As fragorosas incoerências de quem se diz socialista e progressista
Os socialistas oferecem favores, subsídios e segurança econômica, nenhum dos quais podem ser mantidos, tampouco gerar os resultados pretendidos. E, tão logo essas políticas se revelam um fracasso retumbante, eles despreocupadamente ignoram suas consequências como se nada tivessem a ver com isso.
Eles dão mais valor a palavras bonitas e a declarações de boas intenções do que às reais consequências e realidades de seus atos. Eles estão em constante guerra com a natureza humana. Eles são o equivalente intelectual daquele traficante de drogas que tenta criar dependência e impor um paternalismo sobre os outros. Eles parecem adorar a burocracia por sua própria natureza, pois se opõem a todas as idéias voltadas para reduzi-la.
Como bem disse Ludwig von Mises, ainda em 1944, em seu livro Burocracia:
Os proponentes do socialismo chamam a si próprios de progressistas, mas defendem um sistema que se caracteriza pelo mais rígido imobilismo, pela mais estrita manutenção da rotina, e por uma resistência a todo e qualquer tipo de avanço e de aumento da eficiência.
Eles gostam de se dizer liberais, mas defendem medidas que aniquilam a liberdade individual.
Eles se dizem democratas, mas anseiam por uma ditadura (desde que estejam no comando).
Eles se dizem revolucionários, mas querem tornar o governo onipotente.
Eles prometem as bênçãos do Jardim do Éden, mas planejam transformar o mundo em um gigantesco DETRAN. Todos os indivíduos meros balconistas seguindo ordens do burocrata do alto escalão.
Que utopia sedutora! Que causa mais nobre pela qual lutar!
Os socialistas progressistas defendem a concentração poder nas mãos de pessoas cujo caráter faz delas as mais suscetíveis à corrupção. Eles defendem a espoliação das pessoas "para o seu próprio bem". Seus esquemas sempre são compulsórios, nunca voluntários. Eles têm desdém pelas mais elementares lições de economia e de história porque juram que, se da próxima vez tentarem com mais afinco, tudo será diferente.
Um alerta aos "socialistas bem intencionados": governo grande atrai gente de caráter abominável
Um dos mais negligenciados argumentos contra o "socialismo democrático" -- um que os socialistas progressistas mais ignoram -- é aquele que enfatiza a inevitável conexão entre governo grande e caráter abominável.
Os socialistas progressistas mais sonhadores dizem que irão eleger e formar um governo virtuoso, um governo formado por homens e mulheres, negros e brancos, gays, heterossexuais e transgêneros honestos, humildes, sábios, sensatos, independentes, responsáveis, incorruptíveis, respeitosos e com uma visão voltada para o futuro do país.
Tal raciocínio mostra como os socialistas progressistas são profundamente contraditórios. Eis o ponto principal: quanto maior e mais poderoso se torna o governo, menores são as chances de ele atrair pessoas com essas virtudes.
Vocês "socialistas democráticos" ainda não perceberam quão baixas e asquerosas as campanhas políticas se tornaram? Mentiras cabeludas e distorções gritantes já se tornaram uma característica corriqueira da política atual. Óbvio: o prêmio almejado por esse gente é o poder de mandar em nossas vidas e a licença para controlar um orçamento trilionário, comprando favores com o dinheiro dos outros e ganhando agrados. A consequência inevitável disso é a deterioração do caráter de quem está em busca desse prêmio.
Por que uma pessoa genuinamente boa e bem intencionada iria querer se sujeitar a essa imundície? Pessoas genuinamente boas querem é manter distância desse esgoto, deixando o campo aberto para todos os tipos de demagogos desprezíveis. A menos que você goste de chafurdar na lama com os porcos, você simplesmente irá querer distância dessa gente.
Se um "socialista progressista e democrático" diz querer entrar no governo para adotar medidas mais socialistas, então sabemos qual o seu real caráter.
Lord Acton famosamente disse, há mais de um século, que "o poder corrompe, e o poder total corrompe totalmente". Embora ele tenha acertado na mosca, ainda cabe um acréscimo: "O poder atrai os corruptos".
Se você, socialista democrático e progressista, defendeu essa monstruosa expansão do governo federal nas últimas décadas, ou possui uma lista de coisas que gostaria que o governo fizesse a mais, pois acredita que ele ainda não faz o bastante, você não tem direito de sair por aí parolando sobre como a política está fétida e sobre como seria bom se tivéssemos políticos bons e honestos. Você é parte do problema. Um governo agigantado, que se intromete em tudo e que detém amplos poderes regulatórios sobre a sociedade e a economia, como você defende, é, por sua própria e inevitável natureza, sujo e desonesto. Esse é o tipo de gente que ele irá atrair. E é isso que o poder concentrado sempre gera.
É uma ingenuidade -- comprovada empiricamente pela história -- acreditar que pessoas boas e honestas irão permanecer boas e honestas se elas detiverem o poder de gerenciar e redistribuir um orçamento trilionário anualmente, regulando cada aspecto da nossa vida e da economia. Esse tipo de poder pode transformar um santo em pecador em um curtíssimo espaço de tempo.
Quanto mais o governo cresce, mais pessoas sem caráter ele atrai. Quanto mais as regulamentações e os poderes do estado se expandem, mais a liberdade do indivíduo honesto encolhe prol do crescimento dos escroques. Apenas pense adiante e tente imaginar como será o futuro caso o governo federal continue crescendo a este ritmo, como defendem os socialistas progressistas. Daqui a algumas décadas, quando ele estiver controlando 50, 60 ou mesmo 70% da renda nacional, ele estará repleto de tipos arrogantes, manipuladores, de fala bonita mas de caráter desprezível. Não serão pessoas sábias e sensatas o bastante para perceber que não são sábias e sensatas o bastante para controlar nossas vidas e regular a economia. E então, quando finalmente vocês perceberem que colocaram os piores dentre nós no controle de uma máquina espoliadora gigantesca, será tarde demais.
O poder atrai pessoas ruins e pessoas ruins não saem de cena sem causar estragos.
Governo grande, com grandes poderes, atrai gente sem caráter. Socialistas progressistas, que são os mais incansáveis defensores desse arranjo, parecem simplesmente não entender isso.
Conclusão
Ao contrário do que dizem os socialistas progressistas, a escolha entre capitalismo e socialismo não é uma mera escolha entre sistemas alternativos de organização social, uma preferência a ser dada a um sistema em relação a outro. Essa alternativa não existe.
Como disse Mises em Ação Humana:
O socialismo não pode ser realizado porque está além dos poderes do homem instaurá-lo como um sistema social. A escolha é entre o capitalismo e o caos.
Um homem que escolher entre beber um copo de leite e um copo com cianureto de potássio não estará escolhendo entre duas bebidas: estará escolhendo entre a vida e a morte. Uma sociedade que escolher entre capitalismo e socialismo não estará fazendo uma escolha entre dois sistemas sociais: estará escolhendo entre a cooperação social e a desintegração da sociedade.
O socialismo não é uma alternativa ao capitalismo; é uma alternativa na qual os homens não viveriam como seres humanos. A tarefa da economia é demonstrar esse fato, assim como a tarefa da biologia e da química é mostrar que o cianureto de potássio não é uma bebida, mas um veneno mortal.
______________________________________________
Leia também:
O que é realmente o socialismo e qual o seu maior problema
O socialismo e a mentalidade assistencialista destroem a moral e tornam as pessoas egoístas
Só é socialismo enquanto funciona; quando deixa de funcionar, nunca foi socialismo
O socialismo necessariamente requer métodos brutais para ser implantado
O socialismo venezuelano:
pessoas comendo cachorros, saqueando supermercados e morrendo de inanição
Comentários (33)
Deixe seu comentário