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Quo Vadis Portugal? – Retrato de um país arruinado pelo Socialismo

19/01/2024

Quo Vadis Portugal? – Retrato de um país arruinado pelo Socialismo

Portugal é um país europeu sem cultura de Liberdade, embora pense que a tem. É um país onde não existe alternativa ao Socialismo, já que em democracia a alternância politica é entre um partido Socialista e um Partido Social Democrata, sendo que em Portugal, este último é considerado um partido de direita. Direita, uma palavra proibida desde o Estado Novo. Entre si, PSD e PS alternam no governo desde o fim da ditadura, tendo os socialistas governado o país em 20 dos últimos 27 anos.

Também o Liberalismo é um termo relativamente novo para a maioria dos portugueses, genericamente associado à austeridade como consequência das medidas liberais que o antigo primeiro-ministro Social Democrata Pedro Passos Coelho tomou, coincidentes com a necessidade de ajuda externa, herança do governo socialista imediatamente anterior.

Passos quis ir além da Troika, pagar a divida e liberalizar a economia na tentativa desesperada de crescimento e cortou muito no estado, tomando medidas impopulares entre funcionários públicos e pensionistas, mesmo aqueles que não foram visados nas medidas.

Eis que o mito se propagou: Direita é Fascismo, Liberalismo é Austeridade, enquanto a esquerda, que tira com uma mão o que oferece com a outra, permanece popular.

Portugal começou a divergir dos países europeus no fim dos anos 1990 e, atualmente, os países que se encontravam no antigo bloco soviético já nos ultrapassaram.

Um quinto dos portugueses mora fora do país e, de acordo com o professor português Nuno Palma, “esta é uma proporção que só se verifica em caso de guerras e calamidades”. Uma pesquisa recente refere mesmo que 30% dos jovens nascidos em Portugal encontra-se a residir no estrangeiro, o que num país onde a média é de 1,03 filho e o sistema de Segurança Social, um verdadeiro esquema Ponzi, depende destes para ser viável, não tem como subsistir. Desta forma, anualmente o Estado tem injetado cerca de 7 a 7,5 bilhões de euros para manter a segurança social.

Como sabemos, não há ajuda estatal sem extorsão ao “contribuinte”. Apesar dos socialistas dizerem orgulhosamente que a carga fiscal portuguesa é inferior à média da União Europeia (representa 37,6% do PIB vs 41,3% da média europeia, segundo dados de 2020), o conceito de esforço fiscal não é considerado e, neste campeonato, Portugal é o 6º país europeu com maior esforço fiscal. Estamos a falar de uma realidade em que o salário mínimo está em €820 e o salário médio €1.314. Esta perigosa proximidade desincentiva a produtividade e a ambição de estudos superiores, e abranda alguns setores de atividade. Os médicos ganham em média €1.760, e os policiais, que enquanto escrevo estas linhas se manifestam à porta da Assembleia da República, têm como salário base €907. Um policial em Portugal ganha pouco mais que o salário mínimo.

O desemprego no país também está ligeiramente acima da média europeia. Não é fácil contratar, não é fácil despedir, não é fácil ser empresário em Portugal.

As empresas são, assim como os indivíduos, sufocadas em impostos: IRC, IVA, IUC, ISV (os dois últimos sobre veículos), IMI, AIMI, IMT (imóveis), e ainda têm de garantir o pagamento do salário mínimo. Os trabalhadores custam muito caro às empresas em Portugal. No início deste ano, com a nova atualização salarial para €820, os empregadores passam a ter que pagar mais €1.000 ao estado por cada trabalhador, sendo que as confederações patronais já pediram ao governo um alívio do montante a descontar para a Segurança Social. A resposta foi um redondo “não, porque há que manter a sustentabilidade do sistema”.

Este ano o país vai a eleições. Eleições fora do tempo, após a demissão do Primeiro-Ministro Socialista envolvido num escândalo de corrupção. Não há propostas eleitorais que procurem liberalizar a economia. Da esquerda à direita, só se fala em taxar: empresas, gasolineiras, banca.

Da esquerda à direita, só se fala em aumentar salários mínimos de forma imtervencionista. Fala-se até, mesmo considerando o exposto nestas linhas, em aumentar pensões de reformados para €1.000.

Portugal é um país que sabe acolher quem nos visita, porque, como qualquer português sabe, arrumamos sempre a casa para as visitas e é no turismo arrecadamos todas as distinções. Ironicamente, um país que de forma corajosa se lançou a descobrir o mundo tem tanto medo da liberdade.

 

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Nota: as visões expressas no artigo não são necessariamente aquelas do Instituto Mises Brasil.

Sobre o autor

Cláudia Nunes

Coordenadora do LOLA (Ladies of Liberty Alliance) Portugal

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