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Economia

Como a Justiça do Trabalho atrapalha até mesmo sua felicidade

14/03/2017

Como a Justiça do Trabalho atrapalha até mesmo sua felicidade

A Justiça do Trabalho, uma das maiores responsáveis pela desigualdade de renda do país, definiu, por meio de sua mais alta corte, que caso a montadora Toyota dê um intervalo de 20 minutos a mais para que seus funcionários tomem café, a empresa terá de pagar por isso como se fossem horas extras -- ou seja, com diversos encargos e custos crescentes.

Agora, apenas reflita. Fosse você o CEO da Toyota, o que você faria:

I - incorporaria o intervalo como horas extras a todos os funcionários daqui pra frente, arcando com todos os encargos sociais e trabalhistas que isso acarreta; ou

II - cortaria de imediato o intervalo para café a fim de evitar esse gasto extra.

Obviamente, a opção mais racional seria a segunda opção. Especialmente em tempos de crise. 

A empresa terá de pagar, coercitivamente, pelos intervalos para café já ocorridos e pelas horas extras retroativas, o que representará um custo marginal em seu orçamento total.

Entretanto, e obviamente, para não mais incorrer nestas despesas trabalhistas e não acumular mais custos, ela fará o inevitável daqui para frente: cortará o benefício que havia disponibilizado aos seus empregados.

Ou seja, por causa da Justiça do Trabalho, a empresa agora possui incentivos para não conceder um intervalo extra de café para seus trabalhadores, tendo de seguir estritamente o que diz a retrógrada legislação em relação a como as jornadas devem funcionar.

É muito amor aos trabalhadores.

Mas isso não afeta apenas os funcionários da Toyota. Isso afetará a sua vida também, caro leitor trabalhador. Uma decisão desta emite um forte sinal para todos os empregadores do país: não conceda tal benefício ou você terá custos que não esperava em seu planejamento financeiro.

Tudo isso ilustra o grande atraso que a legislação trabalhista brasileira representa ao país.

Provavelmente os melhores ambientes de trabalho no mundo não seriam compatíveis, legalmente ou financeiramente, com o regime do direito do trabalho brasileiro. As cinco melhores empresas nas quais trabalhar, de acordo com a revista Fortune -- Google, WengmansFoodMarkets, BCG, Baird e Edward Jones --, possuem rotina e jornadas tão diferenciais e adaptáveis, com programas a cada dia mais inovadores, que seria impossível que fossem reproduzidos no Brasil.

Absolutamente tudo o que essas empresas promovem em relação à qualidade de vida de seus funcionários enfrentaria o retrógrado pensamento dos juízes trabalhistas brasileiros -- especialmente seus programas de incentivos para premiar o desempenho pessoal, que geram no empregado um senso de crescimento pessoal e de autossuficiência.

Se você um dia leu sobre as melhores empresas do mundo nas quais trabalhar, aquelas que trazem o nível mais alto de satisfação e felicidade pessoal ao empregado, esqueça a hipótese de isso chegar ao Brasil. Até que a CLT seja derrubada, isso não ocorrerá.

Um brinde à mentalidade socialista da Justiça do Trabalho.

Solução

A Justiça do Trabalho está sedimentada em uma ideologia retrógrada e anti-humanitária, que ainda acredita na teoria marxista da exploração, concluindo que todo trabalho é necessariamente um sofrimento humano.

Talvez isso venha da comprovada infelicidade que funcionários públicos, como juízes trabalhistas, vivenciam em seu dia a dia. (De fato, deve ser difícil ter paz de espírito). Ou talvez seja o resultado de um típico delírio megalômano, um sentimento que faz com que eles se sintam como heróis prestes a salvar o oprimido trabalhador de todo o mal que o capitalismo gera. Se eles apenas soubessem o quanto essa atitude prejudica a todos, inclusive aos mais pobres.

Os danos que a Justiça do Trabalho causa ao país são inimagináveis e incomensuráveis. Entretanto, a solução para todos eles é muito fácil de ser visualizada: extingui-la de imediato


Sobre o autor

Geanluca Lorenzon

Geanluca Lorenzon é consultor empresarial em uma das maiores firmas do mundo. Foi Chief Operating Officer (C.O.O.) do Instituto Mises Brasil e advogado. Pós-graduado em Competitividade Global pela Georgetown University.

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