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A Era do Vírus: uma época de loucura e tolice

18/04/2025

A Era do Vírus: uma época de loucura e tolice

Em algum momento no início da “Era do Vírus”, meu termo para o desastre de vários anos que enfrentamos do início de 2020 até algum momento de 2023 ou 2024, decidi arquivar as trocas de e-mails com algumas amigas sobre esse momento peculiar da história do nosso país.

Talvez eu tenha pensado, na época, que um registro escrito poderia me ajudar a entender a base e os resultados do que poderia se tornar uma era histórica, o que acabou se revelando prudente, já que passamos de “duas semanas para achatar a curva” para o que agora equivale a quatro ou cinco anos eternos, dependendo de como se conta a passagem do tempo.

A revisão dessas trocas de e-mails arquivadas hoje revela algumas das principais questões e diferenças de opinião que afetaram a todos nós. Algumas delas se concentram na mera tolice da Era dos Vírus, outras na loucura que afetou muitos.

Uma amiga de faculdade, moradora nativa de Nova Iorque que mora no centro de Manhattan, descreveu como considerava arriscado demais sair de seu pequeno apartamento compartilhado de um quarto, por isso mandava entregar as compras e lavava tudo com água sanitária antes de guardar na cozinha. Ela não se aventurou a sair do apartamento durante todo o tempo, nem mesmo para tomar um pouco de ar fresco. Aparentemente, ela não sofre de claustrofobia.

Outra amiga, que mora no norte da Califórnia, contou que teve seu cabelo cortado por uma cabeleireira que manteve seu salão aberto, desafiando as regulamentações de lockdown do governo estadual, continuando a ganhar a vida quando tantos trabalhadores foram forçados a ficar desempregados como “não essenciais”.

Outra amiga, que mora em Connecticut, reagiu com resistência quando mencionei as liberdades e direitos que os americanos perderam durante os lockdowns. “Que liberdades e direitos?”, ela perguntou, aparentemente sem entender o ponto. “Bom,” respondi, “que tal a liberdade de expressão garantida pela Primeira Emenda, o direito de participar de cerimônias religiosas à escolha de cada um, o direito de se reunir pacificamente e de fazer petições ao governo para reparar injustiças?”. Nunca mais tive notícias dela depois disso.

No começo de 2021, quando as primeiras vacinas começaram a ser disponibilizadas, observei meus vizinhos no sul da Califórnia, onde moro, lutando para conseguir um dos primeiros horários disponíveis. Alguns chegaram a dirigir mais de 160 quilômetros para receber uma injeção experimental de uso emergencial que, mais tarde, se provou ineficaz para impedir a transmissão do vírus e ainda causou efeitos colaterais prejudiciais em determinados grupos da população, além de aparentes efeitos de longo prazo semelhantes à síndrome da fadiga crônica ou fibromialgia.

Quando me perguntavam se eu havia me vacinado, respondia com educação que era uma questão pessoal, mas que pretendia confiar no meu próprio sistema imunológico, que sempre funcionou bem ao longo da minha vida, já tendo chegado aos 70 e tantos anos naquela época. Fiz isso corretamente e consegui evitar qualquer sintoma durante toda a Era do Vírus, embora vários amigos e vizinhos que ouviram minha explicação tenham recuado diante de meus comentários, alguns deles se afastando visivelmente de mim, como se a regra da distância de quase 2 metros não fosse suficiente para evitar que eu os infectasse.

Durante os anos restantes das restrições impostas na chamada Era do Vírus, eu basicamente ignorei os decretos e ordens oficiais, evitei usar máscara sempre que possível e me perguntava até que ponto eu ficaria irritada se alguém tentasse, de fato, me tocar fisicamente para impor alguma regra.

Foi realmente uma época de loucura e tolice ao mesmo tempo, em que o comportamento humano normal simplesmente desapareceu. Tentando entender aquilo tudo, cheguei à conclusão de que quase todo mundo foi lançado em modo “luta ou fuga”, uma reação fisiológica do corpo diante de uma ameaça percebida, liberando hormônios como a adrenalina que preparam o organismo para enfrentar o perigo (“lutar”) ou escapar rapidamente (“fugir”). Em essência, um mecanismo de sobrevivência diante de uma situação que o cérebro entende como perigosa.

Entrar nesse modo significa que as pessoas deixaram de usar o córtex cerebral, a parte pensante do cérebro, e passaram a agir com base em uma espécie de “cérebro reptiliano”, uma região mais primitiva do cérebro. O bom senso e o julgamento equilibrado se tornaram praticamente impossíveis para muita gente, porque elas mesmas desligaram sua capacidade de raciocínio mais elevado e passaram a viver sob um estado constante de medo. Imaginei que essa entrega coletiva ao medo pode ter sido uma das formas mais disfuncionais de comportamento humano já vistas fora de contextos de guerra ou desastres naturais. Superar esse medo exigia um esforço pessoal e deliberado de cada indivíduo.

Vários meses após o início desse período, comecei a expressar dúvidas sobre o fechamento de escolas, prevendo com precisão retrocessos para que alunos de todos os níveis alcançassem e mantivessem o desempenho acadêmico. Isso foi comprovado, como confirmaram os resultados dos testes da Avaliação Nacional de Progresso Educacional (NAEP, na sigla em inglês). Durante toda a Era do Vírus, previ (e ainda prevejo) que os EUA observarão em 10 a 15 anos uma geração de jovens adultos analfabetos ou semianalfabetos que não alcançaram resultados satisfatórios. Se as habilidades de leitura não forem ensinadas em um momento importante da vida das crianças, quando o cérebro humano é receptivo nesse estágio de desenvolvimento, será muito difícil recuperar o tempo perdido posteriormente. Vários vizinhos, professores aposentados do ensino fundamental, se opuseram vigorosamente às minhas opiniões, dizendo que as crianças são resistentes e podem facilmente compensar as deficiências de instrução, o que, obviamente, provou não ser o caso.

Fiquei surpresa com o fato de que uma economia inteira pudesse ser súbita e completamente desativada por medo de um vírus respiratório, forçando tantos americanos a ficarem desempregados, dependendo da distinção feita pelos órgãos reguladores do governo entre trabalho “essencial” e “não essencial”.

Anthony Fauci declarou audaciosamente que “ataques a mim são ataques à ciência”, como se ele fosse o “Sr. Ciência”, o próprio “Cara da Ciência”. O fato de Trump ter permitido que Fauci basicamente governasse o país por meses a fio não é bom para nenhum dos dois. Deborah Birx, que também recebeu uma plataforma de apoio de Trump, não foi muito melhor. Parece, no entanto, que ninguém será responsabilizado pelas maldades cometidas em nome da saúde pública e da “ciência”.

Podemos ter esperanças de que nosso país não será submetido a uma repetição desse infeliz evento e das políticas mal elaboradas implementadas em seu rastro. Entretanto, como dizem, esperança não é um plano. Uma vez que tenham conseguido forçar isso na garganta dos americanos, os atores políticos ávidos por poder podem conseguir repetir isso quando algum outro desastre natural ou de saúde pública surgir no futuro.

 

Este artigo foi originalmente publicado no Mises Institute.

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Nota: as visões expressas no artigo não são necessariamente aquelas do Instituto Mises Brasil.

Sobre o autor

Jane L. Johnson

É professora de Economia em Osher Lifelong Learning Institute.

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