ENTREVISTA 19 -- BERNARDO SANTORO
A atuação política é um instrumento de elevada importância
para a difusão das ideias libertárias para um público mais amplo e para a sua
implementação no Brasil. A afirmação de Bernardo Santoro, presidente nacional
do Partido Libertários (Liber), advogado e mestrando em Direito pela Universidade
do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) vem acompanhada de um apelo para o
engajamento pelo registro do partido no TSE. "Enquanto os liberais e
libertários efetivamente não se engajarem na criação do Liber vai ficar difícil
(viabilizar o partido). O que eu sinto é uma desmobilização e uma descrença
muito grande na via política para mudarmos o pais. Isso é algo que me frustra
um pouco porque eu vejo o excelente trabalho acadêmico do Instituto Mises e
sinto essa grande frustração em não poder levar todo esse conhecimento para o
público, seja pela via política propriamente dita e pela mídia espontânea que
um partido tem".
Para Bernardo, um grande desafio dos liberais e
libertários nos próximos anos é levar a mensagem da liberdade para a via política. "Porque senão a gente vai ficar preso a esse clube de pessoas extremamente
inteligentes, de pessoas que têm um projeto lindo para a mudança deste país, mas
que infelizmente não pode ser implementado. E ficamos reféns de tipos como os
do PT, PMDB, PSDB, daí em diante".
Nesta entrevista ao Podcast do Mises Brasil, o
presidente nacional do Líber, nos conta a quantas anda o processo de registro do
partido no TSE e sobre o processo de coleta de assinaturas (são necessárias 500
mil). Bernardo também explica como os políticos futuramente eleitos pelo partido poderão aplicar o
programa do Liber no que se refere à organização do estado, direitos individuais,
serviços públicos e sistema econômico, além de falar sobre o debate interno, mas que feito publicamente tempos
atrás, entre os anarco-capitalistas e os minarquistas filiados ao partido e a lição
extraída do episódio.
O presidente do Liber comentou ainda a
qualificação pela imprensa do partido como pertencente à direita. "Somos
chamados de direita porque existe hoje uma consciência da mídia de que todos os
partidos hoje são esquerdistas/estatistas. Então precisam colocar sobre nós uma
pecha para mostrar que somos diferentes. Mas fica difícil trazer esse conceito
para o partido porque este é usado, por exemplo, para qualificar a ditadura
militar, que não tem nada a ver com a gente. O Liber é um partido libertário".