115º Podcast Mises Brasil - Tatiana Villas Boas Gabbi
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Dentre os temas recorrentes no debate entre defensores da liberdade de mercado e estatistas, a saúde é um dos destaques. Legitimados pela concepção constitucional de que a saúde é um direito, os estatistas consideram o sistema público de saúde um avanço social que pode ser aperfeiçoado se bem administrado e contar com mais verbas. Por outro lado, Austríacos, liberais e libertários, apontam os problemas intrínsecos aos serviços estatais, que sempre utilizarão a riqueza realocada dos tributos de forma menos eficiente do que a iniciativa privada, e o Sistema Único de Saúde (SUS) é a demonstração de que o sistema não funciona no Brasil.
Para explicar o problema do serviço de saúde no país da perspectiva da Escola Austríaca, o Podcast do IMB entrevistou a médica dermatologista e libertária Tatiana Villas Boas Gabbi. Criadora da página Médicos Libertários, Tatiana discorreu nesta entrevista sobre a distinção entre saúde e serviços na área de saúde para mostrar o equívoco contido na expressão mercantilização da saúde, citou as consequências econômicas da concepção política de saúde como um direito e os problemas da existência de um programa como o SUS.
Tatiana, que é coautora da tradução do livro Definindo a liberdade, do Ron Paul, apresentou argumentos que contrariam a ideia segundo a qual o sistema estatal de saúde beneficia os pobres e afirmou, ancorando-se em Rothbard, que quando o governo não intervém mediante tributos e regulamentações, há um aumento do poder aquisitivo das pessoas, uma redução dos custos dos profissionais de saúde e, como resultado, um aumento da concorrência e a queda nos preços do serviços. Mas ela não guarda qualquer otimismo quanto à hipótese da mudança no sistema no Brasil.
A entrevista também abordou a queda de braço entre governo e planos de saúde para ampliação das coberturas de atendimento e reajuste de preços e Tatiana criticou severamente o modelo de atendimento privado, afirmando que o mais adequado para consumidores e médicos é o seguro de saúde, não planos, que, de forma crescente, têm sido criticados pelos seus clientes pela dificuldade e falta de qualidade no atendimento, e pelos profissionais pela baixa remuneração. Para agravar o problema, segundo Tatiana, os médicos são ensinados na faculdade a verem a Medicina como um sacerdócio, não como um serviço a ser prestado aos clientes. Como resultado, são os profissionais os primeiros a pedir por mais intervenção do governo. “Mas quando apresento os argumentos aos meus colegas, eles vêem que há fundamento e concordam”.
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