Economia
O déficit do governo americano segue nas alturas
O governo americano caminha para um déficit de mais de US$ 2 trilhões
O déficit do governo americano segue nas alturas
O governo americano caminha para um déficit de mais de US$ 2 trilhões
De acordo com o relatório mensal do Departamento do Tesouro americano sobre gastos e arrecadação de impostos, o governo federal dos Estados Unidos ainda está seguindo seu curso para terminar o ano fiscal com mais de dois trilhões de dólares em nova dívida. E há qualquer sinal, até o momento, de uma mudança significativa nos padrões de gasto desde que Donald Trump assumiu a presidência no final de janeiro.
Os Estados Unidos estão agora no sexto mês do ano fiscal (que começou em 1º de outubro) e o déficit federal total para o ano fiscal já chega a 1,3 trilhão de dólares, o que representa um aumento de 23% em relação ao mesmo período do ano passado. Nesse ritmo, o déficit federal total para o ano fiscal provavelmente ficará em torno de 2,6 trilhões de dólares.
Déficit total do governo federal americano durante os primeiros 6 meses do ano fiscal (outubro - março) em milhões de dólares.
Esses déficits enormes são impulsionados, em grande parte, por gastos federais gigantescos e, durante os seis primeiros meses deste ano fiscal, os gastos do governo federal aumentaram 9,7% em relação ao mesmo período do ano passado, subindo de 3,3 trilhões de dólares para 3,6 trilhões.
O que isso significa em relação à atual administração? Os apoiadores do governo, é claro, provavelmente vão destacar apenas os números de fevereiro e março, buscando algum sinal de que os gastos federais mudaram significativamente desde que o governo Trump assumiu.
Por esse critério, o tamanho do déficit realmente caiu. No período de dois meses de fevereiro e março (os dois primeiros meses completos do segundo mandato de Trump), o déficit federal caiu, na comparação anual, para 467 bilhões de dólares. Isso representa uma redução em relação ao déficit de 532 bilhões registrado no mesmo período do ano passado. A queda no déficit, no entanto, não ocorreu devido a nenhuma mudança significativa nos gastos. Foi resultado do aumento na arrecadação de impostos. Em outras palavras, a fonte de receita do governo dos EUA durante o período mudou da tributação futura (isto é, gastos deficitários financiados por empréstimos, que recaem sobre os pagadores de impostos) para a tributação presente (receitas tributárias atuais). Isso apenas significa que o governo federal foi mais eficiente em extrair riqueza e renda da economia por meio da cobrança de impostos durante o período.
A estatística que realmente importa, os gastos federais, caiu apenas 0,4% nos dois primeiros meses do segundo mandato de Trump, em comparação com o mesmo período do ano anterior. Ou seja, os gastos federais em fevereiro e março deste ano totalizaram 1,131 trilhão de dólares. O total gasto no mesmo período do ano passado foi de 1,136 trilhão de dólares.
Gastos do governo federal americano durante o bimestre fevereiro-março, em milhões de dólares.
Até o momento, não há um fim próximo para esses imensos gastos totais. Embora o Departamento de Eficiência Governamental (DOGE) do governo Trump, chefiado por Elon Musk, tenha inicialmente afirmado que poderia cortar um trilhão de dólares dos gastos federais, esse número foi recentemente revisado para baixo em 85%, para US$ 150 bilhões.
Além disso, essas alegações de corte orçamentário estão sendo contraditas por novos anúncios dos planos de Trump de aumentar os gastos discricionários sem tocar nos gastos não discricionários.
Será preciso muito mais do que alguns cortes na margem para mudar a trajetória atual do governo americano para déficits anuais contínuos de mais de 2 trilhões de dólares. Até o momento, nem o governo Trump nem o Partido Republicano no Congresso demonstraram ter planos para cortes significativos.
Déficits anuais totais por ano fiscal, em milhões de dólares, com o valor para 2025 representando apenas o valor dos primeiros 6 meses.
Este artigo foi originalmente publicado no Mises Institute.
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Nota: as visões expressas no artigo não são necessariamente aquelas do Instituto Mises Brasil.
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