ENTREVISTA 33 -- ANDRÉ BURGER
Em 2005, a revista Exame publicava uma matéria um tanto
equivocada sobre o Instituto de Estudos Empresariais (IEE), classificado pela
repórter (preparem-se) como "uma
espécie de MST do liberalismo". A reportagem, no entanto, trazia a posição
de André Burger, nosso entrevistado de hoje, sobre o Banco Central: "é
completamente dispensável. Seria melhor se vários bancos concorressem entre si,
gerenciando suas próprias moedas. As pessoas escolheriam a moeda com que querem
negociar." Sete anos depois, a opinião de André sobre o BC não se modificou.
Ante a pergunta sobre o papel do BC na crise econômica, foi taxativo:
"O fato de o BC não permitir que o mercado se acomode, seja
regulando juros, câmbio, seja emitindo moedas, faz com que ele torne a crise
mais longa, senão pior. (...) Qualquer atuação do Banco Central é contra o
mercado, consequentemente, sua atuação é nefasta. Suas ações são desnecessárias
numa economia que pretende ser uma economia de mercado."
Senior Partner da Proinvest, membro do IEE e da Mont Pelerin
Society, André tem já uma história em defesa das ideias da liberdade. Neste
podcast, ele também opinou sobre o atual estágio e os rumos da crise econômica,
além de comentar o ambiente de intervenções do governo que, segundo disse,
deixa ainda mais atual o conjunto de histórias narradas em Jonas, o
Ingênuo, de Ken Schoolland, livro lançado em 1995 e cuja tradução
no Brasil ele supervisionou e elaborou as notas. Ele no entanto concorda que
uma atualização da obra seria bem-vinda. "Tem que pedir ao Schoolland
escrever Jonas, o Ingênuo II."
A conversa também avançou para a possibilidade ou
impossibilidade de se adotar soluções liberais graduais ou se o sistema já
funciona de forma a se aproveitar dessas propostas para convertê-las em
instrumentos com maior poder de intervenção, e citou qual seria, na sua
perspectiva, o autor que teria a proposta teórica mais adequada para os
problemas políticos e econômicos que estamos vivendo.
André também revelou a quantas anda o seu projeto de
traduzir a obra Man,
Economy and State, de Murray Rothbard.