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Economia

O establishment treme

08/12/2012

O establishment treme

A matéria de capa da Carta Capital -- a Velha Cara da Nova Direita -- é ilustrativa do desespero dos estatistas que gravitam em torno do governo bem como de seus satélites intelectuais.

Não me recordo de outro exemplo tão patente de péssimo jornalismo, da linha que distorce, que manipula, que mente, que desinforma.  Por que os estatistas estão usando expedientes maliciosos e até contraproducentes?

Pressuponho que o vertiginoso crescimento do movimento libertário esteja incomodando e que tenha sido tardiamente percebido como ameaça.  Os líderes da mentalidade estatista devem ter se dado conta de que o movimento libertário possui características similares às que a chamada "esquerda" detinha ao decolar há duas gerações.

O movimento libertário é formado por jovens universitários, de todas as classes sociais, dotados de um conhecimento notável.  São jovens com iniciativa e que, de forma espontânea e descentralizada, estão fundando institutos, partidos, e toda uma rede comprometida com a liberdade.  Dado o alcance nacional e a abrangência sócio-econômica e cultural, já surgem alguns líderes com capacidade política, outros com destaque jornalístico, e também escritores.  O ativismo nas redes sociais é a herança atávica do finado movimento esquerdista que mais deve assustar os estatistas.

O establishment estatista só pode ser deslocado por um movimento de base, articulado de baixo para cima com um momentum ainda mais pronunciado do que o do movimento esquerdista de outrora.

O erro fatal de julgamento dos estatistas, e do autor da matéria em especial, é a leitura de que o movimento é centralizado e articulado de cima para baixo por algumas figuras da geração anterior, as quais eles conhecem de suas batalhas "esquerda-direita".  Eles julgam que, se conseguirem constranger ou perseguir esses figurões ou certas "fontes de financiamento", vencerão batalhas importantes.  Mas não somente eles se equivocaram em identificar boa parte dos "líderes" do movimento, como também não perceberam que o movimento libertário não possui "chefes" como o estatismo, que chegam nas reuniões com a ata impressa e simulam uma democracia entre seus apoiadores-satélites. 

O movimento libertário é acéfalo, descentralizado, e exatamente por esses motivos, ultra-resiliente.  Ademais, a massa crítica para um crescimento exponencial sustentável provavelmente já foi alcançada, talvez há um ano ou dois.  Não há chance alguma de vitória do estatismo nos médio e longo prazos, e seus covardes ataques terão o efeito previsto na teoria da estrela-do-mar austrolibertária -- um organismo ainda mais resiliente e poderoso.


Sobre o autor

Helio Beltrão

Helio Beltrão é o presidente do Instituto Mises Brasil.

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