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Política

O maior vilão da Covid recebe seu perdão

24/02/2025

O maior vilão da Covid recebe seu perdão

Se você se lembra, o governo Biden teve um início notavelmente desastroso em 2021.

Quase imediatamente, o então presidente e seus aliados se empenharam em impor uma série de políticas questionáveis, restrições e censura ao público americano. Um exemplo claro disso foi a vacina contra a Covid-19, que inicialmente era voltada para idosos e grupos de risco, mas passou a ser incentivada até mesmo para bebês de seis meses.

Biden chegou a acusar os estados que suspenderam a obrigatoriedade do uso de máscaras de terem um pensamento "neandertal", apenas para depois ver esses estados apresentarem resultados melhores do que aqueles que mantiveram as restrições.

Gráfico 1: “Neandertais vs. Ciência”. Em laranja, a evolução do número de casos por milhão dos estados do Missouri e do Texas que tiraram a obrigatoriedade de máscaras em março de 2021. Em preto, a evolução do número de casos/milhão dos estados do Michigan, Nova Jersei e Nova Iorque que mantiveram a obrigatoriedade das máscaras. A primeira marcação é uma declaração dada por Joe Biden em 03 de março de 2021 na qual ele diz que “a retirada da obrigatoriedade de máscaras nos estados do Missouri e do Texas é um ‘pensamento neandertal’”.

 

É claro que eles também trabalharam incansavelmente - e, infelizmente, com muito sucesso - para censurar opiniões contrárias nas redes sociais, pressionando agressivamente plataformas como Facebook e Twitter. Depois veio a tentativa de impor os passaportes de vacina.

Felizmente, essa medida foi barrada, mas Biden tentou obrigar empresas privadas a demitirem funcionários não vacinados. Além disso, ele manteve a proibição de entrada de viajantes não vacinados no país por anos, mesmo depois de ficar claro que isso não impediria a propagação do vírus.

Com políticas inconstitucionais sendo impostas aos americanos tão pouco tempo após a posse de um governo tão desastroso como o de Biden, parecia difícil imaginar que as coisas poderiam piorar. Mas pioraram.

 

O extremismo da pandemia de Biden nos deu um último presente

Obviamente, dado o extremismo e a negação da realidade de seu governo em relação à Covid, faz sentido que Biden, enquanto estivesse no cargo, fizesse de tudo para evitar qualquer tipo de prestação de contas ou consequências para algumas das figuras mais influentes da pandemia.

Entre elas, a principal foi o agora ex-diretor do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas, Anthony Fauci.

A quantidade de erros, mentiras descaradas e desinformação intencional promovida por Fauci durante a pandemia foi – e ainda é – de cair o queixo:

  • Disse que a hipótese do vazamento de laboratório era apenas uma teoria da conspiração;
  • Teve grande influência no fechamento das escolas;
  • Ajudou a instaurar os lockdowns;
  • Declarou no programa 60 Minutes que as máscaras não funcionavam, explicando cientificamente por que elas não impediriam a infecção, para então mudar de posição em poucas semanas sem qualquer explicação;
  • Desconsiderou a imunidade natural após a infecção por Covid, apesar de ter explicado anteriormente que a imunidade natural contra a gripe era forte o suficiente para dispensar a vacina;
  • Criticou governadores como Ron DeSantis por reabrirem seus estados antes do que ele considerava adequado, mas ignorou quando esses estados não tiveram os surtos massivos que ele previa;
  • Afirmou que os estados que seguissem suas recomendações sobre máscaras e outras medidas se sairiam melhor do que aqueles que não seguissem – algo que foi rapidamente provado falso;
  • Se recusou a admitir que estava errado sobre qualquer uma dessas políticas;
  • Mentiu sobre a eficácia das vacinas, alegando que eram 100% eficazes e previu que bastaria vacinar 50% dos adultos para impedir novos surtos;
  • Permaneceu em silêncio enquanto os passaportes de vacina foram implementados em meados de 2021, mesmo quando já se sabia que as vacinas não impediam a transmissão do vírus;
  • Apoiou as políticas extremas de vacinação de Joe Biden e a campanha de medo sobre um “inverno de doença grave e morte” para os não vacinados em 2021-2022, que claramente era divisiva, agressiva e imprecisa;
  • E, à medida que essas políticas foram sendo desmentidas uma a uma, simplesmente negou qualquer envolvimento na criação delas.

 

Gráfico 2: Casos diários/milhão de habitantes (em preto, eixo y na esquerda) e % da população com ao menos uma dose da vacina (em laranja, eixo y à direita) do estado de Vermont (estado governado pelos democratas com lockdowns e restrições mais rígidas). A primeira declaração destacada, de 20 de março de 2021, foi dada por Fauci e dizia que “com 70% dos adultos vacinados com vacinas tão eficazes como essas, o risco de um grande aumento de casos é extraordinariamente baixo”. A segunda declaração destacada foi dada em 3 de junho de 2021 onde Fauci afirmou que “com 50% da população adulta vacinada, eu sinto de forma correta que não veremos aquelas ondas de Covid 19 que vimos no passado”.

 

Gráfico 3: Comparativo de casos diários/milhão de habitantes entre os estados da Flórida (laranja) e Nova Iorque (preto). A primeira marcação (em laranja) se refere a data 25 de setembro de 2020, quando a Florida retirou as principais medidas de restrição da pandemia. A segunda é de 28 de setembro de 2020, quando Fauci deu uma declaração sobre “[a situação da] Flórida ser muito preocupante”. A terceira é uma declaração do coordenador de resposta à Covid do Governo Biden, Andy Slavitt, que, no dia 01 de outubro de 2020, afirmou que “a Flórida não aprendeu com Nova Iorque e não irá ter sucesso abrindo a economia agora”. A quarta marcação é uma declaração dada em 09 de outubro de 2020 pelo infectologista Michael Osterholm que afirmou que “[devido ao fim das restrições] a Flórida seria uma casa pegando fogo”.

 

Essa é apenas uma pequena lista resumida, que nem sequer inclui outras declarações e ações indefensáveis de Fauci durante a pandemia.

E ele vai sair impune de tudo isso.

Alguns políticos, especialmente o senador Rand Paul, têm pressionado para que Fauci seja responsabilizado por algumas de suas mentiras, principalmente no que diz respeito aos depoimentos que deu ao Congresso sobre o que sabia a respeito das pesquisas de ganho de função no laboratório de Wuhan e sua possível ligação com o surgimento do vírus em 2019.

Com uma nova administração e maiorias republicanas em ambas as casas do Congresso, parecia que finalmente haveria uma oportunidade para Fauci enfrentar as consequências que merece. Mas então, no último momento, os assessores de Joe Biden intervieram para proteger o Dr. "Eu Sou a Ciência" Fauci, um de seus aliados políticos mais influentes.

Em mais um abuso sem precedentes do poder político, Biden anunciou que estava concedendo um perdão presidencial a Anthony Fauci, juntamente com vários outros agentes da esquerda, em uma ação que retroage até 2014.

"A emissão desses perdões não deve ser interpretada como um reconhecimento de que qualquer indivíduo cometeu alguma irregularidade, nem sua aceitação deve ser vista como uma admissão de culpa por qualquer crime", disse Biden em seu comunicado. "Nosso país tem uma dívida de gratidão com esses servidores públicos por seu incansável compromisso com a nação."

E, claro, Fauci aceitou o perdão, garantindo que ficaria permanentemente protegido de qualquer tentativa de responsabilizá-lo por suas ações.

"Deixe-me ser absolutamente claro: não cometi nenhum crime e não há qualquer base para qualquer alegação ou ameaça de investigação criminal contra mim. No entanto, o simples fato de essas ameaças infundadas serem levantadas, e o risco de que possam ser levadas adiante, causa um sofrimento imensurável e intolerável para mim e minha família. Por essas razões, reconheço e aprecio a decisão do presidente Biden em meu favor", declarou Fauci.

Fauci disse ao seu amigo Jim Acosta, da CNN, que se sentia aliviado por escapar de qualquer responsabilização.

"É uma sensação boa, e estou grato ao presidente por isso", disse Fauci, segundo a conta de Acosta no X.

"Não fiz nada de errado. Certamente nada criminoso. Nenhuma base para isso", afirmou Fauci.

Acosta continuou, dizendo que Fauci estava preocupado com o fato de que legisladores republicanos tentariam responsabilizá-lo por possivelmente ter mentido ao Congresso.

"Fauci disse que estava cada vez mais preocupado com as ameaças direcionadas à sua família e citou as audiências no Congresso no ano passado, quando legisladores republicanos o acusaram de cometer crimes durante sua liderança na resposta americana à pandemia. Fauci acrescentou que a Casa Branca de Biden expressou preocupação com o ‘sofrimento imensurável’ que essas ameaças estavam causando à sua família."

Depois de tudo isso, depois de todos os discursos sobre “democracia”, “normas institucionais” e “ninguém está acima da lei”, Biden subverteu o processo democrático, destruiu as normas de responsabilidade e perdão presidencial e garantiu que aqueles que compartilham e defendem sua ideologia permaneçam intocáveis pela lei.

Fauci afirmar que não fez nada de errado é o auge do absurdo. Claro que fez. A lista de seus erros é, literalmente, interminável. Ele quase certamente enganou o povo americano e o Congresso sobre o que sabia a respeito do vazamento de laboratório e quando soube disso. Sua defesa e ativismo político foram responsáveis por prejudicar milhões de pessoas por meio de restrições, fechamento de escolas, lockdowns e passaportes de vacina.

Ele nunca pediu desculpas por nada disso. Pelo contrário, ridicularizou aqueles preocupados com seus direitos e liberdades.

Embora as chances de Fauci enfrentar consequências severas por suas ações fossem pequenas, pelo menos uma audiência no Congresso, comandada pela oposição, poderia ter revelado algumas verdades ou até declarações incriminatórias. Agora, é provável que nem isso aconteça, porque Joe Biden decidiu que ser membro do Partido Democrata significa estar imune a qualquer crítica ou responsabilização.

Se Fauci não fosse um aliado da esquerda política, a mídia estaria em fúria diante dessa injustiça. Mas, como sempre, quando envolve um democrata, a história é (D)iferente.

Juridicamente, talvez haja pouco a ser feito a nível federal. Mas todos, absolutamente TODOS, sabem que Fauci estava errado, que mentiu, distorceu e encobriu informações, e que é perfeitamente possível que ele tenha ajudado, ainda que indiretamente, a financiar a criação e liberação do coronavírus. Todos sabemos.

 

Este artigo foi originalmente publicado no Brownstone.

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Nota: as visões expressas no artigo não são necessariamente aquelas do Instituto Mises Brasil.

Sobre o autor

Ian Miller

É o autor de “Unmasked: The Global Failure of COVID Mask Mandates”. Seu trabalho foi destaque em transmissões de televisão nacionais, publicações de notícias nacionais e internacionais e referenciado em vários livros best-sellers cobrindo a pandemia. Ele escreve um boletim informativo no Substack, também intitulado “Unmasked”.

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