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Os veículos elétricos vão desaparecer

Basta que seus verdadeiros custos se tornem claros

17/04/2023

Os veículos elétricos vão desaparecer

Basta que seus verdadeiros custos se tornem claros

Nota do Editor

Quando a pauta ESG virou moda em diversos países, além do mercado de capitais, outra vítima foi o mercado automobilístico. Sem considerar os custos, a pauta da eletrificação é colocada goela abaixa dos consumidores e fabricantes, e países como Brasil estão aderindo à insana pauta sem considerar os efeitos perversos que a população mais pobre terá que pagar.

Na entrevista reproduzida abaixo, queremos demonstrar como as premissas de Ludwig von Mises sobre o intervencionismo estão mais atuais que nunca.

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“A Agência de Proteção Ambiental planeja anunciar novos e rígidos padrões de emissão de escapamento projetados para forçar efetivamente a indústria automobilística a eliminar gradualmente a venda de carros movidos a gasolina”, relata o jornal The Verge, com a manchete provocativa: “O fim está próximo para os carros movidos a gasolina”.

O ESG (meio ambiente, social e governança) é a mais nova religião e todos nós sabemos quem são seus seguidores. Proprietários de veículos elétricos cantam “Hallelujah” quando saem de suas garagens. A classe investidora evangelista do ESG acredita que a nova crença está apenas começando.

Em entrevista a Maggie Lake, da Real Vision, o investidor Harris Kupperman, conhecido como Kuppy, disse: “Bem, acho que estamos chegando ao fim do ESG, o que provavelmente é uma coisa boa, honestamente”. Ele explicou:

“É como as religiões que surgem, chegam ao auge e desaparecessem. Ninguém mais pratica as religiões romanas. Posso citar três dos deuses, sou formado em História Romana.

“Essas coisas crescem, atingem o pico, e essa pequena religião do ESG já existe há algum tempo. Ela atingiu o pico. E agora haverá alguma adesão persistente, mas acho que a grande maioria dos investidores quer ganhar dinheiro. E é ótimo se eles estiverem fazendo algo que tenha um bem social, mas a maioria deles só quer economizar para a aposentadoria”.

E a febre dos carros elétricos?

Quanto a todos aqueles Teslas sofisticados cortando você silenciosamente no trânsito, seus motoristas demostrando superioridade, pensando que estão salvando o planeta, Kuppy os vê seguindo o caminho do T-Rex.

"Eu acho que os veículos elétricos vão ser algo que você vai a um museu com seus filhos e fica tipo ‘uau, isso foi um beco sem saída evolucionário, no qual desperdiçamos trilhões de dólares nisso’. Não, acho que não há futuro para os veículos elétricos”.

"Sério, por quê?" Lake se perguntou horrorizada.

Em seguida, Kuppy vem com os fatos que ambientalistas amadores e agentes do governo não consideram.

“Porque os veículos elétricos destroem energia. Existe esse conceito chamado EROI, que é a taxa de retorno da energia investida. Em um veículo elétrico, coloca-se mais energia do que se gasta. E, como resultado, é como uma regra termodinâmica - não funcionará a menos que seja subsidiado.

“Qual é a razão dos veículos elétricos? É porque supostamente produzem menos carbono. Mas, se considerarmos todo o ciclo de vida de um veículo elétrico, ele não usa menos carbono. É melhor ter um beberrão de gasolina”.

Bom, talvez os proprietários de carros elétricos não sejam tão heroicos quanto acreditam.

Kupperman diz que, sem subsídios do governo, os consumidores se limitarão aos veículos com motor de combustão interna (ICE). Na verdade, mesmo com subsídios, a maioria das pessoas, como Kupperman, comprará veículos ICE. Mas sempre haverá esnobes.

“[Se] você meio que quer ser um esnobe e dizer que tem um carro elétrico, então seja um esnobe. É uma coisa legal de se ter se você quiser mostrar que tem alguma coisa. No meu caso, eu tenho um caminhão. Não me incomoda em nada e tenho orgulho dele.

“No entanto, se o carbono é a coisa com a qual você está se preocupando, você está se preocupando com o custo total de uso do carro ou a energia que entra versus a energia que sai. Praticamente qualquer componente que você olhar, é melhor ter apenas um motor de combustão interna. E esses motores realmente ficaram muito eficientes nos últimos dois anos”.

Kupperman aponta que, à medida que os veículos elétricos envelhecem, os proprietários verão o que acontece com a degradação das baterias com íon de lítio.

“A bateria de íon de lítio é um componente tão grande do custo total de um carro que, quando se estiver no quinto ou sexto ano e tiver que substituir 30 a 40% do custo inicial do seu carro, as pessoas vão perceber que o custo vitalício de possuir um veículo elétrico é astronomicamente alto”.

Assim, na visão de Kuppy, a adoção diminuirá e os proprietários desses veículos terão dúvidas e perceberão que seus carros elétricos são veículos terríveis.

ESG é destruição de riqueza

No que diz respeito ao ESG, é apenas um imposto sobre a humanidade, de acordo com Kupperman.

“E isso será um prejuízo real para seis bilhões de pessoas que querem um padrão de vida melhor, se não puderem pagar as coisas para tirá-las da pobreza de maneira eficaz”.

Kupperman acredita que a demanda contínua por energia é imparável e o governo só vai piorar as coisas.

“Eles vão tentar todos os tipos de coisas estúpidas. Os governos historicamente fazem coisas realmente estúpidas que pioram os problemas. Essa é a história dos governos. Presumo que eles tentarão todo tipo de coisa que falhará. E tudo o que fará será destruir a oferta por causa da interferência do governo em sua capacidade de fazer seus negócios.”

Quando Lake perguntou sobre uma possível interferência do governo, Kupperman respondeu:

“Sim, eles provavelmente vão tentar impostos sobre lucros excessivos. Eles provavelmente vão tentar proibições de exportação, limites de preços e todo tipo de outras coisas. E o resultado líquido é que as pessoas vão pegar seus dividendos e ir para a praia - elas não vão perfurar o solo em busca de petróleo. Acho que é quase inevitável que o governo pegue um problema e o transforme em uma crise”.

Sim, uma crise de energia está a caminho, cortesia do estado.

Sobre o autor

Douglas French

É o diretor do Ludwig von Mises Institute do Canadá. Já foi o presidente do Mises Institute americano, editor sênior do Laissez Faire Club.

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