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Cinco anos depois, nós lembramos como os governos iniciaram a tirania da Covid

18/03/2025

Cinco anos depois, nós lembramos como os governos iniciaram a tirania da Covid

Há cinco anos, políticos e burocratas enlouqueceram e devastaram inutilmente a liberdade dos americanos. A pandemia de Covid-19 forneceu o pretexto para destruir centenas de milhares de empresas, trancar igrejas, fechar escolas e colocar efetivamente centenas de milhões de americanos em prisão domiciliar. Apesar de todos os sacrifícios forçados, a maioria dos americanos contraiu Covid e mais de um milhão foram registrados como mortos pelo vírus.

O título do meu primeiro ataque contra a histeria pandêmica, publicado em 24 de março de 2020 no Daily Caller, foi: “O teatro de segurança da pandemia é autodestrutivo e não nos tornará mais seguros”. Zombei das proclamações do presidente Trump sobre ser um “presidente em tempos de guerra lutando contra um inimigo invisível”. Presidentes em tempos de guerra facilmente fingem estar em uma missão divina para esmagar toda resistência. Alertei: “A pandemia ameaça abrir as Caixas de Pandora do autoritarismo. Permitir que governos adquiram poderes quase ilimitados com base em extrapolações frágeis sobre taxas de infecção condenará nossa república.”

Desde o início da pandemia, o Mises Institute esteve na vanguarda ao condenar políticas que destruíram a prosperidade em nome da saúde pública. Em um artigo publicado em 19 de maio de 2020 no Mises Institute, intitulado “Amputando a economia”, observei: “A resposta política à Covid-19 é assustadoramente semelhante às justificativas dos cirurgiões da Guerra Civil para cortar braços e pernas... Enquanto os políticos alegarem que as coisas teriam sido piores se não tivessem amputado boa parte da economia, poderão se apresentar como salvadores.”

Morando na região de Washington, tive um lugar privilegiado para testemunhar algumas das maiores absurdidades da Covid-19. Depois que as autoridades federais alimentaram o pânico, placas com os dizeres “Eu Acredito na Ciência” começaram a brotar como cogumelos nos jardins, logo acompanhadas de cartazes com “Obrigado, Dr. Fauci”. Para mim, esses cartazes pareciam assustadoras decorações de um Halloween que nunca terminou.

Thoreau forneceu minha referência para a pandemia: “Um homem corre tantos riscos quanto se arrisca”. Eu sabia que o isolamento me deixaria muito irritadiço mais do que deveria. Eu já havia sobrevivido à gripe muitas vezes nas décadas anteriores e não achava que a Covid iria me deixar em maus lençóis. Eu era colíder de um grupo de caminhadas que continuou caminhando quase todos os fins de semana durante a pandemia.

Mas os políticos dificultaram ainda mais esse tipo de passeio. Em fevereiro de 2021, o presidente Biden decretou que o uso de máscaras era obrigatório nos parques nacionais. Provavelmente, 95% dos mais de 320 milhões de hectares administrados pelo National Park Service ficam vazios 95% do tempo. A única “evidência” para justificar essa exigência era o fato de que muitos apoiadores de Biden ficavam apavorados ou furiosos sempre que viam alguém sem máscara. Rapidamente, essa nova regra se tornou um programa de benefícios para pequenos aspirantes da Stasi.

Nas minhas trilhas, eu avisava aos participantes que o uso de máscara era opcional, mas reclamar sobre o que os outros estavam ou não estavam usando era proibido. O decreto de Biden ajudou a transformar o C & O Canal Towpath - um dos meus lugares favoritos para caminhar - em um verdadeiro reduto de superioridade moral. A trilha tinha cerca de três metros de largura na maior parte do percurso, mas era uma questão de princípio. Várias vezes, pessoas furiosas gritavam comigo porque eu não estava usando máscara enquanto caminhava ao ar livre. Se algum fiscal de máscara fosse particularmente insistente, eu apenas dava de ombros e perguntava: “E como vai a sua terapia?”

Os moradores de Washington se orgulham de ser mais inteligentes e bem-educados do que a maioria dos outros americanos (ok, talvez com exceção de São Francisco e Boston). Eles instintivamente sabiam que a submissão total era a única esperança de sobreviver à pandemia e que maximizar o ódio era a chave para garantir a obediência. Depois que Biden ordenou que 100 milhões de adultos recebessem a vacina contra a Covid, ele passou a ridicularizar os não vacinados como potenciais assassinos em massa, dizendo que tudo o que eles queriam era “a liberdade de matar você” com o vírus. (A Suprema Corte derrubou a maior parte desse mandato de vacinação ilegal.)

Graças à campanha de medo de Biden, quase metade dos eleitores democratas apoiava prender os não vacinados em centros de detenção do governo, segundo uma pesquisa da Rasmussen no início de 2022. O mesmo levantamento mostrou que quase metade dos democratas defendia que o governo multasse ou até prendesse pessoas que questionassem publicamente, nas redes sociais, a eficácia das vacinas contra a Covid-19. O governo Biden lançou uma campanha massiva de censura nas redes e além delas, silenciando milhões de americanos que duvidavam das autoridades federais.

Naquele momento, a maioria dos adultos americanos já estava vacinada, mas as injeções estavam falhando de forma catastrófica contra a nova variante da Covid. O país registrava um milhão de novos casos por dia - principalmente entre os vacinados - e a maior parte das mortes por Covid estava ocorrendo entre os totalmente vacinados.

Mas os “melhores e mais brilhantes” de Washington mantiveram sua fé absoluta em uma resposta centralizada e autoritária à pandemia. A prefeita do Distrito de Columbia, Muriel Bowser, decretou que qualquer pessoa não vacinada e sem um comprovante de imunização estava proibida de entrar em restaurantes, bares, academias ou espaços de reunião sob sua jurisdição. Os moradores mais abastados de Washington correram alegremente para baixar aplicativos gratuitos que permitiam ao governo monitorar seus deslocamentos e seu status de saúde. O novo aplicativo tinha um logotipo estiloso que rapidamente se tornou o símbolo máximo de status.

Parei de organizar trilhas dentro dos limites de DC - eu não iria, de forma alguma, compactuar com o sistema de castas biomédico de Bowser. Mas, no início de 2022, acabei indo até DC para me despedir de um editor que estava se mudando para o sul. Ao sair da estação de metrô Dupont Circle, dei uma escapada de uma chuva torrencial e entrei rapidamente em uma cafeteria sofisticada. Em cada mesa, um aviso em letras garrafais: “Máscaras no rosto e cartões de vacina na mão!” Os clientes eram intimados: “Todos os cafés e restaurantes… são OBRIGADOS pelo Gabinete da Prefeita a verificar os cartões de vacina dos clientes que quiserem consumir no local. Obrigado por nos ajudar a cumprir as regulamentações locais para continuarmos abertos!” Por que esse estabelecimento simplesmente não anunciava o slogan: “Venha tomar um café com a Gestapo!”? Caí fora antes que alguém pedisse meu passaporte vacinal.

Fiquei perplexo ao ver pessoas pagando US$ 6,50 por um café para serem tratadas pior do que presos em condicional. Dupont Circle abriga alguns dos moradores mais bem-educados de DC. E, quanto mais diplomas acumulavam, mais submissos pareciam se tornar. Exibir seu cartão de vacina era uma prova de superioridade moral e intelectual sobre qualquer um que ousasse resistir a mais uma humilhação.

Mas a história era bem diferente em Anacostia, a região mais pobre da cidade, onde surgiu um dos heróis desconhecidos da pandemia. A taxa de vacinação entre os negros era muito mais baixa, e o decreto da prefeita efetivamente transformou muitos deles em cidadãos de segunda classe. Bowser, Fauci e uma equipe de filmagem da PBS saíram batendo de porta em porta em Anacostia, pressionando os moradores a tomarem a injeção.

Um homem na casa dos 30 anos atendeu à porta de sua casa geminada, viu Fauci e as câmeras de TV e desmascarou toda a encenação: “A campanha de vocês é baseada no medo. Vocês atacam as pessoas com medo. É disso que essa pandemia se trata.” Ele desprezou a aprovação relâmpago da vacina: “Nove meses definitivamente não são tempo suficiente para ninguém sair tomando uma vacina que vocês inventaram.” Na realidade, a Casa Branca de Biden havia pressionado a FDA para conceder, sem justificativa adequada, a aprovação final da vacina da Pfizer. Com as câmeras ainda gravando, ele disse, furioso, para Fauci e Bowser: “O povo dos Estados Unidos não está satisfeito com as informações que nos deram até agora.” Você pode assistir ao embate de Fauci na “campanha de vacinação” em Anacostia no vídeo da PBS aqui.

Fauci e a equipe da PBS provavelmente saíram dali convencidos de que aquele era exatamente o tipo de ignorante que se recusava a se submeter e ser “salvo”. Fauci justificava as imposições da Covid alegando que os cidadãos comuns "não têm capacidade" para decidir o que é melhor para eles. Mas, apesar de tomar todas as doses de reforço possíveis, ele mesmo foi devastado pela Covid pelo menos três vezes. Suas fraudes começaram a ser expostas, incluindo seu papel no financiamento secreto da pesquisa irresponsável de ganho de função - aquela que escapou do Instituto de Virologia de Wuhan e matou sete milhões de pessoas no mundo todo. Em vez de ganhar um Prêmio Nobel, Fauci teve sorte: no último dia de Biden na presidência, recebeu um perdão presidencial total por qualquer crime que tenha cometido na década anterior.

Mas que tipo de cientista “salvador” precisa de um perdão presidencial, afinal?

Um vírus com mais de 99% de taxa de sobrevivência gerou uma presunção de 100% a favor do despotismo. O governo não assume nenhuma responsabilidade pelas injeções que impõe nem pelas liberdades que destrói. A pandemia de Covid-19 deveria ensinar aos americanos a nunca confiar cegamente em “especialistas” que prometem que dar a eles poder ilimitado garantirá a segurança de todos. No fim das contas, as pessoas têm mais a temer dos políticos do que dos vírus.

À esquerda: foto do café frequentado pelo autor em 2022, com um cartaz exigindo máscaras e passaportes de vacina dos clientes, como relatado no texto.

À direita: foto do autor em abril de 2020 utilizando a máscara obrigatória.

 

Este artigo foi originalmente publicado no Mises Institute.

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Nota: as visões expressas no artigo não são necessariamente aquelas do Instituto Mises Brasil.

Sobre o autor

James Bovard

É autor de dez livros, dentre eles Public Policy Hooligan, de 2012

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