83º Podcast Mises Brasil - Adrualdo Catão
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Após críticas e pressão de entidades médicas, universidades e políticos, na quarta-feira passada, dia 31 de julho, o governo federal desistiu da sua proposta de aumentar em dois anos o curso de medicina, período no qual o estudante seria obrigado a trabalhar na atenção básica e emergência do Sistema Único de Saúde (SUS). Porém, como tem sido a marca do PT na presidência e é a estratégia de sempre da esquerda, primeiro se apresenta uma ideia para ver se é aceita e, se houver reação contrária, muda-se a aparência da proposta inicial para se conseguir o mesmo objetivo sem uma contraposição tão forte quanto a anterior. Agora, o governo federal propõe, com o aval de uma comissão de especialistas em educação e saúde e da Associação Brasileira de Educação Médica, que a residência passe a ser obrigatória a partir de 2018 e que o primeiro ano de todas as residências seja realizado no SUS.
Quando o Podcast do IMB entrevistou o advogado, professor e doutor em Teoria e Filosofia do Direito, Adrualdo Catão, a proposta inicial do governo ainda estava valendo, mas a aparente mudança não invalidou a crítica vigorosa apresentada por ele: trata-se de uma posição claramente autoritária cujo objetivo é instituir um serviço civil obrigatório.
“O artifício que o governo usou é o de dizer que esses dois anos são só um incremento no curso e que na verdade não está havendo serviço civil obrigatório, o que é obviamente uma falácia, já que o argumento e o motivo na mudança da regra não é acadêmico, não é porque se discutiu e verificou que o curso de medicina precisa de mais dois anos para que a formação do médico seja aprimorada. Não tem nada disso. A decisão é para obrigar os estudantes a trabalhar no SUS”, afirmou o professor, numa crítica que se mantém atual mesmo com a “nova” proposta do governo.
Professor de Filosofia do Direito da Graduação e do Mestrado da Faculdade de Direito de Alagoas, Adrualdo tem se destacado na área acadêmica da sua região como um defensor das ideias da liberdade. Neste podcast, ele apresenta argumentos contrários à reserva de mercado defendida e mantida pelas entidades de médicos, que conseguem, com apoio dos políticos, impedir a abertura de novas faculdades de medicina, e rejeita a “solução” do governo federal para enfrentar o problema da suposta falta de médicos no país, seja importando médicos cubanos seja obrigando os estudantes de medicina a trabalharem compulsoriamente para o SUS.
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