80º Podcast Mises Brasil - Gabriel Oliva
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O que tem sido construído nos últimos anos permite alimentar um certo otimismo quanto ao futuro da Escola Austríaca no Brasil. O interesse vem aumentando de forma consistente e a dedicação de estudantes universitários pelos estudos do pensamento Austríaco podem ser verificados não só na internet e na participação em eventos regionais, nacionais e internacionais, mas nos trabalhos acadêmicos que utilizam o instrumental teórico da Escola Austríaca, alguns dos quais publicados no site do IMB. Este Podcast, inclusive, já entrevistou alguns de seus autores com a finalidade de dar visibilidade e debater a teoria. De fato, está em gestação um grupo de estudiosos que poderá, no futuro, fazer com que a Escola Austríaca tenha importância e influência nas universidades e no debate público.
Um dos bons exemplos desse momento especial da Escola Austríaca no Brasil é Gabriel Oliva, estudante do curso de economia da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA-USP), que está revisando a sua monografia de conclusão de curso sobre "A controvérsia entre Hayek e Knight sobre a teoria do capital". Em entrevista ao Podcast do IMB, Gabriel, que conquistou no ano passado o Prêmio Donald Stewart Jr.promovido pelo Instituto Liberal (RJ), explica os fundamentos dessa controvérsia teórica a partir das concepções dos dois autores e disserta sobre a teoria do capital de acordo com a Escola Austríaca.
“Se eu pudesse resumir essa controvérsia em poucas palavras eu diria que ela é, em primeiro lugar, um debate a respeito de qual é o papel do fator tempo na teoria do capital. Para Hayek, o tempo é fundamental. É impossível entender o capital sem reconhecer que a produção é um processo no tempo, ou seja, que há um intervalo de tempo entre a aplicação de insumos e a obtenção do produto. Para Knight, o tempo não tem praticamente relevância alguma. Para ele, é duvidosa sequer a possibilidade de atribuir um significado preciso ou algum conceito preciso de produção. E mesmo que possamos determinar um conceito, o tempo necessário para produzir algum serviço, segundo Knight, seria um mero detalhe técnico, do qual não poderíamos inferir absolutamente nada de importante para a economia”.
Nesta entrevista, Gabriel também falou sobre a criação e o trabalho do Grupo de Estudos de Escola Austríaca queajudou a criar junto com outros estudantes da FEA-USP (Thomás de Barros, Felipe Farah, Felipe Durazzo, André Castro e Felipe Passero) e que funcionou pouco menos de um ano e foi desativado pela incompatibilidade de horários de seus integrantes. O blog, porém, foi mantido, mesmo que não seja mais atualizado. O estudante narrou ainda a sua experiência no Mises University (organizado pelo Mises Institute) e no Advanced Austrian Economics (promovido pela Foundation for Economic Education - FEE) e, com base na sua experiência, disse porque um estudante ou interessado na Escola Austríaca deve participar desses dois eventos nos Estados Unidos.
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