O
brilhante economista
Thomas
Sowell certa vez
disse
que:
A primeira lição da economia é a da
escassez: nunca há uma quantidade suficiente de alguma coisa de modo a
satisfazer todos que a desejam.
Já a primeira lei da política é ignorar a
primeira lição da economia.
A
política econômica do governo tem insistido em ignorar as leis econômicas. Mas
as leis econômicas não têm ideologia. E, assim como a lei da gravidade, as
leis econômicas agem inexoravelmente sobre todas as pessoas (e governos
também!).
Vejamos
os dez pecados capitais da política econômica do governo Dilma.
1.
Inflação
A
definição clássica de inflação é 'aumento na quantidade de dinheiro na
economia'. O que causa esse aumento da
quantidade de dinheiro na economia é a expansão do crédito feita pelo sistema
bancário, que pratica reservas fracionárias, e pelo Banco Central, que protege
e dá sustentação a este sistema. (Mais detalhes aqui).
Aumento
de preços, portanto, é uma mera consequência da inflação. A desvalorização da moeda é a consequência dessa
política de inflação.
Os pobres são sempre os
mais prejudicados.
Não
é culpa da China nem da falta (ou excesso) de chuvas. Tampouco são o tomate ou
o chuchu os grandes vilões da inflação. Por meio do Banco Central, somente o
governo pode imprimir moeda. A leniência com a perda de poder de compra do real
está cada vez pior. O centro da meta da inflação já não é perseguido há alguns
anos, e não há perspectiva de atingi-lo rapidamente. O IPCA
dos últimos 12 meses está em 6,75%.
2.
Bancos Públicos
Fazendo
ressurgir os velhos problemas das décadas perdidas, hoje os bancos públicos são
responsáveis por mais da metade de todo o estoque de crédito no país. E como a
expansão creditícia é essencialmente uma forma de criar moeda, Banco do Brasil,
Caixa Econômica Federal e BNDES são hoje grandes motores da inflação
brasileira.
Veja
todos os detalhes aqui.
3.
Controle de preços
Se
controlar os preços funcionasse, o Plano Cruzado teria sido
um sucesso.
O
preço da energia elétrica é controlado, o preço do petróleo está
artificialmente represado, as tarifas de transporte público são determinadas
por vontade política, o preço do crédito (taxa de juros) é manipulado etc.
E
apesar disso tudo, o IPCA está acima do teto. Alguém acredita que esse índice
realmente reflete o aumento
do custo de vida da classe trabalhadora?
Controlar
preços é receita para o
desastre.
4.
Maquiagem das contas públicas
Qual
o déficit orçamentário do governo? Com ou sem os dividendos do BNDES? Com ou
sem os restos a pagar? A dívida líquida desce, mas a dívida
bruta só sobe? Qual importa?
Transparência
não é o forte deste governo. E as contas públicas estão cada
vez menos inteligíveis. Querem esconder os sintomas, mas a doença permanece
intocada. O quadro fiscal está cada
vez mais preocupante, e maquiar o problema só piora a situação.
5.
Estatais
Esse
item mereceria uma lista própria, pois a quantidade de estatais sendo usadas
para condução da política do governo é infindável.
Seja
a Petrobras tabelando preços do petróleo em território nacional, seja a Eletrobras destruindo seu próprio caixa ao reduzir as tarifas de maneira populista, seja o BNDES
direcionando crédito subsidiado aos campeões nacionais
eleitos pelo governo, o uso político de empresas importantes à economia
nacional é temerário.
Já
vimos esse filme antes. E nos custou muito caro. Os prejuízos começam a
avolumar-se. Em algum momento a conta irá chegar e, como sempre, quem paga são
os mais pobres, com juros e correção monetária.
6.
Falta de Investimentos
Uma
economia só cresce de forma sustentável com aumento de produtividade. E para
isso é preciso poupança e investimentos, duas
varáveis que despencaram no governo Dilma.
Especialmente
no setor privado, falta
confiança e regras claras para poder investir. O enorme programa
de concessões está sendo
um fracasso. As excelentes oportunidades na área de infraestrutura
permanecem sem serem aproveitadas. E não é por falta de apetite dos
investidores (domésticos e internacionais).
Com
infraestrutura precária, o custo Brasil inviabiliza diversos investimentos.
7.
Hiperatividade e microgerenciamento da economia
Alguém
se lembra quantos pacotes de estímulos foram lançados pelo Ministro Mantega nos
últimos anos? Nada
menos do que trinta!
Reduz
imposto daqui, sobe acolá, concede subsídios ao setor agrícola, remove isenções
do setor XPTO, altera alíquota do IPI temporariamente de forma permanente,
estimula a linha branca, desestimula a linha preta, determina a taxa de retorno
dos investidores das concessões de infraestrutura, aumenta as tarifas de
importação para "estimular" a indústria nacional etc.
É
pacote demais e arbitrariedade demais. Como diz o velho ditado: muito ajuda
quem não atrapalha. Neste ponto, menos é mais.
8.
Crescimento econômico, incerteza e desconfiança
Todos
esses pontos geram o pior sentimento possível na economia: a insegurança.
A
incerteza sobre o que o governo fará amanhã paralisa os empresários. A
incerteza sobre novas políticas gera desconfiança nos investidores
internacionais.
A economia patina e os
trabalhadores começam a sentir insegurança com relação a sua própria
estabilidade de emprego e, consequentemente, adiam compras mais relevantes.
Nesse
cenário, crescimento econômico é milagre.
9.
Errar é humano, botar a culpa nos outros mais ainda
Aos
olhos da equipe econômica, se há alguma patologia na economia brasileira, a culpa é externa.
Ora
é a crise financeira, ora é o desaquecimento chinês, ora é a safra agrícola mundial,
ora é a política do Federal Reserve, ora são os preços das commodities etc.
Já
é passada a hora de olhar para o próprio umbigo.
10.
Equipe econômica
Dilma
acha que entende de economia, Alexandre Tombini obedece, Guido Mantega é
keynesiano e Arno Augustin é marxista. Deste
pecado, decorrem todos os outros.
Adicione
uma boa dose de corrupção e uma grande pitada de burocracia e os males da
política econômica do governo se tornam ainda piores.
É
preciso mudar. Mudar já. Mas quem está no comando não concorda com esse
diagnóstico. Desconhecem ou ignoram a
doença. Quem está no comando não quer
mudar a fórmula, apenas alterar a dose. Remédio
errado e na dose errada.
No
curto prazo, para tentar curar o paciente, só nos resta tentar mudar quem está no
comando.