Eu não tenho procuração nenhuma pra falar em nome de ninguém. Mas quando vejo bobagens (ou injustiças) sendo ditas, sinto-me obrigado a intervir.
"A minha critica foi no sentido da linha editorial do site, na qual apenas um espectro político atenta contra as liberdades."
Você pode gemer, mas aqui ao menos há coerência. O artigo a seguir, por exemplo, é de 2017. E não, nada mudou desde lá.
A grande ameaça para a liberdade e a civilização vem da esquerda
Tudo o que você fala aqui com ares de originalidade já foi abordado no artigo.
"o Mises possui todo direito de o fazer, assim como eu de criticar e expor os motivos que me levaram a deixar de acompanhar o site."
Quem realmente "deixou de acompanhar o site" nunca volta pra ficar batendo boca.
"Na era PT fazia o maior sentido o que era escrito aqui, hoje vejo como viés um político"
Ué, você é livre para dizer por que deixou de fazer sentido. Este site bate, como nenhum outro e há muito tempo, na política econômica do atual governo (e economia sempre foi o foco aqui). A política de desvalorização do real já era atacada aqui em meados de 2019, quando absolutamente nenhum outro site (e nem sequer a oposição) falava sobre isso.
Talvez — e eu falo isso sem ironia — o fato de você ter "deixado de acompanhar o site" o fez perder esses detalhes cruciais. Mas ainda está em tempo de se retratar.
"Um exemplo: Esse texto passa pano para Bolsonaro, pois o coloca com uma perspectiva positiva."
Meu Deus! O texto simplesmente cita fatos e comenta estes fatos! Se isso é "passar pano", então, realmente, está na hora de você ficar no Twitter.
Pergunta sincera: por que um site anarcocapitalista deveria xingar um político (qualquer político) que vem a público defender um debate sobre impostos e a subsequente redução destes?
Francamente, se este site se eximisse desta discussão crucial e — pior ainda! — criticasse a ideia de redução de impostos, aí sim eu é que ficaria puto.
Seu problema aqui, até agora, é não entender a coerência alheia.
"Quem escreveu esse texto possui conhecimento suficiente para saber que, pela lei de responsabilidade fiscal, outro setor terá que pagar por essa desoneração nos combustíveis, causando mais distorções ainda."
É
exatamente por isso que essa provocação do Bolsonaro foi excelente.
No Brasil, governo nenhum reduz impostos voluntariamente. Muito menos gastos. Se, no entanto, os governos estaduais se verem forçados pela opinião pública a reduzir impostos, então eles serão
obrigados a reduzirem gastos. E necessariamente terão de fazer com funcionalismo público.
Difícil pensar em um arranjo mais propício à liberdade do que esse. Pouco importa quem é o político que está agitado por esse arranjo. Pouco importa qual seja a real intenção dele. O que importa é que um debate sobre redução de impostos (e a consequente obrigatoriedade da redução de gastos, por causa da LRF) foi lançado, algo que até então nunca havia ocorrida.
E o fato de você ser contra mostra bem de que lado você está.
"Não há nada de positivo nisso, como foi colocado"
Já eu só vejo coisa positiva.
"Se ele quisesse uma discussão séria (e positiva) estaria aprovando as reformas fiscal e administrativa."
Até onde sei, isso depende exclusivamente de Congresso. Sugiro se informar melhor.
"Bolsonaro já ameaçou golpe de estado (lembra do "incidente" na porta do quartel), todo dia ameaça a liberdade de imprensa (uma forma de liberdade de expressão), militariza o governo e etc."
Você até estava indo bem. Eu discordei de tudo, como expliquei acima, mas ao menos via algum conteúdo em sua crítica. Agora, na frase acima, você se perdeu e degringolou por completo. Revelou-se apenas um mero repetidor de slogans de jornalistas zangados com a redução das publicidades estatais nos veículos de comunicação.
Que "golpe de estado"? Você ao menos faz alguma ideia do que é necessário para se ter um golpe de estado? Pare de repetir clichês.
Qual liberdade de imprensa foi ameaçada? Qual jornalista foi punido?
Aliás, vários foram sim punidos, mas todos eles pelo STF. Nenhum comentário seu.
Militarizar governo? Só porque há generais em cargos? Por que isso seria pior do que políticos ou outros burocratas?
Por fim, eu sou doentiamente apegado a fatos. Por ora, eis o que Bolsonaro já fez ou defendeu:
* aboliu radares das rodovias federais — mas o Supremo revogou a medida.
* aboliu o DPVAT — mas o Congresso revogou a medida
* acabou com a multa para quem não tem cadeirinha de criança no carro — mas o STF revogou.
* acabou com a obrigatoriedade de empresas publicarem seus balanços em jornais de papel (algo caríssimo e que ninguém lê, pois pode ser consultado de graça na Internet) — mas o Congresso revogou a medida.
zerou tarifas de importação. Mas o STF revogou a medida.
* posicionou-se contra o lockdown. Mas o STF proibiu seu posicionamento, e disse que apenas estados e municípios podem implantar políticas relativas à pandemia.
* facilitou a posse de armas para civis — ainda longe do ideal, mas um passo definitivo na direção correta (esta medida milagrosamente ainda se mantém; aproveitem).
* foi contra o congelamento do preço da carne no fim de 2019, quando toda a imprensa era a favor — como consequência, nunca houve nenhum risco de desabastecimento mesmo em plena pandemia (desabastecimento esse que seria uma certeza caso tivesse havido congelamento, pois aí nem haveria mais oferta de boi).
* reduziu drasticamente o repasse de dinheiro público para a imprensa via propagandas oficiais — jornalistas jamais perdoaram e por isso seguem dinamitando seu governo.
* foi abertamente contra proibir o povo de trabalhar e já se manifestou verbalmente contra os autoritarismos de governadores, que estão prendendo feirantes (e confiscando seus alimentos), donos de barbearia e até mesmo mulheres e crianças nadando na praia. A imprensa aplaudiu o autoritarismo.
* nunca defendeu qualquer medida que atente contra a propriedade privada.
Não me lembro de uma única medida sua que tenha ido contra as liberdades individuais. Não me lembro de vê-lo defender abertamente uma única medida que tenha aumentado a intromissão do estado na vida dos brasileiros.
Exatamente por isso a imprensa e a elite intelectual e artística o despreza, mas o povão, mesmo em meio a este colapso econômico causado por políticos, simpatiza com ele.
Se você diz que isso é ser "autoritário", então de duas uma: ou você está atrás de um político 100% puro (algo que nem mesmo eu, um anarcocapitalista, creio existir) ou você não faz a mais mínima ideia do que está realmente falando.
Totalitários, estes sim, são os governadores, prefeitos e membros do STF. Nenhuma nota de repúdio sua.