Como
seria possível você combinar sua vida profissional com a defesa e a promoção da
liberdade?
É
claro que seria demasiado presunçoso oferecer uma resposta definitiva a essa pergunta,
uma vez que todos os empregos e carreiras na economia de mercado estão sujeitos
às forças da divisão do trabalho.
Mas só
porque uma pessoa se concentra em uma determinada tarefa não significa que ela
não seja boa em várias outras atividades; significa apenas que os ganhos mais
produtivos para todos são gerados ao se dividir as tarefas entre várias pessoas
de variados talentos.
O
mesmo ocorre com o movimento em prol da liberdade.
Quanto maior for o número de pessoas
interessadas em promover a liberdade, melhores serão os resultados caso haja
especialização, caso todos cooperem por meio das trocas. Quanto maior a divisão do trabalho, maior
será o impacto alcançado.
Não há como saber antecipadamente o que será melhor para cada pessoa específica fazer; há vários caminhos formidáveis a serem seguidos (os quais discutirei mais abaixo).
O que não fazer
Mas há algo que podemos saber
com certeza: a resposta mais comum — entrar no governo e tentar modificá-lo —
é a mais errada.
Várias mentes
brilhantes já foram corrompidas e arruinadas ao decidirem seguir este caminho
fatídico.
É
bastante comum vermos um movimento ideológico fazer grandes esforços por meio
da educação, da organização e da influência cultural, mas terminar efetuando
aquele salto ideológico de acreditar que a política e a influência política —
o que normalmente significa arrumar empregos dentro da máquina burocrática —
são os próximos degraus na escada do sucesso.
Tornar-se um burocrata para combater a burocracia, juntar-se ao estado
com o intuito de reduzir seu poder, faz tanto sentido quanto tentar combater um
incêndio com fósforos e gasolina. Foi
exatamente isso o que ocorreu com a direita cristã nos EUA da década de
1980. Eles se envolveram na política com
o intuito de acabar com a opressão do estado.
Hoje, trinta anos depois, várias destas pessoas estão trabalhando no
Ministério da Educação e em várias agências reguladoras, imaginando novas leis,
novas regulamentações, novas imposições de costumes e novos impostos. Isso representa um desastroso e irreversível
desperdício de capital intelectual.
É
de essencial importância que os defensores da liberdade não incorram neste
caminho. Trabalhar para o governo sempre
foi a carreira escolhida por socialistas, reformistas sociais e keynesianos,
pessoas sem nenhuma propensão a prestar bons serviços na iniciativa privada e
no livre mercado. O governo é o lar
natural deles porque, além de ser o lar natural dos tiranos e dos
incompetentes, é no governo que eles podem satisfazer sua ambição de controlar
a sociedade.
Trata-se de um instinto
natural querer controlar aquilo em que não se consegue ser bem-sucedido. Trabalhar para o governo é algo que funciona
para eles mas que não funciona para nós.
Na
primeira metade do século XX, os libertários sabiam realmente como se opor ao
estatismo. Eles se tornavam
empreendedores ou iam trabalhar em jornais influentes. Eles escreviam livros. Eles agitavam a arena cultural. Eles acumulavam fortunas para ajudar a
financiar jornais, escolas, fundações, institutos e organizações voltadas para
a educação econômica do público. Eles
ampliavam seus empreendimentos comerciais para servirem de baluarte contra o
planejamento central. Eles se tornavam
professores e, sempre que possível, educadores. Eles cultivavam belas famílias e se concentravam na educação de seus
filhos.
É
uma batalha longa e difícil, mas a batalha pela liberdade sempre foi assim.
Porém, em algum ponto da batalha, algumas
pessoas, seduzidas pela perspectiva de um caminho mais rápido para as reformas,
repensaram esta ideia. “Talvez
devêssemos tentar a mesma técnica da esquerda”, matutaram alguns. Talvez devêssemos infiltrar nossa gente no
poder e desalojar os inimigos. Assim
poderemos produzir mais rapidamente a mudança em prol da liberdade. Aliás, não seria este o objetivo mais importante
de todos? Enquanto a esquerda estiver
controlando o estado, este irá se expandir de maneiras incompatíveis com a
liberdade. Por isso, temos de tomar de
volta o controle do estado.
Assim
rezava a lógica. Qual o problema com
ela? Simples.
As consequências deste erro
A única função do estado é ser um aparato de
coerção e compulsão. Esta é a sua marca
distintiva. É isso que torna o estado o
que ele realmente é. Da mesma maneira
que o estado responde bem a argumentos de que ele deveria ser maior e mais
poderoso, ele é institucionalmente hostil a qualquer um que diga que ele
deveria ser menos poderoso e menos coercivo.
Isso não quer dizer que algum trabalho feito “de dentro” não possa gerar
algo de bom, em algum momento. Porém, é
muito mais provável o estado converter o libertário do que o libertário
converter o estado.
Todos
nós já vimos isso milhares de vezes. Dificilmente são necessários mais do que alguns poucos meses para que um
intelectual libertário que tenha ido para o governo “amadureça” e se dê conta
de que seus ideais eram ‘muito pueris’ e ‘insuficientemente realistas’.
Um político prometendo tornar o governo mais
manso e mais submisso rapidamente se torna um proeminente especialista em criar
novas maneiras de tornar o estado mais eficiente no confisco da riqueza
alheia. Tão logo este fatídico passo é
tomado, não há mais limites. Conheço
pessoalmente um burocrata americano que havia jurado fidelidade à filosofia
libertária e, mais tarde, ajudou a implantar lei marcial no Iraque.
A
razão de tudo está ligada à ambição, algo que normalmente não é um impulso
ruim. A cultura do estado, no entanto,
requer que a ambição funcione apenas de maneira a prestar a máxima deferência
possível ao poder consolidado. A
princípio, essa postura é fácil de ser justificada pelo libertário infiltrado
no estado: ‘qual outra maneira de o estado ser convertido senão pela nossa demonstração
de simpatia por ele? Sim, o estado é
nosso inimigo, mas, por ora, temos de fingir sermos seu amigo.’
No entanto, com o tempo, os sonhos de mudança
vão sendo substituídos por essa necessidade diária de bajular. No final, o indivíduo acaba se tornando
exatamente aquele tipo de pessoa que ele mais desprezava. (Para os fãs de O Senhor dos Anéis, é como ser pedido para carregar o anel por
algum tempo; você não vai querer largá-lo mais).
Ao
longo de minha vida, conheci várias pessoas que tomaram esse caminho e, um belo
dia, se olharam no espelho, fizeram um julgamento honesto sobre si próprias e
não gostaram nada do que viram. Elas me
disseram que se enganaram completamente ao pensar que tal estratégia poderia
funcionar. Elas não perceberam a tempo
as maneiras sutis como o poder as estava seduzindo, envolvendo e arrastando
para seus esquemas sórdidos. Elas
reconheceram a futilidade de se pedir educadamente ao estado, dia após dia,
para que ele permitisse um pouco mais de liberdade aqui e ali.
No final, o que sempre acontece é que você acaba
tendo de estruturar seus argumentos em termos daquilo que é bom apenas para o
estado. E a realidade é que a liberdade
não é boa para o estado. Assim, sua
retórica começa a mudar sem você perceber. Finalmente, todo o seu objetivo se altera e você nem se dá conta.
E, quando percebe, já é tarde demais. Os mais mentalmente sãos abandonam o aparato
estatal e qualquer tentativa ulterior de persuasão. Já os corruptíveis incorporam de vez o modus operandi do estado e nele se
encastelam.
As estratégias
O
estado está aberto à persuasão, sem dúvida, mas ele normalmente age por temor,
e não por amizade. Se os burocratas e
políticos temerem uma revolta e uma reação adversa, eles não irão aumentar
impostos ou regulamentações. Se eles
sentirem que há um grau demasiado alto de indignação pública, eles irão até
mesmo revogar controles e programas.
Um
bom exemplo foi o fim da Lei Seca. Ela
foi abolida porque os políticos e burocratas sentiram que continuar a
impingi-la traria um custo alto demais.
O
problema da estratégia foi algo que sempre fascinou Murray Rothbard, que
escreveu vários e importantes artigos sobre a necessidade de jamais
contemporizar e fazer concessões; de jamais, por meio do processo político,
trocar o objetivo de longo prazo por um ganho de curto prazo. Isso não significa que não deveríamos saudar
e acolher positivamente um corte de 1 ponto percentual nos impostos ou a
revogação de uma seção de alguma lei.
Mas jamais devemos nos deixar ser tragados pela trapaça da
condescendência: por exemplo, ‘vamos abolir este imposto ruim para colocar em
seu lugar este imposto melhor.’ Isto
seria utilizar um meio (um imposto) que contradiz o objetivo final (a eliminação
da tributação).
A
abordagem rothbardiana para uma estratégia pró-liberdade pode ser resumida
pelas quatro afirmações a seguir:
- A vitória da liberdade é o mais elevado objetivo
político
- O fundamento adequado para este objetivo é um ardor moral
e inflexível pela justiça e pela ética;
- O objetivo deve ser alcançado pelos meios mais rápidos e
eficazes possíveis; nada de gradualismos;
- O meio escolhido jamais deve contradizer o objetivo —
“seja a defesa do gradualismo, o uso ou a defesa de qualquer agressão contra a
liberdade, a defesa de programas de planejamento central, o não aproveitamento
de qualquer oportunidade de reduzir o poder do estado, ou a defesa de algum
programa que implique seu agigantamento em alguma área da economia ou da vida
privada.”
Libertários
sempre devem ter isso em
mente. A questão da
estratégia não é simples. E o poder
sempre será tentador.
A esmagadora maioria das pessoas que entram
para o governo é formada por gente que está ali ou porque quer uma vida fácil,
ou porque quer controlar a vida dos outros, ou porque quer uma vida fácil que ao
mesmo tempo permite controlar a vida dos outros.
Sempre
foi e sempre será assim. O estado
mastiga as pessoas e, no final, ou ele engole ou ele cospe aquelas que entraram
ali com o nobre intuito de promover a liberdade.
A real mudança só pode vir de fora
Esta
é a lição. Os milhares de jovens que
hoje estão pela primeira vez descobrindo as ideias da liberdade devem ficar de
fora da máquina estatal e de todo o seu encantamento e fascinação letais. Em vez de tentar se infiltrar no estado, eles
devem perseguir seus ideais por meio do comércio, da educação, do
empreendimento, das artes, da divulgação de ideias, do debate etc. Liderem e exerçam influência por meio do
respeito alcançado por suas realizações. Estas são áreas que oferecem genuínas promessas e altos retornos.
Quando
um libertário me diz que está fazendo coisas boas em algum ministério ou em
alguma agência reguladora, não tenho motivos para duvidar de suas palavras. Porém, quão melhor seria caso ele renunciasse
a este emprego e escrevesse um livro expondo toda a mamata, charlatanice e
roubalheira da burocracia?
Um golpe bem
colocado contra um órgão do governo pode produzir mais reformas, e gerar mais
benefícios para a sociedade, do que décadas de tentativas de infiltração e
subversão.
Existem
políticos que fazem coisas boas? Em toda
a minha vida, conheci apenas um: Ron Paul. Mas todo o bem que ele faz não adveio exclusivamente de seu trabalho
como legislador, mas sim de seu trabalho como um educador que possuía uma proeminente
plataforma da qual emitir suas opiniões. Cada voto negativo seu a uma nova lei ou nova regulamentação é uma lição
para as multidões. Precisamos de mais
Ron Pauls ao redor do mundo.
Mas
Ron Paul é o primeiro a afirmar que, ainda mais importante do que legisladores
expressando ideias libertárias, são necessários mais educadores,
empreendedores, pais e mães, líderes religiosos e empresariais divulgando as
ideias da liberdade. Defensores da
genuína liberdade amam o comércio e a cultura, e não o estado. Comércio e cultura são o nosso lar e nossa
plataforma de lançamento para as reformas em prol da liberdade.
Apenas a divulgação de ideias sólidas pode
nos libertar em definitivo do jugo opressor do estado. Fingir amizade com um inimigo mais poderoso é
uma postura que beneficiará exclusivamente a ele.




Estupendo!!! Mais motivador e norteador artigo que já li desde quando frequento o site.
O autor tem um grande ponto, e o ponto pode ser sintetizado por “O poder corrompe MESMO”. No entanto (e revelando meu pouco estudo sobre o assunto), intuitivamente (e sempre podemos ser traídos pela intuição) essa estratégia de ignorar a política não me parece boa pois até mesmo a via cultural, onde supostamente seria travada a batalha das idéias, pode ser cooptada e manipulada pela política (ministério da cultura…). O governo realmente é uma espécie de droga que corrompe as pessoas partindo daquilo que elas tem de bom, transformando benevolência voluntária em compulsória (no melhor dos casos)e nesse processo, corrompe os valores até daqueles que inicialmente eram bem intencionados.\r
Bom, eu acredito que o posicionamento de Rothbard sobre esse assunto não é unanimidade entre defensores do fim do estado, ou de defensores de sua redução a um mínimo. Esse é o tipo de situação em que a moral já está degenerada a um ponto em que não há mais possibilidades aceitáveis, algo do tipo: você e seu familiar mais querido foram raptados e os raptores sedaram os 2 e colocaram um cartão da saída bem no meio do cérebro de cada um. Na sala só há uma arma carregada e uma carta explicando que se um dos 2 não sair vivo toda a família será dizimada(suponha que essa situação à lá Jogos Mortais seja toda crível para fins de exercício teórico) Esse é o tipo de situação que não há escolha moralmente aceitável em tempos de paz.\r
Esse parece o cenário para qual a realidade converge: sem gradualismo o bicho coopta a via cultural, com gradualismo o bicho corrompe. \r
Outro problema: não sei se vocês tem o mesmo entendimento que eu tenho ao entender o estado como uma espécie de droga super nociva. Caso tenham, não seria uma ambiguidade defender o livre uso de algumas drogas e não de outras?\r
Esses são problemas difíceis demais para mim, e sinceramente não tenho uma visão tão clara assim sobre como lidar com isso… Limito-me a tentar diagnosticar a realidade da forma que entendo ser a mais honesta possível e, se eu estiver certo, estamos diante de um problema que não mais pode ser resolvido sob a lógica de que “fazer isso é bom”, mas sim com a lógica “isso é menos ruim”. Tempos difíceis.
Ótimo e desconcertante artigo!
Pergunto: O que fazer agora?
“Fingir amizade com um inimigo mais poderoso é uma postura que beneficiará exclusivamente a ele.”
Sugiro convocarmos uma nova reunião nacional para o Liber e votar se ele deve ser extinto e transformado um uma empresa privada com fins lucrativos e objetivo de promover a liberdade, propriedade e paz.
Tempos atrás estava enchendo o saco de todos no Mises para criarem uma revista e jornal. Agora vou encher o saco para fazerem muito mais coisas, podem ter certeza! rsrs
A começar por algum social game que simule a vida real e que não tenha estado. Bom, por mim podemos entrar na Matrix e por lá ficar pela vida eterna…
O que devemos fazer: O contra-gramscismo: vamos nos infiltrar nas escolas e nas universidades. E colocar conservadores e libertários no Parlamento para barrar os planos da esquerda…
é biblico: “comerás o pão com o suor do teu rosto”. A pessoa que entra no serviço publico rompe essa condição existencial do homem, esse fundamento ético primordial.
Isso vai minando o carater e mesmo a alma. Seja produtivo e isso é recompensador.
O estudante de uma universidade pública, será que também fica meio vulnerável para achar que o leviatã não é tão mal assim?
E não estou nem falando das áreas onde a propaganda é descarada, como nas humanas.Um da computação ou engenharia, só pelo fato de estudar de ‘graça’ não ficaria meio influenciado?
De fato, “apenas a divulgação de ideias sólidas pode nos libertar em definitivo do jugo opressor do estado“. Mas isso até o momento em que o estado se sinta incomodado e resolva barrá-la por meio de “controle social da mídia”, taxação sobre a venda de papel, censura da internet, estatização de serviços de comunicação e outras tantas medidas que já foram tomadas por aí…
Não sei se todos concordarão comigo, mas enxergo a divulgação da filosofia libertária basicamente como uma corrida contra o tempo.
Por falar em liberdade, vcs sabem qual o filósofo contemporâneo da liberdade, mas também da igualdade, mais prestigiado, que resgatou o liberalismo político e lecionou em Harvard? Ele elaborou a teoria de justiça mais respeitada atualmente. Postem quem vcs acham que é. Daqui a pouco eu digo.
Tenho uma duvida:
Por eu ser um amante da liberdade, estarei traindo minhas convicções se eu me tornar um funcionario publico?
Quero trabalhar na área de TI, mas cada vez mais as empresas aumentam o cerco, dificultando a entrada no mercado de trabalho(muito provavel por culpa do Estado).
Então, o que fazer?
Acredito que já nascemos libertários ou não. É apenas uma questão de decisão de vida que temo que tomar. O Estado pode ser confundido com aquele pai que sempre quer “proteger” seus filhos, mas há os filho que não querem essa “proteção”
Liberdade entre aspas, pois ela é cuidadosamente planejada e calculada e seu campo de exercício precisamanete delimitado pelo interesse do mercado. Precisamos, realmente, questionar e repensar isso que chama-se de liberdade e encontra-se por aí nos shopping centers.
Até concordo com a essência do artigo, PORÉM não acho que a política deva ser ignorada. Se existem candidatos libertários, penso que devemos elegê-los. Na pior das hipóteses, estarão ocupando o lugar de um socialista e isso por si só já evita um dano maior.
O ideal é fazer o que o Mises.org.br faz e tudo que está no artigo, MAS TAMBÉM sempre que possível, agir politicamente. E eu não digo aqui para as pessoas se candidatarem. Estou dizendo que, sempre que existirem candidatos libertários, eu apoiarei. Claro, eu sigo minha vida conforme o que foi descrito no artigo, mas se há pessoas que pensam diferente, não acho que devemos ignorá-las.
Não tem muito a ver com o texto, mas gostaria de aproveitar este espaço para uma pergunta, pois não sei em qual artigo perguntar:
Li recentemente que o Brasil queimou café na década de 1930 para preservar o preço dele no mercado internacional. Pois bem, a queima foi realizada por e/ou a mando/influência do Estado ou do setor privado mesmo? Qual foi a lógica na queima de café?
Não conhecia esse texto (é novo?) do Lew Rockwel, mas fico feliz por ver que a palestra que proferi na Conferência Nacional do EPL, em BH, há algumas semanas seguiu a mesma linha de raciocínio, tendo Rothbard também como referência.\r
Eu trabalho pro estado e hoje, na função que exerço, acho até que consigo trabalhar em prol da liberdade, mas, modéstia às favas, sinto que nada do que eu fiz em meus 8 anos de serviço público supera o que tenho feito nos últimos dois anos como divulgador da liberdade em minhas aulas, livros e artigos.\r
Neste último fim de semana estive no interior do MT dando aulas numa pós-graduação, e pedi a vários alunos pra baixarem o livro do Kinsella, para que eles pelo menos conhecessem as idéias contrárias ao direito de propriedade intelectual. Se pelo menos um deles ler e mudar de opinião, já terá sido um grande feito.\r
Semana retrasada estive no MA e indiquei a uma platéia de quase mil pessoas o site do IMB. Se pelo menos um deles entrou e passou a ser um leitor diário, também já terá sido um grande feito.\r
Alunos me procuram na faculdade para eu orientar TCC’s em defesa de algum tema libertário. Leitores me mandam e-mails dizendo que concordaram com minha defesa do fim da regulamentação de profissões feita em meu livro. Pessoas me adicionam no facebook ou me seguem no twitter para pedir dicas de leituras libertárias… Isso vale mais do que qualquer coisinha que eu faça pela liberdade na minha atuação como servidor público.\r
Enfim, nenhum burocrata libertário, por maior que seja seu cargo, jamais fará um trabalho em prol da liberdade maior do que um educador/divulgador libertário faz. Pessoas como o Leandro Roque, o Fernando Chiocca, o Hélio Beltrão, o Dâniel Faga, o Diogo Costa ou o Juliano Torres fazem mil vezes mais pela liberdade do que qualquer libertário que trabalhe pro governo. Não há nem como comparar.
Penso que o artigo erra a mão.\r
\r
Creio que o autor acerta ao dizer que deveriam haver mais professores liberais (e também conservadores) e penso que isso seria muito útil principalmente nas áreas de história e geografia. Mas note que, na atual estrutura de educação no Brasil, a maioria dos professores será funcionário público.\r
\r
Vejo em muitos aqui uma atitude um tanto fanática e descolada da realidade. Será que não é esse o motivo de muitos que entraram no serviço público terem se corrompido? Uma pessoa que defenda a liberdade de forma romântica, ou de forma excessivamente academicista, ou sem bases teóricas, ou sem conhecimento histórico, pode ser facilmente convencida a mudar de pensamento, quando as bases desse pensamento forem postas a prova.\r
\r
Agora proponho um outro ponto: no campo das comunicações e artes, os socialistas dominam praticamente tudo. Mas é justamente éssas áreas que foram vitais para o crescimento do socialismo. É hora de liberais (sejam conservadores, sejam libartários)entratem nessas áreas. E é ora de existirem jornais e revistas assim.\r
\r
Também penso que editoras que publicam livros liberais, deveriam entrar fortemente em outros campos também (romances, novelas, livros acadêmicos diversos), para fazer nome e trazer mais leitores.
Eu aposto em empresas e empresários libertários que queiram apoiar a causa, seja por meio de doações ou através de ações com fins lucrativos mesmo.
Lá na minha micro empresa, por exemplo, todos conhecem sobre o libertarianismo por minha causa, independente se apoiam ou não. E se aparecer algum socialista, ou a pessoa será convertida ou demitida, pois sua incompetência provavelmente será evidente (vai saber como foi contratado né). Se não for incompetente, mostro facilmente para ele o quanto o socialismo é ruim ao manter o seu salário nivelado com salário mais baixo da empresa, independente das habilidades e competências envolvidas.
A estratégia de acabar com o governo de dentro para fora, é uma estratégia que até pode dar certo, mas no longo longo prazo e depois de muitas batalhas. Provavelmente já vou estar morto, e deixando a lenga lenga de lado, foda-se o que ficar para trás.
Seria legal uma maçonaria libertária para incentivar a realização de negócios entre libertários.
Pessoas que comprarem produtos ou serviços de empresas libertárias estarão se beneficiando além do próprio produto ou serviço comprado. Que tal um cartão de crédito libertário que possa oferecer vantagens para compras em estabelecimentos libertários? Ou ainda uma balada libertária, cuja entrada para libertários não tenha fila?
As oportunidades estão por aí! Por exemplo: Agora seria um ótimo momento para ir pedir apoio ao Google, cujo presidente no Brasil está sendo ameaçado de prisão.
Ah, mas daí vão falar: “O Google nunca apoiará uma causa como estas que declara guerra direta aos governos”.
Ok, blz, então continue gastando milhões com advogados!
Certo?
Aliás, acabei de ter uma ótima ideia! Acho que vou atrás do dono da Localiza… rs
Poxa, eu tinha pensado em me tornar político ( inclusive filiando-me e planejando candidatura pra vereador, e ainda consegui recomendação logo do PMDB! ) e colocar em prática os ideais da escola austríaca…mas esse artigo foi um soco na cara….
Pensando bem, até poderia ser possível, mas você teria uma força de vontade realmente impressionante, digna de pessoas como Cristo e Gandhi, mas ao contrário desses, teria que saber jogar o jogo sujo quando necessário por baixo dos panos…afinal política é jogo de poder…
Assino em baixo! Perfeito, isto mesmo!
Obs.: Não há escapatória, vide o exemplo do cidadão mais acima. É pedir demais de um ser humano que corte da própria carne, ninguém normal fará isso, nunca. É preciso realmente uma pessoa diferenciada para se exigir esse sacrifício. Uma vez funça, sempre funça! Quem aqui de modo totalmente livre e isento iria renunciar uma mesada que lhe fosse oferecida? Duvido muito que num caso concreto algum de nós renunciaria essa facilidade na vida. É demais pedir que corte de sua própria carne. Por isso devemos nos manter o mais longe possível dessa corja lamacenta repugnante e fétida.
Não conheço a realidade estadunidense mas levando o texto para os liberais do Brasil acho uma besteira enorme não se atuar na área política o autor cita que a pessoa seria corrompida, teria que ficar pedindo por favor ao estado… Se a pessoa tem que ficar pedindo por favor é porque não tem aliados liberais para poder manter ao menos uma força atuante, ou seja, tem que entrar mais liberais ainda para mudar essa porcaria. Para mudar a realidade do estado não basta só o lado cultural, educador… Uma hora tem se que entrar nos cargos que controlam o estado. Imagina que os liberais ganham o cenário cultural mais o Brasil continua com estado dominado por esses esquerdistas, não adiantara nada até que eles sejam tirados do poder.
Então, Rothbard não gosta de gradualismos, ele acha que é um erro estratégico, mas é justamente pela estratégia da mudança gradual que a esquerda está vencendo
Exise um artigo (não encontrei) que trata justamente da questão da moralidade de um defensor da liberdade ser funça. Aquele artigo e este não vão de encontro?
“3. O objetivo deve ser alcançado pelos meios mais rápidos e eficazes possíveis; nada de gradualismos;”
Ele quer dizer um meio revolucionário? Foi a primeira coisa que pensei.
Eu não consigo enxergar uma solução pacífica sem gradualismos.
Ficou algo estranho no ar. O texto inteiro o Lew exortou aos defensores da liberdade para não estrarem no estado, mas no final ele faz um apelo dizendo que o mundo precisa de mais legisladores como Ron Paul. ???????
Não sei onde é adequado para essa pergunta, então a farei aqui.
Fui ensinado, segundo a economia tradicional, que inflação zero é equivalente de estagnação econômica. Tenho uma grande impressão que essa informação é errônea e gostaria que alguém me recomendasse algo a ler sobre o assunto ou respondesse a dúvida.
obrigado
enquanto isso em Davos o 1 ministro Abe do Japão sendo apontando como o grande salvado da pátria.. desvalorizando a moeda em 40%..
veja.abril.com.br/noticia/economia/premie-do-japao-da-licao-de-abenomics-em-davos
Tenho uma sugestão bem simples, que já venho praticando há alguns meses: boicote às estatais. Parei de abastecer em postos BR, fechei minha conta no Banco do Brasil e passei a usar a TAM Cargo ao invés dos Correios.
Alguma outra sugestão?
Porque deveriamos deixar de trabalhar para o estado ? Se pelo menos aqui no Brasil, é onde se tem os melhores salários. Sad but true.
Chega a ser infantil a utopia de muitos por aqui. Até o Fraga, com todo seu idealismo, conseguiu ser mais sensato no seu cometário.
Somente é possível mudar o arranjo atual de forma gradual. Ou alguém pensa que vamos sair do 50% de Estado para 0% de uma hora para outra? É muita ingenuidade, ou viva la revolucion!?
Políticos fazem leis e criam impostos. Sendo isso bom ou não, é um arranjo universal e que atravessa séculos.
Lutar para a diminuição de 50% para 40%, de 40% para 30%… de forma gradual, e quem sabe para 0% (utopia!?) é o mais racional e lógico, qualquer pensamento longe disto é infantilidade.
Contrariando o que sugere o texto, há uma luz no fim do túnel: http://www.novo.org.br/
Pelo menos teremos Liberais e Conservadores em quem votar.
Pelo meio do voto eu acho difícil mudar alguma coisa primeiro pelo fato de que o sistema eleitoral que contenha o famoso sufrágio universal ou seja o voto para todos é sempre máquina de vender sonhos e entregar demagogia. O diabo é sempre mais esperto e dá um jeito de colocar o Garotinho no poder. Outro fato é que o sistema eleitoral em si já foi arquitetado para esse propósito já é uma engrenagem de uma máquina maior chamado Socialismo.
Como resolver a situação de um pais em que o seu cidadão só quer saber de mais e mais direitos para ele?
O Mises, a revista Veja com os articulistas em questão e vários blogueiros, escritores e pessoas sérias, cultas e engajadas por ai podem fazer alguma diferença em contra balançar alguns problemas, mas no todo, eu acho difícil uma mudança maior que englobe sistematicamente o cerne da questão.
Exemplo: se a Dilma não se reelegesse em 2014 seria equivalente a um milagre. De tão impossível que eu vislumbro esse cenário.
O estado mínimo é uma posição possível de buscar. A ausência completa do estado pode, quem sabe um dia num futuro muito longínquo, tornar-se realidade, mas antes disso passaremos por estados mínimos.
O que presenciamos atualmente, em quase todo mundo, é o crescimento do estado ao ponto de sufocar quase por completo a iniciativa das pessoas.
Alguns anarcocapitalista me parecem tão radicais quanto os membros do PCO e do PSTU – pra conversar com patrão, só com porrete na mão.
Meu pai me deu o nome de Cesar Massimo porque acreditava na solução pelo estado mínimo. Mesmo sabendo a dificuldade de manter-se mínimo, ele sabe que esta é a saída possível.
Copiando alguém que já escreveu por aqui, não percebemos que somos uma esmagadora MINORIA? E ainda brigando?
Novo,
Federalistas,
Liber
.são TODOS muito bem vindos.
” A ausência completa do estado pode, quem sabe um dia num futuro muito longínquo, tornar-se realidade, mas antes disso passaremos por estados mínimos.”
Não creio serem muitos os ancaps que discordam disso. O libertarianismo é uma evolução da sociedade, assim como foi a sociedade sem escravos em relação ao arranjo escravocrata.
O problema são os neocons de teclado que só lêem alguns artigos do MSM ou dos blogs da Veja e acham que sabem tudo sobre economia austríaca ou libertarianismo, e saem proferindo sentenças sem ao menos abrir um único livro sobre o assunto. Estes sim, espalham mais do que ajuntam.
O que causa certa confusão é que muitos não percebem que existem dois tipos de gradualismo:
—(1) o gradualismo transigente quanto a princípios, que é o que o artigo condena;
—(2) o gradualismo intransigente quanto à nossa integridade.
O primeiro tipo corrompe. O segundo tipo preserva e concretiza os valores liberais.
A guerra é cultural e o alvo são os corações e mentes das pessoas.
* * *
Acabei de ver um vídeo, e lembrei desse artigo na mesma hora! Não podia deixar de compartilhar. Segue link já na parte interessante do vídeo. Mas o vídeo inteiro vale a pena, para refletirmos que, mesmo que sejamos libertários (minarquistas, anarquistas… etc…), quantos de nos temos o know how para nos tornarmos verdadeiros empreendedores, e liderarmos esta batalha não pela força, mas pelo exemplo?
Têm algum tópico no mises que fale sobre o “carater” no capitalismo?… Um valor esquecido a muito tempo aqui no Brasil se concordam comigo
Boa Noite
Parece-me um problema recorrente ” discutir a relação ” Estado e Indivíduo .
É uma relação existente desde o primeiro aglomerado humano que originou Cidades como as conhecemos e jamais será satisfatoriamente ‘ resolvida ‘ sem a transformação desse Estado pelo Indivíduo , jamais .
Indivíduos e Estados guiam-se por 3 alegações – Poder , Controle e Prazer
Poder – Exerço ; Controle – Ofereço em troca de constância e Prazer – distribuído em pequenas doses….
Engana-se profundamente seja qual for a corrente Libertária que siga que problemas estruturais gerados por ambos agentes : Indivíduos e Estado são resolvidos somente por um , não o são .
Há argumentações apaixonadas e providas de impactos . São maravilhosas mas ” fica ” a pergunta : O como Muda? Como?
Novo período em que a Espécie Humana ‘ adentra ‘ , pleno de possibilidades na transformação dO Indivíduo e Estado estabeleçe nova alegações para ambos :
Sou Estado ,tenho Direitos e Deveres quero continuar , como mudar apesar de perder minha estrutura principal – Poder/Controle/Prazer ?
Sou Indivíduo tenho Direitos e Deveres que agora , reconheço , como modifico-me junto com o Estado e pessoalmente proporcionando nova relação nessa Simbiose Estado/Indivíduo ?
Creio ser inevitável nessa quase ” nova era da Super abundãncia ” existir o mesmo Estado ( Inquisidor Eterno ) e o mesmo Indivíduo ( Sofredor Eterno ).
Devemos participar para abreviar esse recomeço…perdoe-me , sou um otimista .
Isso passa , sim por participar do Estado expondo-o à outra organização, o Estado ‘acredita’ que a única organização possível e´a sua . Veja só a problema da extrema regulamentação no País , para que serve? Criar ‘ meninos ‘ que se escondem dos pais …só isso .
Uma nova maturidade inicia-se senhores !
Talvez soa utópico , creio o ser não .
“Leonard Liggio: uma vida dedicada à liberdade“, por André Azevedo Alves.
Lew Rockwell termina este artigo comentando o mesmo ponto o qual indaguei ha alguns artigos passados: onde estao os Ron Paul brasieiros?
Ficar esperando conscientizacao das massas para entao mudar nao vai dar em nada! Precisamos de libertarios integros e motivados que sejam luz nas trevas de nossos poderes executivo, legislativo e judiciario em todos os niveis! Ou isso, ou entao seremos eternos sonhadores…
Pessoal, vamos lá.
Já disse isso aqui e volto a repetir:
Quem está disposto em abrir um empreendimento para alertar os pequenos e médios empreendedores, convencendo os mesmos em lutar diariamente por menos impostos e até em não mais pagar impostos?
Isso seria muito fácil!
Mostrariamos para esses empresários que assim que fossemos contratados, cobrariamos um preço razoável, nos encarregaremos de divulgar dentro do estabelecimentos dos mesmos cartilhas e folhetos escritos de forma bem simples para que os clientes e os frequentadores desses estabelecimentos comecem a ter contato com outros tipos de pensamentos além do estatal.
Também poderiamos com esse negócio já mostrar a existencia de moedas digitais como o bitcoin; primeiro para esses empreendedores e também para os próprios clientes desses estabelecimentos.
Sonho inútil.
Não concordo com essa estratégia.
A direita ainda não percebeu que a luta política entre direita e esquerda, nada mais é do que polícia contra bandido. Essas expropiações são roubos autorizados pelo governo. Isso é uma cleptocracia.
A melhor estratégia é atacar a esquerda por todos os lados e sem descanso.
Não tem como fazer luta cultural sendo roubado pelo governo.
Legal ver o IMB com mais artigos do tio Lew e do Hoppe, serve pra calar a boca de certo pessoal, mesmo com o Hélio tendo comentado em artigos antigos do Hoppe que discorda dele em certas partes.
Caros,
Poderiam ajudar newbies como eu entender melhor as seguintes questões ?
1) O IMB “do H.Beltrão” teria uma identidade clara quanto a essas diversas doutrinas liberais (ancap, libertário, minarquista, liberal, etc) ?
2) Procede a alegação do R.Constantino de que Ludwig von Mises seria um liberal, e que portanto seria incoerente a insatisfação dos irmãos Chiocca (presumivelmente libertários/anarcocapitalistas) c/ os rumos que este site estaria tomando ?
Obrigado, e desculpem o rebaixamento de nível que causei nas discussões até então bem mais especializadas nos comentários acima.
Se não participar do sistema fosse uma solução, eu acho que eu e mais a cidade de Brasília deveria sumir do mapa. Quem já nasce em um ambiente onde existe estado pra todo lado metendo o dedo e controlando tudo não ver outra opção para sobreviver. No caso de Brasília ou você é político, funcionário público ou presta serviço terceirizado para o governo. Não tem como você não participar ou contribuir indiretamente com sistema. Se você tiver a sorte de encontrar alguém que esteja interessado em sair do “modo socialista de pensar e agir” já tá de bom tamanho. Vai ser um Zumbi a menos.
Pra você derrubar o Estado, você tem que entender como o Estado funciona, tem que conhecer o Estado, entrar na mente do Estado, pensar como o Estado, dormir como o Estado, acordar como o Estado, TEM QUE SER O ESTADO 😉
O que o IMB pensa sobre a distribuição fundiária? Eu, chutando, acho que ele é contra esse negócio de “comprar terras do governo” e é favorável ao homestead (terras gratuitas para quem quiser produzir). Mas quem irá determinar o tamanho das propriedades? Eu posso chegar numa área sem dono do tamanho do Amazonas e falar: isso é meu?
No mínimo irônico este artigo aqui, visto que há pouco mais de 1 ano atrás todo o público do instituto estava empolgado por colocar seus mais "brilhantes jovens" em posições chaves do novo ministério da economia.
Só para ficarmos em um exemplo apenas:
Será que o Sr. Geanluca Lorezon irá agora concordar com Lem Rockwel e ver a inutilidade que é tentar mudar o estado por dentro?
Espero que tenhamos aprendido a lição.
Parece que este artigo foi escrito por um estadista burocrata infiltrado, tentando incutir nas mentes daqueles que possuem o intelecto suficiente para causa uma grande mudança em nossa sociedade. O autor aconselha que sigamos nossas vidas, com nossas ideologias libertárias, longe do Estado pois isto seria um “desperdício de capital intelectual”. Oras, então para que acumular todo um capital intelectual deste se não terá nenhuma utilidade prática? Para quê ficar escrevendo artigos apontando que as diversas distorções na economia são causadas por governos, BC, monopólios e etc, se você apenas irá ficar sempre na teoria? Para mim, isso sim é desperdício de capital intelectual. O autor sugere que sejamos empreendedores, artistas e etc para disseminarmos estas ideias, ao mesmo tempo que iremos sustentar este mesmo Estado que queremos combater? Pois a não ser que a pessoa sonegue todos os tributos, não siga nenhuma burocracia (o que tornaria inviável ser um empreendedor, pois você estaria preso), você estará ajudando a perpetuar tudo aquilo que abomina. E mesmo que você suponha que disseminando as ideias libertárias, cedo ou tarde elas surtirão efeito, pois conforme a população vá se renovando, estas ideias acabariam ficando mais difundidas entre as “novas gerações”, esta suposição não se sustenta, pois sabemos que o poder é um “status” sucessório e dificilmente quem está no poder vai querer mudanças.
“Tornar-se um burocrata para combater a burocracia, juntar-se ao estado com o intuito de reduzir seu poder, faz tanto sentido quanto tentar combater um incêndio com fósforos e gasolina.” Esta afirmação é tão esdrúxula que até tive que olhar se estava no site correto. Se você vai tentar apagar um incêndio com “fósforo e gasolina”, então sua premissa, seu âmago não é verdadeiramente apagar o fogo, mas sim no mínimo mantê-lo acesso. A mesma coisa vale para o Estado. Se o Instituto Mises Brasil realmente acredita em tudo que é postado aqui, não haverá burocracia, poder ou pessoa neste mundo que irá desvirtuá-los de aplicar esta mudança. Para mim, só se corromperá aquelas pessoas com pouca ou nenhuma convicção.
E talvez isto explique porque a Escola Austríaca não seja adotada em nenhum país e não seja levada a sério: faltam-lhes convicção de colocar todas as ideias em prática, em lutar por elas!
Sinceramente, este artigo foi muito decepcionante e ao mesmo tempo esclarecedor.
O que é ser produtivo:
revistagloborural.globo.com/Publicidade/Bryds-Solucoes/noticia/2020/08/fazenda-vive-revolucao-tecnologica-com-energia-solar.html
Alguem aqui do Mises poderia me explicar como é possível existir um estado minimalista como a Suiça, o qual, de acordo com o texto, seria talvez um caso à parte face à genética de gigantismo estatal natural e sem q esse estado se torne um Leviatã gradualista com o passar do tempo? Segundo HANS-HERMANN HOPPE todo estado quer ser grande, mas parece q a Suíça quer ser pequena. Gostaria q a explicaçao tb levasse em conta o contexto histórico da Suíça desde os primórdios. Desculpem pela pergunta boba
UM POUCO OFF-TOPIC, mas ainda válido no quesito liberdade.
Já ouviram falar no livro best-seller “Sapiens: Uma breve história da humanidade”?
Baixei o ebook toda empolgada devido aos elogios feito a ele na questão antropológica e histórica, até me deparar com os capítulos em que o autor se dedica a falar de sistemas econômicos e livre mercado, cujos capítulos são intitulados: “O culto ao livre mercado” e “O inferno capitalista”.
Abaixo seguem as citações resumidas de ambos onde ele associa livre mercado à escravidão e falta de ética, entre outros:
“Mas em sua forma extrema, a crença no livre mercado é tão ingênua quanto a crença no Papai Noel. Simplesmente não existe um mercado completamente isento de interesses políticos. O recurso econômico mais importante é a confiança no futuro, e esse recurso é constantemente ameaçado por ladrões e charlatães. Os mercados, sozinhos, não oferecem proteção alguma contra fraude, roubo e violência. É função dos sistemas políticos assegurar a confiança legislando sanções contra trapaças e instaurando e financiando forças policiais, tribunais e prisões que fazem com que a lei seja cumprida. Quando os reis falham em sua função e não regulam o mercado devidamente, a consequência é perda de confiança, redução de crédito e depressão econômica. Essa foi a lição ensinada pela Bolha do Mississippi em 1719, e os que se esqueceram dela foram relembrados pela bolha imobiliária de 2007 nos Estados Unidos, e com a crise creditícia e a recessão que se seguiram.
Há uma razão ainda mais fundamental pela qual é perigoso dar rédea solta aos mercados. Adam Smith ensinou que o sapateiro usaria seu excedente para empregar mais assistentes. Isso implica que a ganância egoísta é benéfica para todos, já que os lucros são usados para expandir a produção e contratar mais empregados.
Mas o que acontece se o sapateiro ganancioso aumenta os lucros pagando menos aos empregados e aumentando a jornada de trabalho deles? A resposta padrão é que o livre mercado protegeria os empregados. Se nosso sapateiro paga pouco e exige muito, os melhores empregados naturalmente o abandonariam e iriam trabalhar para a concorrência. Ao sapateiro tirano restariam os piores trabalhadores, ou nenhum. Ele teria de se remediar ou sair do negócio. Sua própria ganância o impeliria a tratar bem seus empregados.
Isso, na teoria, parece à prova de balas, mas na prática as balas passam com demasiada facilidade. Em um mercado completamente livre, não supervisionado por reis e padres, capitalistas avarentos podem criar monopólios ou entrar em conluio contra sua mão de obra. Se houver uma única corporação controlando todas as fábricas de sapatos em um país, ou se todos os proprietários de fábricas conspirarem para reduzir os salários simultaneamente, os trabalhadores já não serão capazes de se proteger mudando de emprego.
O que é ainda pior, chefes gananciosos podem restringir a liberdade de ir e vir dos trabalhadores por meio da servidão por dívida ou da escravidão. No fim da Idade Média, a escravidão era quase desconhecida na Europa cristã. Durante o início da era moderna, a ascensão do capitalismo europeu andou de mãos dadas com a ascensão do comércio de escravos no Atlântico. Forças mercantis irrestritas, e não reis tirânicos ou ideólogos racistas, foram responsáveis por essa calamidade.
O comércio de escravos não era controlado por nenhum Estado ou governo. Foi uma iniciativa puramente econômica, organizada e financiada pelo livre mercado de acordo com as leis da oferta e da demanda. As empresas privadas de comércio de escravos vendiam ações nas bolsas de valores de Amsterdã, Londres e Paris. Europeus de classe média à procura de um bom investimento compravam essas ações. Contando com esse dinheiro, as empresas compravam navios, contratavam marinheiros e soldados, compravam escravos na África e os transportavam para a América, onde vendiam escravos aos donos das plantações, usando a receita para comprar produtos como açúcar, cacau, tabaco, algodão e rum. Eles regressavam à Europa, vendiam o açúcar e o algodão por um bom preço e então navegavam para a África para começar outra rodada. Os acionistas ficavam muito satisfeitos com esse arranjo. Ao longo do século XVIII, o rendimento sobre os investimentos no comércio de escravos foi de cerca de 6% ao ano – eram extremamente lucrativos, como qualquer consultor de hoje admitiria sem demora.
Essa é a pedra no sapato do capitalismo de livre mercado. Não há como garantir que os lucros sejam ganhos de forma justa, ou distribuídos de maneira justa. Ao contrário, a ânsia por aumentar os lucros e a produção cega as pessoas para qualquer coisa que possa estar no caminho. Quando o crescimento se torna um bem supremo, irrestrito por qualquer outra consideração ética, pode facilmente levar à catástrofe. Algumas religiões, como o cristianismo e o nazismo, mataram milhões por ódio fervoroso. O capitalismo matou milhões por pura indiferença unida à ganância. O comércio de escravos no Atlântico não derivou do ódio racista para com os africanos. […]
O século XIX não trouxe nenhuma melhoria na ética do capitalismo. A Revolução Industrial que varreu a Europa enriqueceu os banqueiros e os donos do capital, mas condenou milhões de trabalhadores a uma vida de pobreza abjeta. Nas colônias europeias as coisas eram ainda piores. […]
A única tentativa séria de governar o mundo de uma forma diferente – o comunismo – foi tão pior em praticamente todos os aspectos concebíveis que ninguém tem estômago para tentar de novo. […]
A segunda resposta é que só precisamos de um pouco mais de paciência – o paraíso, prometem os capitalistas, está logo ali na esquina. É verdade, cometeram-se erros, como o comércio de escravos no Atlântico e a exploração da classe trabalhadora europeia. Mas aprendemos a lição, e, se esperarmos só mais um pouquinho e deixarmos o bolo crescer um pouco mais, todos receberão uma fatia maior. A divisão de espólios nunca será igual, mas haverá o suficiente para satisfazer cada homem, mulher e criança – até mesmo no Congo.
De fato, há alguns sinais positivos. Pelo menos quando usamos critérios puramente materiais – como expectativa de vida, mortalidade infantil e ingestão de calorias –, o padrão de vida médio dos humanos em 2015 é significativamente maior do que era em 1913, apesar do crescimento exponencial no número de humanos.
O que significa liberdade para vocês? Apenas liberdade econômica ou é a supressão total do Estado?
A ideia é contar com a boa vontade e Boa educação do povo em se organizar de forma espontânea para um futuro de paz e prosperidade?
Seria utópico, infantilidade ou apenas inocência?
O que acham a prisão na Noruega? O hotel? Justo? como explicam a baixa reincidÊncia? é um sucesso o modelo?
O que acham? Será que nisso a esquerda tem razão?
Acabei de ter uma conversa com um conhecido.
Ele estuda Direito e se considera progressista. Ele fala que critica o aparato público mas (como progressista) vê legitimidade e só queria uma reforma que não destruísse tudo.
Mas o cerne da questão:
Ele me falou o problema das faculdades privadas, é elas que emitem diplomas. Por visarem somente o lucro, eles juntam a quantidade maior de pessoas possíveis pra passar e emitir o diploma, já que se tiver muita evasão eles perdem a margem de lucro. E pra isso as vezes as faculdades privadas acabam passando tanto quem se esforça quanto quem não se esforça.
Qual seria a solução para isso? Como poderiamos resolver os problemas de faculdades que não ligam pra o ensino propriamente dito mas sim para a emissão de diplomas (de pessoas que estudaram muito e daqueles que foram puxadas para não haver evasão)
Não sei se deixei muito bem explicado, mas com a liberdade economica, teriamos mais concorrecia e por tabela esse problema não seria mais frequente?
Inspirador o texto, um dos melhores que já li até agora. Sobre se aliar ao governo para tentar reduzi-lo, entendi que SOMENTE em uma única hipótese seria víavel. Para vc conhecer a burocracia, roubalheira, desperdícios de dinheiro, sacanagens, etc.. E depois, jogar tudo no ventilador.
Informar as pessoas os esquemas do governo de dentro, os Jetom, os cargos comissionados de pessoas que nem vão trabalhar. Enfim, um trabalho de delator.
Porém, as consequências serão tão graves, que só um suicida faria isso. Já pensei em montar uma página na rede social para monitorar a prefeitura daqui, não fiscalizar, denunciar imóveis que ela passa para outras pessoas usarem, salários comissionados, dinheiro desperdiçado, salários das comissões, etc. É tanta coisa.
Mas o medo da represália é muito alto.
Somente um cargo dentro do governo, como um vereador, blindaria a pessoa contra a represália dos funcionários públicos.
Concordo plenamente com o autor quanto à relevância de se disseminar na sociedade civil, a partir de cada indivíduo, os Princípios e Valores da Liberdade. Considero esse o nosso maior desafio.
Por outro lado, é igualmente essencial que haja a ocupação de cargos públicos (eletivos e não eletivos) por defensores da Liberdade. Caso contrário, esses postos continuarão sendo preenchidos pelos inimigos da Liberdade; conhecemos bem o resultado do encontro Estado + inimigos da Liberdade: menos Liberdade!
Pragmaticamente, entendo ser mais efetivo o processo simbiótico composto pela (i) disseminação das ideias de Liberdade junto à sociedade civil e pela (ii) penetração em quantidade crescente desses indivíduos nas estruturas estatais – num processo que se retroalimenta, a fim de gradualmente alterá-las, aprimorá-las, reduzi-las ou eliminá-las, a depender do caso, sempre pelas vias democráticas. There’s no free lunch!
Quem disse que seria fácil e rápido?
O sentimento de anti americanismo é tão falso quanto a anti ciência. Devemos ser outrossim anti comunistas e combater também o orientalismo. Devemos ler Raymond Aron e não Edward Said.