A matéria reveladora sobre as pedaladas fiscais
O keynesianismo e o marxismo habitam o Palácio do Planalto desde que a dupla Guido Mantega e Arno Augustin tomou posse. O que é pior, essa linha heterodoxa de política econômica reflete precisamente o pensamento da presidente Dilma, conforme revela a matéria por meio da afirmação de um ex-ministro: "A presidente achou no Arno alguém que pensa como ela".
Mas é interessante tomarmos ciência de que havia dissenso no Tesouro e, ao menos, alguns servidores enxergavam que as medidas tomadas pelo governo estavam comprometendo a saúde fiscal e, possivelmente, o próprio crescimento econômico do país. De fato, os técnicos do Tesouro inclusive previram o rebaixamento da classificação de risco do Brasil no relatório sigiloso ao qual o Valor Econômico teve acesso.
Arno, porém, ignorou os avisos e manteve sua convicção. Mantega também. Tudo com a benção da própria presidente Dilma. O desastre fiscal está aí para todos verem e não há contabilidade criativa que conseguirá mascarar a realidade desta vez.
Por fim, resta claro que não adianta trocar a equipe econômica quando a crença de Dilma na heterodoxia é inabalável. Conforme desabafou Arno: "Fizemos tudo o que ela pediu e agora ela nomeia o Levy? Isso não vai dar certo. Eu a conheço".
A matéria do Valor retrata os bastidores das pedaladas fiscais. Contudo, ela revela muito mais do que apenas esse episódio, pois é uma perfeita ilustração de como toda a política econômica foi (e é) conduzida no governo Dilma. Todos os ingredientes estão lá: o dirigismo, a desconfiança no mercado, a fé nos estímulos fiscais, o autoritarismo, a arrogância, a incapacidade de ouvir, e a convicção de que, especialmente para 2014, o ano das eleições, tudo era justificável.
Alguma dúvida sobre em quem deve recair a culpa pela pior crise econômica brasileira em quase um século?
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