A medicina cubana - um modelo?
Na semana passada, a CNN exibiu uma reportagem que mais parecia uma propaganda do Partido Comunista falando como Cuba poderia servir de 'modelo para a reforma do sistema de saúde dos EUA'.
A reportagem da CNN incluía cenas do filme Sicko, de Michael Moore, ao mesmo tempo em que o repórter, falando in loco de um hospital de Havana, emanava entusiasmo sobre as "impressionantes estatísticas" do sistema de saúde cubano. "A mortalidade infantil em Cuba", dizia o efusivo repórter, "é a menor do hemisfério, junto à do Canadá!".
"Incrível!", provavelmente suspirou o tipo de pessoa que assiste a CNN hoje
E, de fato, de acordo com os números da ONU, a atual taxa de mortalidade infantil de Cuba coloca o país na 44ª posição no ranking, bem ao lado do Canadá.
Mas o que a CNN deixou de lado é que, de acordo com essas mesmas estatísticas da ONU, em 1958 (o ano anterior à gloriosa revolução) Cuba figurava na 13ª posição, mundialmente. Isso significa que a Cuba pré-Fidel, robustamente capitalista, tinha a 13ª menor taxa de mortalidade infantil do mundo. Isso colocava o país não apenas no topo da América Latina, mas também acima de grande parte da Europa Ocidental, à frente da França, Bélgica, Alemanha Ocidental, Israel, Japão, Áustria, Itália, Espanha e Portugal. Hoje, todos esses países deixam a Cuba comunista comendo poeira, com taxas de mortalidade infantil muito menores.
E mesmo despencando da 13ª posição (quando capitalista) para a 44ª (agora comunista), a "impressionante" mortalidade infantil cubana é mantida artificialmente baixa pelas trapaças estatísticas do Partido Comunista e por uma taxa de aborto verdadeiramente pavorosa: 0,71 abortos para cada feto nascido vivo. Essa é, de longe, a taxa mais alta do hemisfério. Em Cuba, qualquer gestação que sequer insinue alguma complicação é "terminada".
Também digno de nota, de acordo com a Associação dos Médicos e Cirurgiões Americanos, a taxa de mortalidade das crianças cubanas com idade entre um e quatro anos é 34% maior do que a dos EUA (11,8 versus 8,8 por 1.000). Mas esses números -- por uma questão de critério -- não figuram nas notórias "taxas de mortalidade infantil" da ONU e da Organização Mundial de Saúde. Portanto, não há pressão sobre os médicos cubanos para que eles falsifiquem esses números -- por enquanto.
Em abril de 2001, o Dr. Juan Felipe García, de Jacksonville, Flórida, entrevistou vários médicos que haviam desertado recentemente de Cuba. Baseado no que ouviu, ele declarou o seguinte: "Os números oficiais da mortalidade infantil de Cuba são uma farsa. Os pediatras cubanos constantemente falsificam os números a pedido do regime. Se um bebê morre durante seu primeiro ano de vida, os médicos declaram que ele era mais velho. Caso contrário, tal lapso pode custar-lhe severas punições, além do seu emprego."
O que é ainda mais interessante (e trágico): a taxa de mortalidade materna em Cuba é quase quatro vezes maior que a dos EUA (33 versus 8,4 por 100.000). Não deixa de ser algo bem peculiar o fato de que tantas mães morram durante o parto, assim como tantas crianças de um a quatro anos, e, ao mesmo tempo, os bebês com menos de um ano (período durante o qual eles são classificados como bebês pelas estatísticas da ONU) sejam perfeitamente saudáveis!
Tal contradição poderia impelir algumas pessoas a questionar os números oficiais da mortalidade infantil cubana. Porém, se fizessem isso, tais pessoas jamais iriam conseguir um escritório em Havana para suas agências de notícias, e muito menos um visto para filmar um documentário.
99% dos cubanos não têm a mínima experiência com hospitais como aqueles que Michael Moore mostrou em Sicko e os quais o repórter da CNN visitou emocionado. A maioria dos cubanos vê esses hospitais da mesma maneira que adolescentes veem a Playboy e os maridos veem o catálogo da Victoria's Secret: "Ah, se eu pudesse..."
A propaganda castrista contida em Sicko enfureceu de tal forma as pessoas que foram amaldiçoadas pelo destino a viver nas terras feudais de Fidel, que elas resolveram arriscar suas vidas: utilizando câmeras ocultas, elas foram filmar as condições dos genuínos hospitais cubanos, na esperança de que pudessem alertar o mundo que o filme de Moore era uma trapaça a serviço da propaganda do regime stalinista.
Sob um enorme risco, duas horas de cenas chocantes -- e quase sempre revoltantes -- foram coletadas por minúsculas câmeras, contrabandeadas para fora de Cuba e entregues ao exilado cubano George Utset, que administra o soberbo e revelador website The Real Cuba (você realmente deve clicar ali e ver todas as fotos, clicando em cada uma delas para ampliar). O homem que assumiu a maior parte dos riscos durante a filmagem e que fez a exportação clandestina foi o dissidente cubano -- e também médico -- Darsi Ferrer, que também se dispôs a falar durante as filmagens, narrando grande parte das revelações do vídeo. O Dr. Ferrer trabalha diariamente nesses hospitais genuinamente cubanos, onde sempre testemunha a verdade. E o que é mais importante: ele não foi intimidado a revelar essa verdade para o resto do mundo -- ele fez tudo espontaneamente.
Originalmente, a rede americana ABC planejou mostrar as repugnantes cenas em sua totalidade durante o programa de John Stossel, 20/20. Acontece que, no dia 12 de setembro de 2007, o 20/20 mostrou apenas um minúsculo segmento sobre o "real" sistema de saúde cubano, que durou escassos 5 minutos e com praticamente nenhuma das cenas que foram contrabandeadas. O que aconteceu?
Bem, o regime fidelista ficou sabendo desses vídeos e imediatamente entrou em contato com o escritório da ABC em Havana, enfatizando que a "licença operacional" da ABC no país poderia sofrer "escrutínios intensos" caso eles levassem as imagens ao ar.
A ABC (e, sim, também Stossel, uma pessoa que em outras ocasiões sempre admiramos) se acovardou.
Entra em cena a Fox News e o apresentador Sean Hannity. Esse humilde servo entrou em contato com os produtores de Hannity para falar a respeito dos vídeos, e eles imediatamente se prontificaram a examinar o material. Depois de algumas horas o programa foi ao ar. Você pode ver aqui. E aqui. Os telespectadores da Fox puderam ver pacientes nus cobertos por moscas enquanto deitados em "leitos hospitalares" que consistiam de colchões sem qualquer forro. Puderam ver também prédios e instalações que seriam condenados por qualquer agência sanitária servindo como "hospitais". Eles viram e ouviram o Dr. Darsi Ferrer -- junto com outros cubanos entrevistados -- descrever a impossibilidade de conseguir algo tão básico como aspirinas.
"Ganância" era o que Michael Moore estava combatendo em Sicko, correto? "Ganância" é o que Obama quer abolir, certo?
Bem, o vídeo mostra burocratas do regime castrista dizendo aos cubanos que aspirinas e outros remédios só poderiam ser disponibilizados se eles pagassem em dólares americanos -- e não em pesos cubanos, os quais eles desesperançosamente portavam.
Mais imagens:
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Para mais informações sobre a Cuba pré-Fidel, leia O verdadeiro Che Guevara
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