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DOGE: acabe com o Centro de Engajamento Global

22/01/2025

DOGE: acabe com o Centro de Engajamento Global

No livro Crise e Leviatã, o pensador libertário Robert Higgs apontou que o estado usa crises para aumentar seu poder e controle sobre os cidadãos. A cada nova "crise" – muitas vezes causada direta ou indiretamente pelo próprio estado –, o governo cresce e nossa liberdade encolhe.

A causa raiz dos ataques de 11 de setembro de 2001 foi o intervencionismo dos EUA, por exemplo. Como eu disse em um debate presidencial alguns anos depois, eles vieram aqui porque estávamos lá. Mas, em vez de olhar para essa causa raiz, foi determinado que o verdadeiro problema era falta de governo. Então, aproveitando a crise, o Congresso criou um Diretor de Inteligência Nacional, um Departamento de Segurança Interna e aprovou o Patriot Act.

A crise do "Russiagate" foi inventada pela campanha de Hillary Clinton como um truque sujo para usar contra Donald Trump na campanha eleitoral de 2016. Pode não ter derrotado Trump, mas prejudicou sua presidência. O resultado dessa alegação fabricada de que os russos (e chineses, iranianos etc.) estão se intrometendo em nossos assuntos e manipulando nossas eleições é que o governo federal determinou que a Primeira Emenda não se aplica mais a nós.

Eles decidiram que o consumo de certas mídias não deveria ser permitido - para nossa própria segurança -, então negaram aos americanos o direito de acessar a mídia de países que o governo dos EUA considera "inimigos". Em nome da luta contra a interferência estrangeira imaginária em nossas eleições, são os americanos que veem seus direitos restringidos.

Eles até criaram uma entidade governamental inteira dentro do Departamento de Estado – o "Centro de Engajamento Global" (GEC) – logo após o lançamento da falsa operação "Russiagate" para "reconhecer, entender, expor e combater os esforços de propaganda e desinformação estrangeiros estatais e não estatais destinados a minar ou influenciar as políticas, segurança ou estabilidade dos Estados Unidos...".

Como se viu, esse "Centro" não era de forma alguma para combater os "maus atores" estrangeiros, mas para silenciar os americanos que tinham pontos de vista que os poderes constituídos em DC não gostam. Como Roger Kimbell escreveu em um artigo recente sobre o GEC:

"Já que o GEC não podia operar diretamente contra os americanos, o fez indiretamente financiando entidades como o Global Disinformation Index, com sede na Grã-Bretanha, que compilou uma lista de publicações e indivíduos que disseram coisas que o regime não gostou. Essa lista foi consultada por anunciantes cautelosos em acabar do lado errado do governo. Resultado? Milhões de dólares em receita publicitária secaram, colocando em risco o futuro desses veículos".

E, como Kimbell aponta ainda, mesmo quando eles foram pegos em flagrante violando nossos direitos, eles apenas esconderam a besta dentro do leviatã. Assim, embora o financiamento para o GEC tenha sido cortado do projeto de lei de gastos coletivos de 1.500 páginas do presidente Johnson, a besta continua viva. O governo Biden renomeou o Centro como "Centro de Combate à Manipulação e Interferência de Informações Estrangeiras (R/FIMI)" e manteve os mesmos antigos funcionários do GEC.

Agora que essa mudança foi exposta, no entanto, há uma chance - pela primeira vez - de finalmente matar um programa governamental ruim. Elon Musk foi um dos primeiros a expor o mal do GEC e, ao que parece, agora está trabalhando com o Departamento de Eficiência Governamental (DOGE) para cortar exatamente esse tipo de exagero do governo. Chega de esconder programas de censura do governo com novos nomes e novas marcas. Nem mais um dólar deve ser gasto censurando os americanos!

 

Este artigo foi originalmente publicado no Mises Institute.

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Nota: as visões expressas no artigo não são necessariamente aquelas do Instituto Mises Brasil.

Sobre o autor

Ron Paul

Ron Paul é médico e ex-congressista republicano do Texas. Foi candidato à presidência dos Estados Unidos em 1988 pelo Partido Libertário e candidato à nomeação para as eleições presidenciais de 2008 e 2012 pelo Partido Republicado.

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