''O gozado é que, do jeito que os abortistas falam, parece que o feto surgiu ali na barriga da mãe como que por mágica. Como se uma minhoca, durante a noite, houvesse adentrado sem pedir permissão o ventre da mulher.''
Concordo, por isso mesmo que o aborto, em 99% dos casos, é desejado por pessoas que não querem arcar com as consequências de seus atos, e recorrem ao assassinato para tal.
''Diego, se eu esbarrar em você sem querer e você cair em uma piscina funda e não souber nadar, teria eu a obrigação de salvar você? Ou, por exemplo, estamos em um navio, eu tropeço, esbarro em você, e você cai em alto mar, repleto de tubarões famintos. Eu tenho ou não a obrigação de salvar você?''
Já tinha visto essa mesma pergunta em outro lugar (não sei se foi você quem a fez), mas não tem muito a ver com o que eu disse, então simplesmente passarei.
''Note que eu inadvertidamente lhe coloquei em uma situação em que sua vida está em risco extremo. Eu lhe coloquei em uma situação na qual você não pediu para estar. Mas eu, pela sua lógica, não sou culpado de nada. Se você morrer, posso lavar minhas mãos e dizer "Oops, coitado. Lugar errado, hora errada."
Acho que está confundindo minha posição com a de Rothbard.
''É exatamente isso que você está dizendo ao sugerir que o bebê "surgiu" no ventre da mãe, como que por encanto; como se a mulher nada houvesse feito para que o bebê "invadisse" seu útero; como se questões básicas da biologia fossem totalmente desconhecidas. (Depois falam que os religiosos é que são obscurantistas; parece que eles entendem muito mais de ciência do que vocês).''
Vejamos o que eu realmente disse:
''Não, meu caro. Uma pessoa não pode dizer-se libertária e, simultaneamente, ser contra o aborto em caso de estupro. A lógica é direta: supondo que a autopropriedade é válida (isto é, o meu corpo é minha propriedade e eu o uso como bem quiser, exceto para violar a propriedade de outrem), o feto, por estar lá (no corpo da mulher) sem consentimento da mesma, torna-se um indubitável invasor. É como se alguém jogasse pessoas desarcodadas no meu terreno. O fato de esses mesmos indivíduos estarem lá não por vontade própria não faz com que deixem de ser invasores, e eu posso me livrar deles do jeito que desejar. Lamento, mas ''libertário'' que é contra o aborto (novamente: em caso de estupro) não passa de uma contradição errante.''
Ou seja: eu deixo bem claro que estou me referindo, especificamente, aos casos de estupro (primeira e penúltima linha). Aí o colega vem e me fala ''... como se a mulher nada houvesse feito para que o bebê ''invadisse'' seu útero...''. Conclusão: leu metade do texto e correu para escrever, confundindo-me com algum desses abortistas.
''Essa postura de querer se evadir de responsabilidades é totalmente antilibertária e amplamente libertina. Se alguém fez filho, mas não quer criar, está cheio de casais estéreis por aí loucos para ter um.''
Aí eu concordo. Querer se esquivar das responsabilidades é realmente antilibertário. Hoje em dia, se fosse só isso, ainda estaria minimamente satisfatório, mas aqueles de moral torpe e ética obscura vão além: ainda têm a audácia de querer passarem suas responsabilidades a terceiros, e tudo com respaldo do Estado.