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Economia

Rapidinhas filosóficas

18/01/2016

Rapidinhas filosóficas

É um erro comum atribuir valor supremo à democracia quando, na verdade, ela basicamente nada mais é do que um método prático para eleger governos. A liberdade individual e a dignidade humana são valores; a democracia é um mecanismo.

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Não é que em tempos da loucura geral a voz da razão permanece em silêncio -- ela simplesmente não é ouvida.

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O grande erro da modernidade é a crença de que se pode abandonar a virtude em favor da legislação.

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Todo o progresso neste mundo foi alcançado a grandes custos. No entanto, ainda há muitas pessoas que querem riqueza, liberdade e segurança gratuitamente, como se fossem direitos humanos. Ao não reconhecermos como essas conquistas foram obtidas, bem como o que é necessário para mantê-las, será apenas uma questão de tempo para que o progresso acabe.

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A paciência dos brasileiros é tão grande que às vezes parece beirar a masoquismo.

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Quando uma empresa está à beira da falência, os gerentes quase sempre reconhecem que não foi por falta do dinheiro, mas sim por falta de novas ideias. O Brasil está hoje nessa situação, como todos reconhecem -- com a exceção do próprio governo.

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Nossos sistemas políticos foram concebidos em uma época em que o líder de uma nação tinha um poder extremamente limitado. Hoje, ao contrário dos séculos passados, nenhum homem em sã consciência iria, voluntariamente, conceder tamanhos poderes para os governantes, pois está ciente das ferramentas que estão à disposição deles para manipular e destruir.

Em nosso tempo, mesmo Hobbes seria um libertário.

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Os libertários devem saber lidar com o fato de que sua filosofia vai diretamente contra a resistência emocional das pessoas.  Embora o libertarianismo tenha toda a racionalidade ao seu lado, a psicologia humana atua contra o credo libertário.

E é assim porque nossa educação, desde a infância até o início da vida adulta, é, tanto dentro da família quanto dentro da escola, norteada por um ideal socialista. 

Quando bebês, somos recebedores em tempo integral do assistencialismo.  Quando crianças, somos ensinados a dividir, a controlar nosso egoísmo, e a demonstrar amor e afeição por nossos superiores.  Depois, aprendemos o que dizer e o que fazer.  Na escola, somos ensinados a respeitar autoridades públicas e políticas, e a seguir regras como um grupo e não mais como um indivíduo, como ocorria dentro da família.

Toda essa socialização propicia o surgimento de uma mentalidade socialista.

Abandonar este credo não é algo que ocorre automaticamente.  É necessário um profundo e trabalhoso esforço intelectual.  A pergunta é: quantas pessoas são capazes de uma observação racional?  A maioria dos problemas políticos resulta do fato de que a maioria das pessoas transporta os valores de sua infância e adolescência para a vida adulta, com a consequência de que elas permanecem infantis em sua mentalidade e coletivistas em suas atitudes.


Sobre o autor

Antony Mueller

É doutor pela Universidade de Erlangen-Nuremberg, Alemanha e, desde 2008, professor de economia na Universidade Federal de Sergipe.

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