quinta-feira, 22 jun 2017
Com quase 900 pessoas na platéia do auditório da
Universidade Presbiteriana Mackenzie, a V Conferência de Escola Austríaca,
realizada pelo Instituto Mises Brasil nos dias 12 e 13 de maio, foi a mais
exitosa de nossos 10 anos.
E foi também a que apresentou a maior variedade de
assuntos. Ao todo, foram 17 palestras.
Tendências da economia brasileira. Os presidenciáveis
de 2018. Como o governo brasileiro transformou uma recessão em depressão. Democracia
versus liberdade (há compatibilidade?). O futuro do mercado financeiro. Heterodoxos,
ortodoxos e austríacos (os dois primeiros brigam entre si enquanto os últimos
ensinam). O Reino Unido pós-Brexit. A doutrinação esquerdista e o intervencionismo
no ensino jurídico. Os cinco planos econômicos que tentaram salvar (e
afundaram) o Brasil. Por que a Justiça do Trabalho tem de acabar. O homem que
acelerou o fim da União Soviética. Patentes. Propriedade Intelectual. Reservas fracionárias não são fraude (pois
é...). O que impulsiona a esquerda moderna.
E muito mais.
Deixe o Netflix de lado (a quinta temporada de House of Cards é enfadonha), pegue a
pipoca e confira os vídeos.
Cenário
Brasil e os mercados financeiros aqui e no mundo
Com Helio Beltrão (presidente do IMB), Dalton
Gardimam (economista-chefe do Bradesco BBI) e Florian Bartunek (sócio-fundador
e CIO da Constellation). Painel aprofundado e técnico sobre o mercado
financeiro no Brasil e no mundo, suas perspectivas e suas grandes incógnitas. Há
como os EUA subirem os juros? E a Europa? Por que o Japão não faz isso desde
2001? O Brasil está indo para o mesmo caminho?
A
democracia é inimiga da liberdade?
Bruno Garschagen, autor do best-seller "Pare
de Acreditar no Governo - Por que os Brasileiros não Confiam nos Políticos e
Amam o Estado" (Editora Record), comenta todos os detalhes de cada
regime de governo, mostra por que a democracia tende a ser o pior e explica por
que deve ela deve ser repensada e até mesmo abolida.
Economia
brasileira: como chegamos aqui? — ou: Como o governo transformou uma recessão em
uma depressão
Leandro Roque, economista, editor e tradutor do site
do Instituto Mises Brasil, explica em detalhes como o governo, ao tentar
corrigir lambanças feitas por ele próprio, acabou agravando a situação econômica.
A palestra explica por que tivemos dois anos de depressão, por que a inflação de
preços disparou e em seguida desabou, por que o desemprego foi para 14%, e por
que os governos estaduais estão quebrados.
A
cultura do intervencionismo no ensino jurídico no Brasil: o problema do
dirigismo contratual
André Ramos, especialista, mestre e doutor em
Direito, professor de Direito Empresarial e Econômico do Centro Universitário
IESB e autor de diversos livros jurídicos, mostra como o ensino jurídico no Brasil
é viciado e eivado de apologias ao intervencionismo e à onisciência de burocratas
e reguladores. No Brasil, não há o direito de firmar contratos livremente. E
isso emperra toda a nossa economia, afetando o empreendedorismo, a livre
iniciativa e a criação de riqueza. Palestra obrigatória para todos os
estudantes de direito.
Os
cinco planos econômicos que tentaram salvar (e afundaram) o Brasil
Ubiratan Jorge Iorio, economista, Diretor Acadêmico
do IMB e Professor Associado da UERJ, mostra nesta palestra bem-humorada (e ao
mesmo tempo trágica) como a população brasileira serviu de cobaia para economistas
heterodoxos e seus experimentos cada um mais maluco que o outro. E mostra como
o governo conseguiu destruir nada menos que 7 moedas no Brasil em 5 décadas.
Reservas
fracionárias não são crime
Fernando Ulrich, mestre em Economia da Escola
Austríaca sob a orientação de Jesús Huerta de Soto, atuante nos mercados financeiro
e imobiliário brasileiros, e o maior especialista em Bitcoin do país, não limita
a polêmica apenas ao título. Ele realmente adentra a fundo na questão das
reservas fracionárias, cita nomes, faz críticas fortes (inclusive ao seu mentor
de Soto) e apresenta uma ambiciosa abordagem deste que é um dos temas mais polêmicos
nos círculos libertários. Segundo Ulrich, reservas fracionárias não são fraude,
não causam inflação de preços e não geram ciclos econômicos. E quem diz o
contrário está errado.
O
fim da justiça do trabalho?
Rodrigo Saraiva Marinho, advogado, professor e mestre
em Direito Constitucional pela UNIFOR, relata várias bizarrices cotidianas que já
vivenciou em decorrência da Justiça do Trabalho (como um indivíduo que pediu indenização
de R$ 250 mil após seu primeiro dia de trabalho na empresa), explica como ela
onera exatamente o empreendedor mais pobre e mostra — com números espantosos
— por que ela tem de ser abolida. Marinho também apresenta várias brechas da
Constituição que permitem que todas as suas partes ruins possam ser legalmente
revogadas.
O
governo Temer, as reformas, as eleições de 2018 e os rumos da economia brasileira
Leandro Roque, Fernando Ulrich, Paulo Scarano (economista
e doutor em Ciências Sociais pela PUC-SP) fazem um painel no qual respondem a
perguntas sobre as reformas do governo Temer (a principal e mais importante já foi
aprovada, segundo Leandro), os presidenciáveis de 2018 (Lula, Ciro Gomes,
Bolsonaro, Doria, Marina Silva), secessão, lei do teto de gastos, reforma da previdência,
setores que puxarão a retomada da economia brasileira (é possível prever?), e tucanos
que afinam perante dificuldades.
Austríacos
no fogo cruzado entre heterodoxos e ortodoxos
Fabio Barbieri, mestre e doutor pela USP, e
professor na FEA de Ribeirão Preto, faz uma palestra bem-humorada e, ao mesmo
tempo, extremamente provocativa, na qual critica, cita nomes e aponta erros de
ortodoxos e heterodoxos brasileiros, ilustrando seus erros metodológicos, seus
dogmas e seus fanatismos. Embora o diálogo com os ortodoxos seja mais racional,
austríacos não se sentem à vontade com nenhuma das duas correntes.
Da
Europa para o Brasil: lições de liberdade
O italiano Adriano Gianturco (professor do IBMEC-MG),
o alemão Antony Mueller (professor na Universidade Federal de Sergipe) e o português
José Manuel Moreira (professor da Universidade de Aveiro) trazem detalhes políticos
de seus respectivos países e mostram o que podemos copiar e o que devemos sumariamente
rejeitar. Especial atenção para a verdadeira zorra que é o parlamentarismo
italiano.
Paternalismo
libertário — problemas de uma trilha bem escorregadia
Roberta Muramatsu, mestre em economia pela USP, Ph.D
pela Universidade Erasmus (Roterdã) e professora adjunta na Mackenzie e em
regime parcial no Insper, aborda de uma maneira original um tema recorrente
entre os libertários: o paternalismo do estado e suas aparentemente inofensivas
intervenções que, embora de início sejam aceitas por alguns libertários como um
mal menor, acabam se expandindo até virar uma metástase irreversível. Doação de
órgãos, sistema de saúde e aposentadoria são abordados.
Lições
da história que não aprendemos
Yuri Maltsev, pesquisador do Mises Institute
americano, trabalhou na equipe da reforma econômica de Mikhail Gorbachev antes
de desertar para os Estados Unidos em 1989. Suas experiências práticas com o
comunismo e com a social-democracia, bem como os efeitos nefastos de ambos,
fornecem lições valiosas. (Palestra em inglês)
Brexit:
o que poderia significar e o que realmente significa
Andy Duncan, especialista em finanças, conta tudo o
que a imprensa esconde sobre o Brexit. (Palestra
em inglês)
Legislação
estatal versus lei e liberdade
Stephan Kinsella, advogado especialista na área de
patentes e autor prolífico sobre leis de propriedade intelectual, direito
internacional e outros tópicos jurídicos, explica como são falhas e injustas as
leis criadas pelo estado e mostra como seriam as leis e o direito em um
ambiente sem estado. (Palestra em inglês)
Os
novos Bárbaros — o que dirige a esquerda moderna?
Andy Duncan está de volta, e agora para explicar a
confusa mentalidade da esquerda progressista e defensora da ditadura do
politicamente correto. Todas as tendências progressistas e vitimistas (como "apropriação
cultural" e o "direito" de não ouvir coisas ofensivas) sempre surgem na Europa e
nos EUA, sendo em seguida copiadas, embora com algum atraso, pelos nossos
progressistas. É de extrema importância entender como funciona a mentalidade
dessa gente para saber como contra-atacar. (Palestra
em inglês)
O
imperialismo da propriedade intelectual versus inovação e liberdade
Stephan Kinsella volta para abordar mais um tema
polêmico que divide libertários: patentes, direitos autorais e todos os demais
tipos de propriedade intelectual em geral. Para Kinsella, tais medidas são monopólios
protegidos pelo estado, atrasam o progresso e servem apenas para garantir
reservas de mercado. Copiar não é roubar e idéias não são bens escassos e,
consequentemente, podem ser monopólios protegidos pelo estado. (Palestra em inglês)
Perestroika
e como eu destruí a União Soviética
Yuri Maltsev, nesta palestra de encerramento, relata
como ele, atuando dentro do regime (na equipe da reforma econômica de Mikhail
Gorbachev), ajudou a acelerar a derrocada do império comunista, libertando o
povo da opressão e trazendo uma maior estabilidade para o mundo. (Palestra em inglês)