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Política

O pavoroso Al Gore

04/11/2009

O pavoroso Al Gore

A imprensa brasileira compreensivelmente não está noticiando os trambiques do seu garoto-modelo, por isso temos de recorrer a fontes estrangeiras.

Como noticia o britânico Telegraph, Al Gore pode se tornar o primeiro sujeito no mundo a faturar um bilhão de dólares exclusivamente por causa das "políticas verdes" que ele tanto advoga.

O que tem de errado nisso? Explico:

Ano passado, a empresa da qual Al Gore é parceiro, uma private equity chamada Kleiner Perkins, emprestou 75 milhões de dólares para uma pequena empresa da Califórnia.  Essa empresa californiana, chamada Silver Spring Networks, produz hardware e software com o intuito de deixar as redes elétricas mais eficientes.

Até aí, beleza.  Não há nada de errado nisso.

Mas eis que na semana passada entra em cena o Departamento de Energia americano e anuncia subsídios de 3,4 bilhões de dólares para tais empreendimentos.  Do total, mais de 560 milhões foram destinados para concessionárias de utilidade pública com as quais a Silver Spring tem contratos.

Isso significa que a Kleiner Perkins de Al Gore, que entrou com meros 75 milhões de dólares, poderá colher lucros estrondosos nos próximos anos, cujas estimativas chegam a 1 bilhão de dólares.

Quando um sujeito enriquece no livre mercado, isso significa que ele teve êxito em ofertar bens e serviços que os consumidores estavam demandando.  Trata-se de um arranjo puramente voluntário e meritocrático.  Agora, quando um sujeito membro da elite política utiliza o aparato estatal para se tornar ainda mais rico, isso significa que ele teve êxito em espoliar os contribuintes de seu país.

Mas temos de reconhecer o espírito empreendedor de Al Gore.  Primeiro o indigitado sai percorrendo o mundo promovendo suas mentiras climáticas.  Isso lhe rende um Nobel e o servilismo de toda a imprensa mundial (a imprensa brasileira certamente é uma das mais sabujas.  É praticamente impossível encontrar uma linha sequer criticando Gore).

Logrado êxito na promoção do terrorismo ambiental, Gore passa a promover intervenções estatais geradoras de pobreza alheia (e enriquecimento próprio).  A intenção é fazer com que o mundo retorne ao modo de vida do início do século XX.  Países mais espertos e que estão preocupados em enriquecer, como China e Índia, simplesmente ignoram as políticas preconizadas pelo charlatão.  No Brasil, o sujeito tem um ardoroso fã clube midiático liderado por Sérgio Abranches - que, sendo sociólogo, está perfeitamente apto a palpitar com firmeza e desenvoltura sobre questões climáticas das quais nem os cientistas do MIT se sentem seguros para falar.

Uma vez implementadas tais políticas pelo congresso americano, Gore apenas se ocupa de coletar os milhões de dólares que passam a jorrar dos contratos que ele tem com as empresas que ele ajudou a enriquecer por meio dos subsídios do estado.  Fecha-se o ciclo de investimento. 

Pelo menos ficou explícito agora quais são - e sempre foram - as reais intenções de Gore.

Ou seja: foi transformado em ícone do humanismo um sujeito que cria factóides para arrebatar receitas polpudas do contribuinte.  E não se enganem: isso não é problema exclusivo dos americanos.  Quando as políticas algorianas forem implantadas no Brasil, seu suado dinheirinho será utilizado para benefício de empresas e empresários com boas conexões com o estado. 

E tudo em nome do verde e com todo o apoio da mídia.  Simplesmente não haverá como nos defendermos.  Como dizem em Minas, "Nós tamo a pé".

Sobre o autor

Leandro Roque

Leandro Roque é editor e tradutor do site do Instituto Ludwig von Mises Brasil.

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