita no governo.
Ninguém acredita nos sindicatos.
Ninguém acredita em partido político algum.
Somos o país
que mais mata.
O que mais burocratiza.
O que menos oferece retorno
dos impostos.
O que mais violenta
professores.
O que tem mais medo
de tortura policial.
O líder em mortes
por balas perdidas.
Somos o país que tem o Judiciário
mais caro do mundo.
A pior
infraestrutura entre as 20 maiores economias do mundo.
A saúde pública mais
ineficiente.
O Congresso mais
oneroso.
A social-democracia trabalhista tupiniquim faliu.
Nós odiamos os políticos, mas amamos o estado.
Nós desprezamos os partidos, mas adoramos vê-los com poder.
Nós rejeitamos o governo, mas cultuamos vê-lo administrando nossas carteiras.
Nós abominamos os serviços públicos, mas execramos as privatizações.
Nós denunciamos as gangues políticas, mas demonizamos quem ousa propor diminuir
seus domínios.
O Brasil é uma grande repartição pública condenada ao fracasso.
Ou a gente acaba com a nossa relação com o poder.
Ou a nossa relação com o poder acaba com a gente.
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