O
gráfico abaixo mostra a participação da indústria no PIB dos países mais ricos
do mundo. A linha azul mostra a
participação da indústria japonesa no PIB japonês; a laranja, a dos EUA; a
verde, a da Finlândia; a vermelha, a da Alemanha; a preta, a da Holanda; e a
vermelha grossa, a média mundial. E
aqui a do Brasil.
Como
se pode ver, o percentual de contribuição da indústria à produção econômica
total vem declinando continuamente ao longo dos últimos 40 anos. Se o gráfico mostrasse mais 40 anos
anteriores, o mesmo tipo de declínio seria perceptível.
Trata-se
de um fenômeno mundial. Trata-se de um
fenômeno irreversível.

Há
pessoas, majoritariamente economistas de cunho intervencionista e
desenvolvimentista, que reclamam desta tendência em seus respectivos países. Seja nos EUA, seja na Europa, seja num país
latino-americano, eles acreditam que uma economia robusta e rica só é possível
se houver uma indústria cada vez maior.
Ato contínuo, eles exigem que seus governos adotem políticas de
protecionismo e de incentivo à indústria (as quais simplesmente não
têm como funcionar).
Isso
apenas mostra o quão ignorante eles são em relação a essa tendência
mundial. Eles não entendem que o crescimento econômico sempre gera um declínio
na porcentagem da participação da indústria na economia nacional.
O cerne da riqueza moderna
O
cerne da riqueza não é o setor industrial; o cerne da riqueza é o conhecimento. Mais especificamente, o conhecimento que é
aplicado com o intuito de reduzir o percentual total da indústria na economia e de
aumentar a riqueza das massas por meio dos serviços. Esses serviços podem ser digitais ou podem
ser pessoais. Mas não são baseados na
manufatura.
Um
amigo meu sempre utilizava essa frase: “Venda elétrons, e não átomos”. É uma excelente frase. Não venda pedaços de coisas; venda ideias, venda
eficiência, venda entretenimento e, acima de tudo, venda qualquer coisa que permita
reduzir os custos das matérias-primas, o custo do capital, e o custo da produção. Corte custos, corte preços, enriqueça.
É
por isso que a indústria será, cada vez mais, equipada por máquinas totalmente
controladas por programas computacionais.
Utilizar mão-de-obra humana para fazer esforços repetitivos e puramente
mecânicos é um completo desperdício de recurso e de dinheiro. O uso de máquinas e de inteligência
artificial permite que a humanidade seja libertada do fardo do trabalho maçante
e exaustivo. É incrível que economistas,
em pleno século XXI, ainda condenem as máquinas e desejem que seres humanos
façam um serviço totalmente mecânico, tedioso e, em relação às máquinas, bem
menos produtivo.
Ao
longo de séculos — aliás, ao longo de milênios –, os pais sempre se
esforçaram para colocar seus filhos dentro de alguma guilda ou para arranjar
para eles alguma sinecura, de modo que eles nunca mais teriam de fazer trabalho
físico extenuante. Ironicamente, o que
praticamente todos os pais querem para seus filhos é exatamente aquilo que o
livre mercado já vem propiciando ao redor do mundo. Ainda assim, há pessoas que reclamam do
declínio percentual da participação da indústria na economia. Esse declínio tem sido uma das maiores
bênçãos do mundo moderno, mas ainda há pessoas que honestamente acreditam que a
economia de seu país está ruim simplesmente porque a porcentagem da economia
que é ocupada pela indústria está em constante declínio.
Por
algum motivo insondável, aquilo que indivíduos querem para seus filhos é
exatamente aquilo que eles lamentam estar acontecendo na economia. Uma pessoa que quer que seu filho nunca tenha
de fazer um trabalho manual pesado, mas que em seguida reclama do declínio no
número de empregos que exigem trabalho manual pesado, é alguém que sofre de
dissonância cognitiva.
Ao
redor do mundo, as nações industrializadas terceirizaram sua base manufatureira
de duas maneiras: ou transferiram suas indústrias pesadas para países
estrangeiros extremamente pobres ou adotaram programas computacionais que não
reclamam de fazer trabalho pesado (e o fazem com extrema eficiência). Os trabalhos passaram a ser efetuados com uma
qualidade ímpar tanto por pessoas pobres em países estrangeiros quanto por
robôs que estão se tornando cada vez mais eficientes em decorrência da adoção
de melhores técnicas de produção e de melhores programações computacionais.
Em
absolutamente todas as etapas desse processo sempre surgiram luditas reclamando
da substituição de mão-de-obra humana por máquinas. O termo “sabotagem” vem de “sabot”,
que é sapato em
francês. Operários que
estavam perdendo seus empregos para as máquinas lhes atiravam sapatos com o
intuito de danificá-las. Uma perfeita
ilustração do uso da coerção contra empreendedores e contra os proprietários
dos meios de produção.
Ao
longo dos últimos 200 anos, em todos os estágios em que as máquinas
substituíram a mão-de-obra humana, houve um extraordinário aumento na produção
e na produtividade, bem como um igualmente extraordinário aumento na riqueza
per capita. Nosso mundo é completamente
diferente do mundo de 1800, e o motivo para isso está no fato de que, antes, os
trabalhadores eram munidos de poucos e ineficazes bens de capital, ao passo que
hoje eles estão munidos de uma quantidade crescente de bens de capital de
qualidade. Os trabalhadores de hoje têm
a sua disposição uma maquinário de muito melhor qualidade. Os maquinários estão cada vez mais eficazes e
eficientes, o que faz com sejam necessários cada vez menos pessoa para executar
uma determinada função com a mesma qualidade.
Esses trabalhadores substituídos por máquinas de maior qualidade vão
buscar emprego em novas áreas do setor de serviços.
Essa
tem sido a história da transformação do mundo em um lugar melhor ao longo dos
últimos 200 anos. Por que, após tudo
isso, as pessoas repentinamente passaram a ficar preocupadas com o fato de que
máquinas e programas computacionais irão continuar substituindo trabalhadores
em várias áreas? Isso é exatamente o que
já vem acontecendo há dois séculos. Por que repentinamente querem parar
com tudo isso?
A curva econômica exponencial
O
que é diferente hoje é isso: o processo de crescimento está se tornando
exponencial. Logo, a questão agora é
essa: os arranjos sociais que prevaleceram pelos últimos 200 anos podem
continuar prevalecendo pelos próximos 200 anos?
Em outras palavras, podem as instituições sociais que foram forçadas a
mudar e a se adaptar ao longo dos últimos dois séculos sobreviver à transição a
um mundo completamente distinto durante os próximos dois séculos?
A
velocidade das mudanças econômicas está se acelerando, algo que sempre ocorre
quando você lida com os últimos estágios de uma curva exponencial. A lei de Moore e a lei de Metcalfe se
combinaram para transformar o mundo nesses últimos 40 anos. E não há nenhum sinal de reversão. Ao contrário, as mudanças estão se
acelerando. Estamos vivenciando na
prática a teoria das mudanças aceleradas. A lei de Moore nos diz que o número de
circuitos em um chip duplica a cada ano, ou — na pior das hipóteses — a cada
18 meses. A principal consequência é o
declínio nos custos da informação digital.
Já a lei de Metcalfe explica como o valor da informação é crescente à
medida que aumenta o número de participantes em um sistema de
comunicações. Pense em “máquina de
Fax”. Agora pense em “Facebook”.
Não
é que esse processo de crescimento acelerado seja novo. Ele já vem ocorrendo ao longo de dois
séculos. O que é novo é que já entramos
na fase do crescimento exponencial. Isso
irá gerar profundas alterações em todas as relações sócio-econômicas. Como as tradições não se alteram facilmente,
haverá várias vítimas. Empresas que não
se mantiverem atualizadas com as inovações tecnológicas desaparecerão
rapidamente. O mesmo pode ser dito sobre
a monstruosa burocracia que impera nos governos dos países ocidentais. A questão é o que irá substituí-la.
Conclusão
Para
mim, não há dúvidas de que o setor industrial, como o conhecemos, será
radicalmente transformado pela popularização das
impressoras 3-D. Simplesmente não há
como mudar essa realidade; não há como reverter essa tendência. Ela irá se acelerar e gerar uma maciça
descentralização. Haverá uma era de enorme
criatividade no campo da manufatura, a qual ocorrerá em uma velocidade jamais
vista. Isso será resultado da
descentralização, da informatização, e da popularização das impressoras 3-D.
Existe
apenas um arranjo social que saberá como lidar com isso: o livre mercado. Ele se baseia nos sinais emitidos pelo
sistema de preços livres, o qual é o único capaz de coordenar esforços
produtivos. O mecanismo de lucros e
prejuízos, por sua vez, é o único que sabe como compilar e direcionar
eficientemente as melhores informações disponíveis. Nenhum comitê governamental e nenhum aparato
de planejamento central poderão competir com as perspectivas de lucros
possibilitadas pela disseminação da informação descentralizada.
Sempre
estamos à procura de alguém que faça algo por nós. Se uma máquina é capaz
de substituir o trabalho humano, então ela deve substituir o trabalho
humano. O trabalho humano não deve ser desperdiçado em tarefas
repetitivas que podem ser feitas por uma máquina de maneira igualmente eficaz e
menos dispendiosa. Se algo pode ser feito por uma máquina, por que
imobilizar algo tão versátil quanto o trabalho humano? O trabalho humano
é o mais versátil de todos. Há inúmeras coisas que as pessoas podem aprender
a fazer. Já uma máquina pode fazer bem apenas uma coisa; ela não pode
fazer outra coisa fora daquilo para a qual projetada. Seres humanos não
são como máquinas. Eles podem fazer muitas coisas.
Se
você trabalha no setor industrial, então você deve aspirar a uma posição que
esteja entre uma máquina especializada e a resolução de um problema
imediato. Existem todos os tipos de problemas imagináveis e inimagináveis
nos processos de produção, o que significa que uma máquina não irá
solucioná-los. Qualquer tipo de problema tem de ser resolvido pela mente
humana, e por um ser humano equipado com uma ferramenta capaz de resolver o
problema. É a criatividade humana, em conjunto com o uso de ferramentas,
que é essencial para garantir a produção de uma máquina. Aspire a uma
posição em que você tenha constantemente de utilizar sua mente.
O
segredo para se ter uma alta renda não é possuir uma capacidade de efetuar
tarefas repetitivas. O segredo é ter uma mente criativa. O segredo
está na mente criativa que é capaz de aplicar princípios gerais a casos
específicos, e então encontrar ferramentas especializadas com as quais
implantar seu plano.
Se
a sua ocupação requer que você apenas efetue coisas repetitivas, coisas que não
requerem muito raciocínio, então seria bom você ficar esperto e começar a
procurar algum setor que possua algum conjunto de problemas que alguém com suas
habilidades possa resolver. É a capacidade de saber resolver problemas, e
não a implantação de soluções mecânicas, que gera uma renda alta. É assim
que trabalhadores se tornam líderes e patrões.
Se
você tem uma profissão manual que se resume a fazer processos repetitivos, é
bom ir adquirindo outras habilidades. Se você pensa que poderá concorrer com
uma máquina para fazer processos repetitivos, é bom repensar seu futuro.
Em processos repetitivos, a máquina sempre irá vencer. Em algum momento
surgirá uma máquina que fará o trabalho melhor do que você. E isso é
ótimo para toda a humanidade. Adam Smith já havia observado que as habilidades
mecânicas e repetitivas que são necessárias em uma divisão do trabalho não são
boas para os homens.
Qualquer
indivíduo que queira trabalhar no setor industrial estará entrando em um setor
cujos trabalhadores que possuírem grandes habilidades serão cada vez mais bem
pagos, porém estarão constantemente pressionados a se manterem atualizados com
as inovações tecnológicas. Quem não
conseguir manter esse ritmo será eliminado pela concorrência.




Com certeza é a tendência da nossa evolução, trabalhos mais inteligentes e menos manuais.
Chega se triste ler economistas e jornalistas criticando a desindustrialização, sem entender o quanto isso é natural no desenvolvimento de um país
Agora um problema, se boa parte do povo não acompanhar essa mudança, é provável que uma parte dessa massa ficará desempregada, e a outra parte insegura quanto ao seu emprego. Desse jeito aumentando ainda mais a interferência do sindicato e do governo, e assim atraplhando essa evolução.
Uma dúvida: a participação da indústria no PIB diminuiu, mas quais setores aumentaram?
Amigos, desculpem-me pela pergunta off-topic.
Estou lendo um artigo na Carta Capital (ok, bela fonte..) em que eles criticam o governo do Tony Blair no Reino Unido como neoliberal. O que houve de liberal no governo de Tony Blair?
Valeu
Ouve-se muito na imprensa o dito “O Brasil está se desindustrializando antes mesmo de se industrializar”. Isso faz sentido? Nós nunca tivemos uma indústria muito forte, essa etapa é necessária para que o domínio posterior dos serviços se dê de forma sustentável?
Sempre estamos à procura de alguém que faça algo por nós. Se uma máquina é capaz de substituir o trabalho humano, então ela deve substituir o trabalho humano. O trabalho humano não deve ser desperdiçado em tarefas repetitivas que podem ser feitas por uma máquina de maneira igualmente eficaz e menos dispendiosa. Se algo pode ser feito por uma máquina, por que imobilizar algo tão versátil quanto o trabalho humano? O trabalho humano é o mais versátil de todos. Há inúmeras coisas que as pessoas podem aprender a fazer. Já uma máquina pode fazer bem apenas uma coisa; ela não pode fazer outra coisa fora daquilo para a qual projetada. Seres humanos não são como máquinas. Eles podem fazer muitas coisas.
A Constituição Besteirol de 88 já se adiantou quanto á isso mostrando como somos um país avançado na proteção dos direitos dos trabalhadores :
Artigo 7º paragrafo XVII – Proteção em face da automação, na forma da lei;
Kd o gráfico da China?
A indústria, ou seja, fazer algo de maneira eficiente, é a grande causa da riqueza das nações.
A importância dos produtos é muito maior do que a dos serviços, no aumento do bem estar de uma nação pobre.
Artigo curioso e que trás um ponto de vista plenamente defensável pelas quedas na estatística de pessoal empregado na indústria de qualquer país. Por outro lado, a redução na participação do PIB, ou seja, a redução do valor econômico agregado aos produtos industriais, é algo realmente que eu nunca havia pensado. De fato, se olharmos em qualquer escala de tempo, os bens manufaturados tem se tornado cada vez mais baratos e acessíveis, seja pela busca da eficiência com automação de processos, seja pela migração maciça para os países de mão de obra barata, e só não o são mais, pelo menos no Brasil, pelo histórico aumento da carga tributária incidente sobre toda a cadeia produtiva (ICMS, ISS IPI e encargos trabalhistas) e a insistência na inflação de preços via crédito. Ou seja, imagina se não houvesse esse salto contínuo de produtividade, estaríamos enrascados!
Ainda sobre o Brasil, creio que o problema é que o encolhimento da indústria não esteja ocorrendo devido a aumento de produtividade, concorrência ou qualificação da mão de obra, mas pelo contrário: a mão de obra e as importações caras se traduzem em inexpressivo incremento da produtividade, e aliada à proteção direcionada a alguns grandes players da indústria nacional, majora sobremaneira o risco de se empreender de forma inovadora no setor manufatureiro. Trocando em miúdos, se produzir panelas, pentes, chuveiros e sapatos de fato não é o segredo para a prosperidade, prestar serviços de manicure, atendente de call center, entregador de pizza e guarda de carros também não pode ser visto como algo positivo para o enriquecimento do país.
Precisaríamos de ganhos de produtividade em todos os setores setores para poder justificar com louvor a derrocada em participação do PIB da indústria nacional, mas à exceção da agropecuária (5% do PIB), não vejo o mesmo acontecendo.
Saudações libertárias!
Depois de ler o artigo, um progressistas pode alegar que se deixarmos a indústria nas mãos das máquinas um dia elas irão nos dominar…
Como é dividida a participação no PIB?
Serviços/industria/agricultura?
Tem mais alguma coisa?
Onde entra os gastos do governo?
Excelente artigo.
Mas só uma observação:
A Lei de Moore não tem muita validade no momento, a tecnologia de micro(ou nano)transistores já está perto do seu limite. Não há mais como diminuir o espaço pois os contatos possuem o tamanho de alguns átomos.
Para prosseguir com o avanço dos processadores terá que se pensar em um novo paradigma de sua estrutura, ou utilizar a prometida computação quântica (que não aumenta a velocidade do processamento, mas só a quantidade de processos simultâneos), ou o futurista processador baseado em luz, ou aumentar o tamanho dos processadores (o que não é um avanço afinal).
Aos interessados pesquisar no Youtube no canal Veritasium um vídeo “The End of Moore’s Law”, sem legenda.
Outra referência:
pt.wikipedia.org/wiki/Lei_de_Moore#Fim_da_lei_de_Moore
O grande ponto é: se você quiser ganhar dinheiro resolva um problema.
Se você quiser ganhar MUITO dinheiro, resolva um problema que as pessoas nem desconfiavam que tinham.
os grandes resolvedores de problemas como ford, edison, ou mesmo o zuckerberg, resolveram problemas de pessoas que nem desconfiavam que precisariam de carros, energia elétrica ou mesmo Facebook.
hoje as pessoas fecham negócios e ganham dinheiro no facebook.
Amigos, qual é a posição dos austríacos sobre o a ideia recorrente de que o investimento em educação é a chave para o crescimento e a ideia de que o sucesso de, por exemplo, Coréia do Sul se deve ao investimento que fizeram em educação
Gostaria de fazer uma pergunta: lendo o livro O Liberalismo Contemporâneo, de Antonio Paim, o autor afirma que “O keynesianismo, de que o New Deal é uma legítima
expressão, eliminou as crise cíclicas do capitalismo. Entre 1951 e 1973, os países
desenvolvidos cresceram de modo ininterrupto, alcançando taxas médias anuais da ordem
de cinco por cento. Nos 150 anos precedentes, historiadores econômicos assinalam pelo menos vinte crises cíclicas, uma para cada sete/oito anos, e número maior de recessões de menor intensidade, processo esse que culminaria com a catástrofe de 1929. As crises foram gestadas pelo fato de que se mantiveram intocadas as regras espontâneas do mercado. O keynesianismo deu certo porque encontrou a maneira de orientá-las sem fazer com que perdessem o dinamismo” (p. 88). O que aconteceu entre os anos de 1951 e 1973 onde o keynesianismo era a doutrina dominante e mesmo assim não houve crises significativas? Os intervencionistas costumam dizer que o receituário “neoliberal” provocou um aumento no número de crises a partir de 1973, o que aconteceu neste período? O keynesianismo se intensificou ou as reformas não foram suficientes?
Ótimo artigo!
Leandro, o que acha disso aqui? Pura loucura?
Sociedade do custo zero trará fim do capitalismo, diz livro
exame.abril.com.br/economia/noticias/sociedade-do-custo-zero-trara-fim-do-capitalismo-diz-livro
Parabéns às Polícias de todo o mundo!
Muito bom o artigo. Só não dá pra tomá-lo muito como uma previsão dos rumos do mundo da produtividade e da geração de riqueza, em nível global, porque não leva em consideração as lutas de classe.
Por um lado a tendência de, cada vez mais, máquinas substituindo homens pode até ser inevitável. Mas apresentar para a classe operária essa nova forma de libertação do trabalhador para se tornar patrão, lançando-o à sua própria criatividade, não é bem o que deixará seus sonhos realizados. E como atualmente na maioria dos arranjos, tem mais poder quem tem maioria de votos, há que se esperar ´por uma longa “queda de braço”.
Duzentos anos é pouco. Vai ser preciso viver uma eternidade, só pra ver o que acontece.
E sem mais, muito obrigada e até a próxima.
Bem, tenho que discordar. Nas palavras do Delfin Neto sobre “A Tragicomédia da Propaganda Eleitoral”, publicada no Valor, o capitalismo traz “dois graves problemas: por um lado, produziu uma exagerada desigualdade de renda e, por outro, aumentou as incertezas do trabalhador com a aleatoriedade do seu emprego. É por isso que o capitalismo só funciona quando protegido por um Estado forte (…)”.
Por isso, que capitalistas deveriam defender o aumento do Estado para que este propicie o que querem! Portanto, a participação das indústrias vem caindo por causa de políticas neoliberais!
Caros André, Mohamed e Silvio, concordo plenamente com vocês, e agradeço demais por me darem a oportunidade de desfazer esse mal entendido. A obsessão em mostrar minha ênfase em querer a eternidade era tanta, que acabei ocultando minha própria visão e inventando um conflito que só existe em uma mentalidade muito pessimista, o que não é o meu caso.
Ninguém precisa nem ser bom observador para ver que as coisas já estão mudando. Eu mesma vejo com entusiasmo o fortalecimento da economia mais voltada para a criatividade, para o que é personalizado, específico, menor, local, etc., exponencialmente maior à que é produzida em larga escala, à que cresce horizontalmente… E com isso todos ganham, porque pensar em termos de comércio local e pequenas concorrências propicia muito tanto a inciativa quanto o querer oferecer diferencial ou inovação ao cliente. Então o trabalhador que sair da indústria sem dúvida terá um ambiente melhor e mais fácil para empreender, abrir um negócio ou mesmo oferecer algum serviço autônomo. Vai demorar bastante, mas assim nem é tão difícil imaginá-los a favor do livre mercado. Achar que todo mundo vai virar patrão (essa palavra nem é comum no meu vocabulário), empresário ou empreendedor -e isso nem é possível- é um grande exagero, mas eu gosto de ver as coisas assim mesmo.
Poderia simplesmente ter escrito isso e não causaria confusão, não é mesmo? Mas prometo daqui pra frente cuidar muito bem de não escrever coisas impensadas por aqui.
Grande abraço e até a próxima.
Uma interessante análise do economista liberal Gary North, sobre o constante declinio global da produção industrial em relação ao PIB na economia mundial.
Meus Pontos:
obs-1 : A análise é boa, mas acredito que se aplica mais nas economias maduras, o que costumo dizer , nos paises da “new economy “, ou das ” economias de conhecimento “. Nações essas que já passaram pelos ciclos históricos , além de possuirem arcabouços institucionais, ou seja , instituições políticas e de micro-economia mais adequadas para a cultura da inovação e do exercício da destruição criadora shumpteriana capitalista.
Obs-2 : No caso de paises como o Brasil e similares , a análise acredito não é adequada, pq não responde justamente a seguinte contradição : Um pais que não possui uma economia de conhecimento ou de informação ( salvo as nossas ilhas de exceção ) , e que no entanto , vem se desindustrializando , com a migração da massa trabalhadora para o setor de serviços, de remuneração mais baixa , gerando empregos de pior qualidade , acarretando uma imensa perda de potencial humano criativo . Abaixo, algumas possíveis causas , como por exemplo, os frágeis pilares institucionais , que resumiria nos seguintes ítens:
AA – Instituições de micro-economia não adequadas para o desenvolvimento de uma cultura de livre-iniciativa , empreendedora , que se desenvolva em um ambiente econômico de liberdade da formação de preços , com melhor uso do potencial humano .
BB – Instituições políticas não adequadas , com uma falha grande na representatividade , onde a representação política é baseada em interesses coletivos difusos, para dizer o mínimo, acarretando mais demandas para o Estado atuar como ator principal , onipresente e onisciente.
CC – Formação de grandes grupos de poder e interesse que orbitam o universo do estado, atraidos pelo imã do poder estatal, criando uma verdadeira maquina de reprodução do “Status Quo “.
Boa noite !
O essencial é a criação de riqueza, o que eleva a vida de todos.
Que porcentagem dela é produzida pela indústria, comércio, serviços, etc. é secundário.
* * *
O trabalho na indústria não acabará, mas vem sendo modificado radicalmente. O processo produtivo tende a ser mecanizado e automatizado com a evolução tecnológica, eliminado trabalhos simples e repetitivos, mas isso não elimina a a necessidade de pessoas nas fábricas. Cada vez mais as indústrias vêm demandando técnicos, engenheiros e profissionais de tecnologia da informação. As indústrias querem profissionais que saibam gerenciar o processo produtivo, que ofereçam soluções e tenham criatividade para desenvolver novos projetos, ou seja, enquanto a máquina faz o trabalho chato, o homem pensa, desenvolve projetos e soluciona os problemas.
Leiam esta reportagem da exame que ilustra bem a mudança no perfil do profissional da indústria:
exame.abril.com.br/revista-exame/noticias/a-nova-face-do-operario-m0122358
Sinceramente, não encontrei no texto a resposta para a pergunta do título: “por que a participação da indústria no PIB sempre será declinante” (deduzo que seja uma pergunta, tendo em vista que a expressão “por que” está escrita separadamente).
A participação da indústria no PIB diminui porquê?
– Será que é porque os gastos dos governos aumentaram e com isso a proporcionalidade da participação da indústria no PIB diminuiu?
– Será que as indústrias migraram dos países ricos para os países pobres e com isso, obviamente, diminuiu a participação da indústria no PIB dos países ricos?
– O PIB nos países pobres que se industrializaram recentemente não aumentou?
Não entendi a questão do PIB:
– Se uma indústria que não é informatizada e se utiliza de mão-de-obra puramente humana fatura 1 bilhão , e outra que é 99% informatizada e praticamente eliminou a mão-de-obra humana e também fatura 1 bilhão, qual a diferença de contribuição para o PIB entre as duas? Não entendi essa questão no texto!
Ha Joon Chang concedeu essa entrevista dizendo sobre a indústria brasileira, então este artigo mostra que ele ta errado? Achei bem seletivo os posicionamentos de Chang.
Sobre Inglaterra ele nem sequer citou que Corn Laws teve um papel fundamental.
Sobre Suécia ele cita tal protecionismo, mas economistas históricos como Eli Heckscher argumentam que o rendimento tarifário ao final do século XIX foram baixos, sem contar que o protecionismo foi algo muito relativo, já que as tarifas de importação foram colocadas em prática em 1888 ao Governo de Robert Themptander. E as demais tarifas vieram com Gillis Bildt e posteriormente com Erick Bostron. O protecionismo foi relativo, pois:
1 – As matérias primas não tinham tarifas
2 – Aço para construções pesadas como vigas e trilhos de trem, também não tinham tarifas
3 – Produtos químicos também não tinham tarifas
4 – A tarifa para Ferro-gusa foi implementada apenas em 1892 e foi revogada em 1896, pois estava gerando queda na produtividade
5 – As tarifas para capitais industriais vieram apenas em 1892 e voltaram a cair gradativamente em 1896
Além dele também ignorar o trabalho realizado por Johann Gripenstedt que teve um papel extremamente fundamental para o enriquecimento Sueco de 1850 até 1950. E atualmente Estocolmo é um centro tecnológico estimulado por constantes isenções fiscais tanto para consumidores, quanto para produtores. Não atoa que a cidade é um dos maiores criadores de unicórnios financeiros do mundo com um comércio relativamente livre. Até hoje não encontrei nenhum Banco de desenvolvimento na Suécia, poderiam me dizer se existe algum?
Sobre a Coréia do Sul ele não cita por exemplo que a poupança daquele país em seus governos militares chegaram quase 40% do PIB, sem contar que exportadores tiveram isenção para produtos importados a serem utilizados em suas fábricas. Também ignorou Que General Park ao ao longo da década de 1970 reduziu as tarifas de importação de 40% para 13% e que os gastos governamentais não ficaram cerca de apenas 10% do PIB, quando Park foi assassinado em 1979.
Sobre Cingapura, ele confessa que é um livre comércio, mas cita que o governo está presente em outros fatores, ou seja, o próprio diz que o comércio é apenas uma correlação sem ao menos perceber.
De fato, da pra ver que esse cara não fala coisas 100% honestas, e ainda sim vale lembrar que ele disse em 2013 que o Brasil tava no caminho certo com taxa de juros na canetada e desvalorização cambial constante.
Peço a vocês que respondam minha primeiro pergunta, e se possível, trazer mais incoerências desse cara. Obrigado.
Não entendi alguns dados. Posso ter confundido a classificação de alguns por falta de conhecimento.
No artigo, tem um dado da G1 dizendo que em 2011 nossa indústria em relação ao PIB era por volta de 14,6%. O Banco Mundial diz que nessa mesma época era na verdade de 27%.
data.worldbank.org/indicator/NV.IND.TOTL.ZS?locations=BR
O Banco Mundial diz (assim como o Leandro em um dos cometários acima) que a agricultura em relação ao PIB é de 5%. Mas aqui na G1, diz que o agronegócio contribuiu com 23,5% do PIB em 2017.
g1.globo.com/economia/agronegocios/noticia/participacao-do-agronegocio-no-pib-e-a-maior-em-13-anos-estima-cna.ghtml
Algumas dúvidas:
-Produzir TVs, Celulares, Remédios/química fina, chips, etc., acredito que esta produção pertença ao setor industrial.
-Comercializar, consultoria técnica, etc, acredito ser pertencente ao setor de serviços.
Com o avanço tecnológico, os custo da produção irão cair de modo tão significativo que consertar um equipamento, caixa de supermercado, etc, corro o risco de não existirem mais, e entendo que estas atividades são pertencente a serviços.
Então, vejo que no caso do Brasil, recuperar grande parte dos empregos, precisamos de uma Indústria forte, uma industrial que seja capaz de produzir o remédio, os componentes eletrônicos, etc., pois se não tivermos, estes empregos serão gerados em outros países com com elevado desenvolvimento tecnológico.
Agora, quem provocará as políticas para desenvolver a tecnologia, o setor privado?, as nações desenvolvidas estarão preocupadas em promover o desenvolvimento das nações subdesenvolvidas, caso do Brasil?.